Page 3 - Telebrasil - Julho/Agosto 1965
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federal, em face da precariedade descrita e, principalmente, da má prepa­
ração dos estudos que lhe são encaminhados, por parte das emprêsas con­
cessionárias, os trabalhos se desenvolvem com lentidão — e quando a tarifa

é aprovada e pode ser aplicada, já está obsoleta e superada.

       O resultado é que as emprêsas são sempre forçadas a cobrar reajustes ta­
rifários retroativos, causa de atritos e aborrecimentos generalizados. Os assi­
nantes reagem mal à cobrança e a inflação desajusta todo o esquema exa­
minado tornando insuficientes os novos recursos concedidos para o custeio

da operação, que, se eram bastante à época em que foram solicitados, ja pou­

co representam ao serem aprovados.

       Por tudo isto, só nos resta encontrar uma fórm ula capaz de assegurar uma
tarifa mínima inicial, anrovada, como padrão, pelo órgão competente aue possa

se* adotada pelas emprêsas. de um modo geral, sem maiores protelacoes. So­

mente com uma tarifa-padrão a ser posta em vigor em todo o territono n a-
cirnal. levando-se em conta determinados fatores fundamentais, tais como o

tino do equipamento operado, o número de linhas existentes, o capital imo­
bilizado e a área de operação, será oossivel contornar as dificuldades, alivian -
do-se o trabalho exaustivo do CONTEL e garantindo-se às operadoras um m i-
rvmo de rent^bi!«dadp indicrv>nsável Ditas tarifa.s-Dadrão poderíam ser re-
vistaç em coniunto. pe’o órgão em ouectão. em determinados períodos, o que
asseguraria, é óbvio, o desafogo burocrático do Conselho e dispensaria as
concessionárias do Droceçcamento em massa de pedidos de correção tarifaria,

quase sempre mal formalizados.           ,

       Não se pode compreender a existência de tarifas diferentes para um mes­
mo tino de serviço, quando o capital imobilizado e o número de linhas opera­
das são idênticos. Quem se der ao trabalho de exam inar o que ocorre no ter­
ritório nacional em função de emprêsas que operam em tais circunstâncias, po­
derá verificar a balbúrdia existente, pois enquanto umas cobram tarifas mais
altas, outras vivem à mingua de recursos, asfixiadas e às portas da falência
__ porque não estio devidamente orientadas e vivem, ainda, sob o güante do
congelamento demagógico, no desconhecimento das facilidades postas à sua
disposição nela legislação vigente, que lhes assegure a rentabilidade indispensá­

vel ao custeio da operação, pelo menos.

      Torna-se. pois. indispensável que o CO NTEL examine, com urgência, tal
problema, e através dos estudos já elaborados pela sua Divisão de Estatística,
estabeleça um critério genérico a ser seguido pelas concessionárias, desde que
se enquadrem na> limitações que o definam e caracterizem. Adotado o cri-
tério geral proposto, como ponto de partida, restaria ao órgão fiscalizador exa­
minar apenas os casos especiais que lhe fõssem encaminhados, sempre que
a tarifa-padrão fo comprovadamente insuficiente, num ou noutro caso, para
assegurar a rentabilidade adequada dèsse ou daquele investimento.

      A solução padronizada atenderá, logicamente, à grande maioria, restando
apenas poucos casos a serem especificamente considerados — e isso represen­
tara tremendo alivio para o CONTEL, com a redução em m assa de processos
em tramitação, sujeitos á apreciação isolada por parte do referido órgão.

      Dirigimos, peias razees expostas acima, um caloroso apêlo ao Conselho
Nacional de Telecomunicações r o sentido de que examine, com o m aior inte-
rèíse. a nossa sugestão — sugestão, aliás, já antes encam inhada, oficialmente,
ao referido órgão pela Federação das Associações de Emprêsas de Telecomu­
nicações — dando, assim adequada e pronta solução para o problema e,
cesta maneira, assegurando maior normalidade e segurança a um serviço que
é vital à segurança nacional e ao desenvolvimento do País.

NOMEADO NOVO PRESIDENTE 1)0 CONTEL

                                                              D .O ., 14-7-65

   O Presidente da República, através       Vice-A3mirante José Cláudio Beltrão
de decretos de 13-7-65, exonerou, a pe­     Frederico, e nomeou, para o mesmo
dido, do cargo de presidente do Con­        cargo, o Capitão-de-M ar-e-G uerra Eu-
selho Nacional de Telecomunicações, o       clides Quandt de Oliveira.
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