Page 49 - Telebrasil - Maio/Junho 1979
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Rentabilidade de Projeto
GILDÁSIO OLIVEIRA DE
CARVALHO ERSOM NUNES DE ALENCAR
Engenheiro Eletricista pela EPUFBA (1970); Engenheiro Eletrônico pela EPUFPBA
pós-graduação em Eletrónica aplicada pelo (1973), na TELEBAHIA desde 1974, tendo
ITA (1971); estágios na NEC em Sistemas exercido as funções de Engenheiro no De
PCM e na OKI em Sistemas de SHF, Tóquio partamento de Comutação até 1976. Atual
— Japão (1972); pós-graduação em Teleco mente trabalha como Engenheiro na Asses-
municações na Univertlty of Toronto (Ca sorla de Planejamento da Diretoria Técnica.
nadá), 1975/1976. Desdo 1972 trabalha na
TELEBAHIA, onde exerce atualmente as
funções de Engenheiro na Assossoria de
Planejamento e Controle da Presidência.
1. Introdução projetos, devida à implantação do projeto 3. Discriminação dos Custos
» em estudo, a não ser que essas receitas In
Antes de determinar a rentabilidade de um diretas possam ser mensuradas. Quando 3.1. Custos Iniciais — Em geral são parce
projeto isolado, é necessário investigar as receitas Indiretas não puderem ser medi las preponderantes dos custos totais. Ex
qual das alternativas existentes do ponto das em termos de dinheiro, elas poderão ceção pode ser feita quando se trata de pro
de vista técnico é a mais econômica a lon ser citadas como fatores intangíveis, jetos de porte muito pequeno. Como exem
go prazo, i. e., determinar aquela que exige porém não deverão ter peso de decisão de plo de custos iniciais, considerando a im
o menor requisito de receita. vido à incerteza envolvida. plantação de um projeto por administração
direta, podemos citar:
De um modo geral, uma empresa está inte Sumarizando, pode-se dizer que, à exceção
ressada na sua rentabilidade global, i. e., dos efeitos da inflação e de despesas e re 1. Custo do projeto
aquela que é a resultante das rentabilida ceitas indiretas não mensuráveis, todos os 2. Custo de todos os equipamentos envol
des de todos os seus projetos ativados outros custos e receitas devem ser conside vidos
(planta operada) e que pode ser traduzida rados num estudo de rentabilidade de um 3. Custo do prédio
pela Remuneração do Investimento. No en projeto. 4. Custo do material de instalação
tanto, um projeto isolado deve ser examina 5. Custo da mão-de-obra, inclusive encar
do do ponto de vista econômico, para se de 2. Custos Envolvidos na Implantação de gos sociais
terminar a sua rentabilidade e, conseqüen- um Projeto Isolado 6. Custo de fiscalização e supervisão
temente, os reflexos na Remuneração do 7. Despesas com veículos e energia utiliza
Investimento da empresa e também propi De um modo geral, podem ser divididos em: dos diretamente no projeto.
ciar um critério econômico de escolha entre Custos de Capital e Custos de Operação.
dois ou mais projetos distintos. Como fontes para obtenção desses custos,
2.1. Custos de Capital — são aqueles rela temos:
Em estudos comparativos de Engenharia cionados com a aquisição e posse de bens
Econômica, geralmente se considera várias de capital. Estes custos correspondem aos 1. Contratos firmados
alternativas para determinar aquela que é Custos de Investimentos, í. e., aqueles ne 2. Contato direto com outras pessoas da
mais econômica (aquela que exige o menor cessários para que se tenha o projeto im mesma empresa ou de outras empresas-
requisito de receita), sem levar em conside plementado (projeto, equipamento, mate pólo que já desenvolveram projetos seme
ração se o projeto em si é rentável. Neste riais, instalação, etc.). Como estes custos lhantes.
caso, as despesas, receitas e investimen ocorrem quando da aquisição dos bens de 3. Utilização dos custos médios (Cr$/par x
tos comuns ás várias alternativas podem capital, são chamados custos iniciais. No km; CrS/terminal; Cr$/m2, etc.).
ser desprezados. Para determinar a rentabi tar que, como os custos de capital corres
lidade de um projeto isolado, deve-se partir pondem a bens duráveis, não são lançados Em qualquer dos casos acima, deve-se to
da alternativa de menor requisito de receita contabilmente como despesas no período mar extremo cuidado para discernir a pro
e, além do investimento, todas as despesas em que ocorrem, mais sim capitalizados fundidade com que os custos foram levan
e receitas envolvidas neste projeto têm que (lançados no ativo fixo da empresa e amor tados e a real aplicabilidade ao estudo em
ser consideradas. Em ambos os cas’os, no tizados ao longo da vida útil dos bens). questão.
entanto, um-fator que não será levado em
conta é a inflação, devido ao fato de que as 3.2. Custos de Operação — estes custos
tarifas são determinadas por decisões go 2.2. Custos de Operação — são aqueles são considerados como despesas corren
vernamentais, cujos índices já devem con decorrentes de utilização dos bens de capi tes, devendo haver receita suficiente para
ter os seus efeitos, e também às dificulda tal de propriedade da empresa e dependem cobri-los no período em que ocorram. As
des envolvidas em projetar taxas de in especificamente do equipamento em ques parcelas mais importantes desses custos
flação a longo prazo. tão: quantidade, idade, tipo de operação e são:
manutenção, etc. Estes custos, em geral,
Outro fator que não será considerado é a ocorrem durante toda a vida útil do bem de Custos de Manutenção — (material e peças
capacidade de geração de receita de outros capital em questão. de reposição, material consumível, mão-de-