Page 38 - Telebrasil - Março/Abril 1976

MEIO SÉOUL 0 sas favorecidas pela oportunidade culares para o sul do país e no

que lhes seria facultada pela alí­ Estado do Rio Grande do Sul,

Esta alínea, é a que permitia a nea “ e” não era ao Telégrafo Na­ para o qual obtivera concessão

concessão às empresas “de com­ cional, e sim à Western, cujos ser­ estadual para serviços telefônicos

pensações razoáveis que lhes viços já existiam e continuaram locais e interurbanos (posterior­

permitissem explorar, ampliando existindo, soberanamente! mente a CTRG foi adquirida pela

os serviços peculiares a cada uma Venceu, porque o interesse da ITT e passou a denominar-se Cia.

(cabos etc), sem conjugação des­ Western era manter o “ status Telefônica Nacional).

sas diversas modalidades de pro­ quo” . Venceu porque o Telégrafo A Cia. Radiótelegráfica Paulista,

cessos de transmissão e sob o Nacional não podia dar conta do fazia serviço particular para o in­

regime da livre concorrência” .
serviço por motivos de ordem terior do Estado de São Paulo;

técnica.

Diziam os signatários da emen­ Essas empresas — note-se —

da: Venceu, porque o Telégrafo Na­ apresentavam de um modo geral,

cional premido pelo vulto do ser­ serviços satisfatórios, cobravam

“ Não se nos afigura obra de são viço, sempre teve de recorrer ao tarifas superiores às do Telégrafo

patriotismo conceder, como faz a “ empréstimo de via” feito à Nacional e algumas davam a este,

proposição, às empresas telegrá­ Western. uma participação na tarifa.

ficas que funcionam no país, to­ Venceu, porque, entre outros O Telégrafo Nacional, cobrando

das elas particulares, todas elas motivos a Western manteve seus tarifas mais reduzidas, tinha pre­

estrangeiras, senão de capitais privilégios não consagrados em ferência do público para as men­

estrangeiros, a faculdade de ex­ lei, mas defendidos pela própria sagens particulares. O público

plorar o serviço interior, amplian­ supressão da famosa alínea “ e” . usava as empresas para as men­

do e estendendo suas linhas pelo sagens urgentes.

interior do país, do território na­ Venceu a Western mais uma

cional. vez com seus métodos da aplica­ O Telégrafo Nacional não era

Esse serviço, pensamos nós, deve ção de meias verdades que foram prejudicado pela existência de ou­

continuar como está até agora, usados durante os 100 anos em tras empresas menores, não ofi­

inteira e exclusivamente a cargo que imperou no Brasil. ciais, além da incontestável expan­

do Telégrafo Nacional.” Em torno de 1928, teve o Go­ são que tais recursos vinham dar

verno certa liberalidade ao per­ às comunicações telegráficas e ra-

E acrescentavam: mitir que diversas empresas par­ diotelegráficas.

ticulares explorassem “ a título pre­ Diga-se de passagem, o serviço

“sendo como é a concorrência cário” , serviço telegráfico dentro telefônico interurbano era precá-

das companhias particulares uma do país. cio e ligava apenas Rio, São

das causas, a principal causa, de Ao deflagrar a revolução de Paulo, Belo Horizonte, Niterói e

não se desenvolverem as rendas 1930, funcionavam no Brasil as poucas cidades do interior dos

do Telégrafo Nacional, não se seguintes empresas, explorando Estados do Rio, São Paulo e Mi­

compreende que essa disposição, modalidades de serviços radiote- nas Gerais.

em vez de cercear essa concor­ legráficos:

rência, autorize o Governo a levá- No entanto, dentro do próprio

la às últimas conseqüências”. Agência Americana, com estações Telégrafo Nacional se iniciou um
movimento de má vontade para

em quase todas as cidades prin­ com a existência de tais empre­

Examinavam também a questão cipais do território nacional.

sob o aspecto da segurança na­ Fazia serviço particular e de im­ sas, movido, talvez, por mal com­

cional: prensa. preendido sentimento de defesa,

fomentado, talvez, de alguma for­

A natureza do noticiário colocado ma subterrânea pelo maior inte­
“ sob outro aspecto, e este de no­

tável relevância ainda tornaremos à disposição do Governo depos­ ressado na extinção da concor­
rência.

patente a inconveniência da me­ to, tornaram-na objeto de ódio po­

dida que se contém do dispositi­ pular e no dia 24 de outubro seus Como resultado, logo no início

vo cuja supressão propugnamos.” escritórios e agências foram va­ do Governo da Revolução de 30,

rejados por grupos populares saíram os Decretos n.°s 2.0047 de

exaltados. 1931 e seu regulamento, aprovado
PEQUENO DETALHE

Agência Brasileira, distribuía ser­ pelo Decreto n.° 21 111 de 1932

Com tão abundantes argumen­ viços de imprensa nacional e in­ que revigorou o monopólio do Te­
légrafo Nacional nos serviços de

tos e tão vigorosa demonstração ternacional recebido este pelo rá­ radiocomunicações interiores.

aliada à competência dos seus ex­ dio da agência Aleman Transo-

positores, venceu o ponto de vista cean. Com fundamento nesses atos

contrário à alínea “ e” . Caiu, por­ A S.A. Rádio Cruzeiro que fazia foram fechadas as estações de to­

tanto, a alínea “ e” , em nome do serviço de imprensa para o sul do das as empresas particulares.

progresso do Telégrafo Nacional. país. .. .E a Western voltou a ter o

E a Western venceu. Venceu, A Companhia Telefônica Rio- controle das comunicações tele­

porque a concorrência das empre­ grandense, com serviços parti­ gráficas no Brasil, pois o Telégra-