Page 2 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1966
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TELEBRASIL, traço de união entre as operadoras

* de serviço telefônico e o poder público.

                                         HUGO P. SOARES

A experiênciÆa tem demonstrado como estavam certos aqueles que se de­

cidiram, no ano de 1959, a consituir no país uma poderosa e respeitável

entidade capaz de abrigar e orientar as emprèsas de telecomunicações es­

palhadas por todo o território nacional e de falar, sempre que necessário,

em seu nome e na defesa do interesse comum de tôdas elas.

      Quando lá no Recife, em 1958, a 8 de dezembro, em reunião festiva, de­
cidiu. um grupo entusiasta de homens de empresa, todos êles vividos e ca­

lejados no trato das coisas vinculadas ao nosso sistema de telecomunicações,

partir para a constituição da TELENORDESTE — primeiro passo no sentido
da fundação da grande entidade que, como Federação, teria condições para

congregar as emprèsas concessionárias de serviço de telecomunicações no

Brasil, reunidas, estas, em Associações regionais — ninguém poderia supor,

apesar do entusiasmo e da euforia dos presentes, que a idéia vingasse tão
rapidamente e a TELEBRASIL lograsse, em tão pouco tempo, transformar-

se, como de fato se transformou, no porta-voz que é, presentemente, junto

aos conselhos governamentais, dos operadores de serviço de telecomunicações.

Em Recife, a 8 de dezembro de 1958, foi dado o sinal de alerta, o toque

de reunir, exatamente quando as emprèsas de telecomunicações realizavam a

I Reunião de Emprèsas de Telecomunicações. Fundada a TELENORDESTE,

graças ao esforço de Aloisio Monteiro, Ralph Leça, Marcelo Pessoa. Sá Rorys.

Alfredo Parada Franck, Eric Leça, Alberto Caldas, Francisco Barbera, Osmá-

rio Leite. Alberto Booth, todos êles representando a livre emprêsa do Norte

e Nordeste, e Pedro Renault Castanheira, Augusto de Lima Neto, entre outros,

participantes das delegações da região centro e sul, assentou-se a realização

de uma I I Reunião em Belo Horizonte — onde se fundava, a 17 de maio de

1959, a Telecentro, congregando as emprèsas do centro do País — e, no de­

correr dos trabalhos dessa última, fixava-se, afinal, a constituição da Tele-

Sul e a criação imediata da Telebrasil.

A 4 de setembro de 1959, na cidade de São Paulo, chegava a bom têrmo

a campanha encetada no Recife e em Belo Horizonte, numa assembléia das

mais movimentadas, a que estiveram presentes representantes de emprèsas

de todos os quadrantes do país, desde a Paraíba, ao Rio Grande do Sul.
      Coube à Telebrasil participar de árduas batalhas, de duras jornadas —

em muitas das quais com êxito incontestável. Foi ela a propulsíonadora da

efetiva instauração, no País, de uma indústria nacional de equipamento te­

lefônico — lutando no Congresso,.junto aos órgãos federais competentes, prin­

cipalmente à SUMOC e à Presidência da República, em favor da tese já sus­

tentada pelos fabricantes de equipamento e pela nacionalização da indústria

de equipamento, com garantias incontestáveis de sobrevivência.

Hoje, já dispõe o Brasil de uma indústria adequada, farta e estruturada,

capaz de atender, plenamente. às exigências do mercado reprimido que ai

está aguardando solução.

Por outro lado, caminha o Govêrno, orientado com a maior seriedade pelo

órgãc responsável o Conselho Nacional de Telecomunicações       para um;

política tarifária realista e também adequada, que vem dando nóvo alento

ao organismo exaurido e depauperado da iniciativa particular na operação

de serviço telefônico, asfixiada pelo regime de tarifas vis a que estève sub­

metida até bem pouco tempo. Para que isso ocorresse, muito contribuiu a
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