Page 22 - Telebrasil - Abril/Maio de 1964
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Finalm ente, com a propaganda multiforme: imprensa, rádio, televisão, lite­
ra tu ra , conferências e filmes, o comunista colima sim ultâneam ente alvos externos c
internos. O principal alvo externo é o isolamento do país vitim a do O cidente, a co­
m eçar pelos E stados Unidos. O alvo interno tem por fim os em presários e stra n ­
geiros, o latifundiário, o g ran d e proprietário urbano e, em certo s países latinos-
-am ericanos, inform a Reidy, o pessoal das Forças Arm adas (.Chile e A rg en tin a) .

          Reidy cham a a atenção para a impossibilidade de auxílio m ilitar russo na
A m érica Latina, devido à reação americana, demonstrado em Cuba. em outubro de
1962. P o r isso a s “operações de conflitov se resum em em g u e rra p o lítica e g u e rra
econôm ica.

          O grande objetivo da G uerra Política é a Organização dos Estados Am ericanos
cujo funcionamento se em perra pela constante alegação de Yankism o (im peria­
lismo y a n k e e ).

          O segundo objetivo é a Aliança para o Progresso, território onde os adeptos
 da extrem a esquerda e os da extrem a direita se encontram de completo acordo.

          A principal m eta da G uerra Econômica é a intervenção desfavorável no cres­
cim ento do produto nacional bruto da América Latina, mediante adoção de pro­
gram as fantásticos de nacionalizações irrealizáveis e ineficientes, confiscos e per­
seguições aos investidores privados.

          P a ra a liquidação do proprietário agrícola, o comunismo sugere o Confisco
A grário sob o nome a todos sim pático de Reform a A grária. Tôda a propaganda do
govêrno sôbre reform as de base combina as técnicas de G uerra Política com as de
 g u erra econômica, ao mesmo tempo que incentiva à inflação e o aum ento dos salá­
 rios, tudo colimando o colapso da sociedade para a instalação da N ova Ordem.

          No atu al govêrno do Brasil, essas técnicas vêm sendo aplicadas com bastante
 intensidade e sob nossas vistas. O produto nacional bruto per capita apenas iguala
 o crescim ento demográfico: o dinheiro já não serve para investimento, nem para
 capital de movimento. Dá apenas para comprar e vender o quotidiano.

          No próximo mês de março o movimento comunista promete arranque final,
 em busca da desorganização social total no Rio Janeiro. Surgirá então, segundo a
 te o ria com unista, a oportunidade p ara “the assum ption of power by a disciplined,
 h ig ly-tra in ed and w el organised com unist elite)} isto é, terem os a ocasião de co­
 nhecer quem são, afinal, os técnicos de conflito que vão assum ir o Poder, e que com
 tan to sucesso, se têm escondido.

           Isso se não forem impedidos pelo Exército Nacional ou pela reação am eri­
 cana, a julgar-se pelo discurso do Presidente dos Estados Unidos no Hotel Statler,
 em W ashington, sôbre balanço do Poder.

           A ag itação p ro g ram ad a é p a ra nos pôr em estado de “ansiedade coletiva :para
 que dela queiram os sair a qualquer preço”, isto é. ao preço de um a g u e rra to ta li­
 tária socialista.

                           FREN TE ÚNICA E GOLPE REVOLUCIONÁRIO

           A inda continuam os explicando a essência das investigações do Reidy. do In sti­
 tuto de Pesquisas da Política Exterior da Universidade da Pensilvânia, sôbre o mo­
 vim ento com unista sul-americano, com aplicação ao caso brasileiro.

           A s duas táticas básicas do comunismo são a frente única e o golpe revolucio­
 nário. A s definições dessas táticas, antes reveladas do que form alm ente anunciadas,
 são calculadamente imprecisas.

           No têrm o frente única cabe a revolução democrática burguesa de Lênine; as
 coalizões partidárias entre setores democráticos e com unistas: e as frentes de li­
 bertação nacional, am álgam a das esquerdas de várias nuanças. — Todos os partidos
 b rasileiro s de hoje são fren te únicas setoriais entre a' sua fração dem ocrática e o
 seu complemento esquerdista.
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