Page 37 - Telebrasil - Julho/Agosto 1979
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com participação acionária da EDB, da EE e da ma autoridade que a empresa “ A” , a futura Co ficientes e, ao fim do ano, o capital subscrito foi
Ferranti, e outra denominada empresa “ B” com bra (naquela época ainda com o nome Digibrás), elevado para Cr$ 5. 700.000,00. Ao final do ano
participação acionária da EDB, EE e Fujitsu.” deverá, imediatamente após sua criação, proce de 1974, possuía a Cobra, aproximadamente,
der ao estudo de viabilidade para sua implan Cr$ 6.000.000,00 em contratos firmados com a
Ressaltava o Ministro que nenhum impedimento tação definitiva, objetivando atividade industrial Marinha.
haveria para a empresa “ A” atuar também no de produção do modelo Argus 700 da Ferranti
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mercado civil, especialmente na área de controle para aplicações gerais; proceder, junto com a
de processos. A empresa ” B” fabricaria o mi MB, aos estudos conjuntos para as especifi Enquanto a Cobra se preparava para o cumpri
nicomputador U 200 sem ter, entretanto, esta cações técnicas dos sistemas de simulação e estu mento de seus primeiros objetivos, a Digibrás en
empresa, exclusividade de atuação no mercado dar os termos econômicos dos contratos de inte tendeu da conveniêncvia da transformação da
civil. A complementariedade das capacitações resse da Marinha relativos à fabricação, manu sociedade por cotas em uma sociedade por ações,
das empresas com a Fujitsu e com a Ferranti de tenção, fornecimento e recuperação de sobressa dando início aos entendimentos com os sócios
veria ser aproveitada ao máximo pela EDB, que lentes. Ao término de sua recomendação ao seu EE e Ferranti. Começaram, nessa época, a surgir
tomaria providências pafa evitar duplicações è representante no GTE, diz a Marinha: dificuldades de ordem financeira para a Cobra e
garantir a máxima transferência e fixação de tec a indefinição por parte da Digibrás quanto aos
objetivos daquela empresa. Essas dificuldades
nologia dentro de um único programa técnico- “ A empresa 4A’ não será criada para produzir
econômico. acabaram por retardar o andamento dos traba
equipamentos, sistemas e/ou serviços somente lhos relativos ao Projeto Industrial. O sócio
para a MB ou Forças Armadas. É política do Go brasileiro, EE, não recebendo o apoio esperado
A 3 de maio de 1973, o Ministro da Marinha con verno brasileiro que a empresa venha a produzir
cordava que, em princípio, a proposta do Minis material e sistemas para o mercado brasileiro c o do Governo no suprimento de recursos financei
tro do Planejamento atenderia aos interesses co de exportação nas aplicações mais adequadas á ros, acabou por reduzir praticamente sua partici
muns dos Ministérios, ressaltando, entretanto, linha de produtos Ferranti. O mercado militar pação. Convém ressaltar que no processo de se
que a divisão denominada “ A” não deve ser ca deverá ser encarado como perspectiva adicional c leção da EE, idcntificara-sc sua pequena capaci
racterizada como uma Divisão Militar; que a tec tação financeira e, reconhecida a característica
sempre considerado junto com o mercado civil. altamente capital intensiva do empreendimento,
nologia de fabricação de minicircuitos de alta in A participação do Governo, através do BNDE-
tegração fosse buscada na Ferranti em vista da comprometera-se o Governo a solucionar o pro
EDB, visa a incentivar o empreendimento c asse
alta qualificação técnica daquela empresa no as blema.
gurar a consecução dos propósitos já definidos,
sunto; que as negociações para a criação da Divi
devendo, entretanto, ser considerada de caráter Cobru Trunsformu-.se cm Sociedade Anônima
são "A” se revestissem de caráter prioritário pa temporal...”
ra que não se atrasassem os programas da Mari
Em 22 de abril de 1975, os coristas EE, Digibrás e
nha já em execução e que fosse assegurado, de al
guma forma, o controle dos dois Ministérios so No decorrer do primeiro semestre dc 1974, o Ferranti decidem transformar a Cobra em uma
bre cada uma das empresas. GTE continuava a desenvolver os trabalhos de sociedade por ações, com capital autorizado de
ucompanhamcnto do projeto do minicomputa Cr$ 30.000.(KK),00 e o capital subscrito dc
O projeto do computador nacional em desenvol dor nacional nas Universidades dc São Paulo e Cr$ 8.700.000,00, com Cr$ 4.550.000,00 inte-
vimento na USP toma, nesta época, a designação PUC-RJ. O projeto, desvinculado das dificulda gralizados. Nessa data, a Equipamentos Eletrô
do Projeto Guaranys (G 10), em homenagem ao des da EDB, dcscnvolvia-sc a contento. Ao fim nicos reduziu sua participação a 5% e a Digibrás,
Comte.Guaranys, falecido em setembro de 1973. do semestre, o GTE transfere para a EDB, já para não se tornar majoritária no capital votante
A título de observação, a divisão "A ” , naquela com a denominação Digibrás, os trabalhos reali c a fim de impedir que à Cobra faltassem os re
época, tomou o nome de Digibrás e a divisão zados a respeito da viabilidade do U 200 da Fu cursos necessários ao prosseguimento de seus tra
"B” o nome de Brascomp. Mais tarde, já em jitsu. O GTE passa a atuar exclusivamente no balhos, subscreveu parte do novo capital em
1974, é que a EDB passou a chamar-se Digibrás e projeto G 10 e a Digibrás, com a Ferranti c a Fu ações preferenciais.
