Page 54 - Telebrasil - Julho/Agosto 1980
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H o m o l o g a ç ã o ,
e l o d e u m a c a d e i a
Homologação constitui matéria que deve ser abordada dentro de um contexto de idéias e real, fiel ao seu comportamento. Assim, foi
ações que vêm se desenvolvendo e se firmando ao longo destas duas últimas décadas. previsto o Sistema de Certificação de Quali
dade, ainda não ativado, que, através dos resul
tados proporcionados pelos Sistemas de Ho
mologação e de Aceitação Unificada em Fábri
Essas idéias e ações tiveram como origem o Mas a partir da criação da EMBRATEL. com a ca. além das observações quanto ao desempe
crescimento industrial que o país experimentou conseqücnte implantação do sistema básico de nho do produto no campo, tomará possível a
neste período e que trouxe à baila questões até telecom unicações c a ativação do serviço emissão de um certificado com significação !
então não relacionadas no elenco de preocupa DDD, começou-se a enfrentar dificuldades na maior e mais conseqüentc que os demais.
ções de nossos técnicos e administradores. compatibilização dos vários equipamentos em
uso no país. O exemplo mais significativo que
O conjunto de sistemas técnico-administrativos
Questões do tipo qualidade, competitividade, pode ser oferecido para caracterizar esta situa
composto pelos Sistemas de Normas e Especi
tecnologia, padronização, racionalização e na ção, refere-se à norma da sinalização telefô
ficações, de Homologação e Registro, dc Acei
cionalização de produtos e da produção indus nica, um dos primeiros trabalhos realizados
trial começaram a ser discutidas no âmbito do pelo CONTEL e que há pouco tempo ainda era tação Unificada cm Fábrica e de Certificação
Governo, das associações induslriais e empre motivo dc negociações entre fornecedores e de Qualidade, representa o instrumento que
sariais, das universidades, passando, enfim, a compradores. garantirá doravante a compatibilidade entre os
pertencer ao cotidiano. diversos produtos instalados nas redes públicas
de telecomunicações, a adequabilidade desses
Esta situação não se tornou mais grave graças a
A indústria de equipamentos c materiais de existência de recom endações do CCITT e produtos ao nosso ambiente e a confiabilidade
telecomunicações também se fez presente no CCIR que. seguidas em seus princípios gerais dos mesmos em termos de desempenho ao
esforço de industrialização, atraída por um pela maioria das matrizes das indústrias aqui longo de suas vidas úteis.
mercado emergente, potencialmcntc forte cm presentes, representaram na verdade as normas
razão do desenvolvimento económico e social c especificações de que carecíamos. A Norma da Homologação c Registro estabele
do país e da organização institucional do setor, ceu que a entidade de coordenação para os ca
que se iniciava a partir da sanção, cm agosto dc O trabalho realizado pelo OONTEL e. depois, sos de equipamentos empregados nos serviços
1962, da Lei n." 4117. o Código Brasileiro dc pelo seu sucessor, o Ministério das Comunica públicos de telecomunicações fosse a TELE
Telecomunicações. ções. ao regulamentar serviços e estabelecer as BRÁS.
noi mas fundamentais do Sistema Nacional de
Datam daquela época as primeiras manifesta Telecomunicações foi fundamental. A atuação Dentro da TELEBRÁS, como órgão responsá
çôcs de interesse do Governo quanto ao desen da EMBRATEL. que desde seus primórdios vel pela administração do Sistema, foi desig
volvimento industrial das telecomunicações e procurou fixai os requisitos técnicos dc seus nada a Diretoria dc Tecnologia, na época re
de atenção com respeito às normas c cspccil ica sistemas e equipamentos, requisitos estes que cém-criada, e hoje sucedida pela Diretoria de
ções técnicas dos produtos que aqui seriam la se transformaram mais tarde praticamente em Assuntos Industriais.
bricados. especificações brasileiras, também é digna de
nota. Mais recentemente, a TELEBRÁS, con Atenção especial foi dada inicialmente a produ
Esta preocupação ficou bem caracterizada nas tando com a colaboração de todas as suas em tos novos, que não eram ainda empregados nas
alíneas (r) c (s) do artigo 29 do ( Yxligo Brasilei presas. passou a estabelecer especificações de redes dos vários serviços públicos de telecomu
ro de Telecomunicações, que trata da compe equipamentos e materiais com aplicação e vali nicações. Entendeu-se, portanto, que aqueles
tência do Conselho Nacional dc Telecomunica dade para todo o Sistema TELEBRÁS, vindo a produtos já em uso corrente e de plena aceita
ções e atribui àquele órgão, hoje extinto, a res compor a estrutura definitiva do Sistema de ção pelo mercado não deveriam constituir mo
ponsabilidade dc promover c estimular o de Normas e Especificações dc sistemas, equipa tivo de preocupação inicial, podendo assim
senvolvimento da indústria dc equipamentos de mentos c materiais de telecomunicações, e re prosseguir sendo comercializados normal
telecomunicações c estabelecer ou aprovar nor duzindo, assim, gradativamente, os problemas mente.
mas técnicas c especificações a serem observa original mente encontradas nesse campo.
das na planificação industrial c na fabricação dc Desde logo definiu-se o procedimento a ser se
peças, aparelhos c equipamentos utilizados nos A homologação é a conseqücncia natural da guido no exame dos pedidos de homologação,
serviços dc telecomunicações. existência de especificações técnicas. E isto é fornecendo-se aos interessados a relação de do
plenamente reconhecido pela própria Norma de cumentos e informações que deveriam ser en
No início do esforço de industrialização do se Homologação e Registro, ao indicar que produ caminhados à TELEBRÁS e toda a orientação
tor das telecomunicações, o que se observou tos de telecomunicações devem atender aos re de que necessitavam.
efetivamente foram iniciativas dc empresas in quisitos mínimos estabelecidos em norma es
dustriais dc capital majoritariamente estrangei pecífica. A primeira etapa do processo de homologação,
ro, que aportaram suas tecnologias geradas se envolvendo a análise do pedido vis-a-vis à polí
gundo as peculiaridades dos países dc origem, Assim, o certificado de homologação repre tica industrial fixada pelo Ministério das Co
visando participar da formação de um sistema senta o diploma legal de um produto que, sub municações. considera os aspectos relaciona
dc telecomunicações que, como tal, deveria se metido a ensaios, demonstrou atender, naquele dos com o mercado potencial para o produto
organizarem âmbito nacional dc forma harmo momento, às especificações técnicas pertinen sua origem tecnológica, seu conteúdo em ter
niosa c integrada. tes c, portanto, se coloca em relações de uso mos de insumos nacionais e estrangeiro, pro
pelo Sistema Nacional de Telecomunicações. curando-se observar as orientações relativas à
Enquanto as redes das inúmeras companhias não pulverização do mercado, à preferência à
telefônicas praticamente não se interligavam, Entendeu o M inistério das Com unicações, tecnologia aqui desenvolvida c à eliminação da
constituindo verdadeiras ilhas telefônicas, os porém, que o ensaio dc homologação repre importação desnecessária de insumos Enua-
problemas advindos desta diversidade dc pro senta uma fotografia de um produto c que so sos de dúvidas recorre-se ao Ministério das Co
dutos c tecnologias não sc fizeram sentirem sua mente uma sucessão dc fotografias, tiradas ao municações, a quem cabe a última palavra so
plenitude. longo da sua vida, pode projetar uma imagem bre o pedido.