a divisão “A”, que tinha o nome de Digibrás, jitsu, respectivamente, a tratar do cumprimento
passou à denominação de Cobra. da determinação do Ministro do Planejamento, Nessa mesma data foram fixados os objetivos da
vale dizer, criar as empresas “A” e ” B” . Em 1? Cobra, vale dizer: conclusão do Projeto Indus
Em agosto de 1973 inicia-se o estudo de viabili de junho de 1974, decide a Diretoria da Digibrás trial, objetivando as atividades de fabricação do
dade da empresa ” B” , Brascomp. emergenciar a criação da empresa “A” com a computador tipo Argus 700 para o atendimento
Ferranti e continuar os estudos de viabilidade do do mercado civil e das atividades da área militar;
Por problemas de ordem administrativa e políti U 200 da Fujitsu para a implantação da empresa prosseguimento dos contratos com a Marinha;
intensificação do treinamento de pessoal e inicio
ca, os trabalhos da EDB e do GTE ficaram restri ” B” . da construção das instalações industriais da Co- j
tos basicamente ao estudo de viabilidade do mi j
nicomputador U 200 e aos trabalhos desenvolvi Empresa “A” — Cobra bra em terreno próprio.
dos na Fundação para o Desenvolvimento da En
genharia da Universidade de São Paulo. Em Durante os meses de junho/julho de 1974, são Brascom I 1
01/11/1973, a EDB passa por reformulação ad reativados os entendimentos com Ferranti. Ba i
ministrativa e social, sendo designado um Dire seado nos acordos anteriormente estabelecidos, Enquanto sé desenrolaram os fatos menciona- [
tor Superintendente. um grupo constituído por representantes da Di dos, a Digibrás concluiu da conveniência, em
gibrás, da Ferranti, da EE e da Marinha conclui inicio de 1974, de alterar o esquema proposto pa- ;
Em 18 de dezembro de 1973, a Ferranti envia car os entendimentos e prepara-se os contratos finais ra o empreendimento ” B” . A EE não seria mais j
ta à EDB comunicando a vinda de seus represen para a apreciação pela Diretoria da Digibrás. o sócio brasileiro na associação com a Fujitsu, j
tantes em janeiro de 1974, ressaltando a inconve alegadas razões de dificuldades financeiras para
niência da suspensão dos entendimentos desde Em reunião realizada em início de julho/74, a .participar simultaneamente de dois empreendi- j
outubro de 1973. Diretoria da Digibrás aprova por unanimidade a mentos, tendo a Digibrás decidido pela Metal Le- j
constituição da Cobra. ve S/A. Foi então criado um grupo de trabalho
Em 4 de janeiro de 1974, o Diretor de Comuni entre a Metal Leve e a Digibrás para prosseguir
cações e Eletrônica da Marinha oficia ao repre Em 18 de julho é registrada a Cobra — Compu na viabilidade da Brascom. Os trabalhos não fo
sentante da Marinha no GTE, intruindo-o a ace tadores e Sistemas Brasileiros Ltda., com o capi ram concluídos. As alterações administrativas e a
lerar as gestões para o registro da empresa “A” , tal de Cr$ 1.200.000,00. fixação de novos objetivos acabaram por inviabi
em cumprimento à prioridade estabelecida na lizar a constituição do segundo esquema. Não se
criação daquela empresa pelo Ministro da Mari Em 19 de agosto, o Banco Central registra o con cumpria, assim, a determinação ministerial de se
nha, enfatizando, ainda, ser de alto interesse da- , trato de transferência de tecnologia e assistência constituir a segunda empresa.
quela corporação que a empresa esteja operando técnica aprovado pelo INPI. *
ainda no primeiro semestre de 1974. No mesmo Nova Alteração na Digibrás
documento, diz o Diretor de Comunicações e Com os contratos básicosconcluídos.aCobra ini rl
Eletrônica da Marinha que a formação das em cia oficialmente suas atividades, estabelecendo Em inicio de maio de 1975, a Diretoria da Di-1 )
presas deve seguir os esquemas acordados pelos como objetivo primeiro a realização de contratos gibrás é alterada. Nessa oportunidade, a fim de ê
Ministros da Marinha e do Planejamento e que com a Marinha e elaboração de seu Projeto In melhor definir as funções da Digibrás e com o [
qualquer alteração no esquema determinado de dustrial, que se constituiria no plano de viabili objetivo de dirimir dúvidas quanto aos empreen- \
ve ser formalmente encaminhada á Marinha Bra zação da empresa. Pouco depois de sua consti dimentos e diretrizes anteriormente definidos, r e - I
sileira (MB) para estudo. Em seguida, diz a mes tuição, os recursos de capital mostraram ser insu solvem o Ministro Chefe da Secretaria do Plane-; 1