Page 2 - Telebrasil - Setembro/Outubro de 1963
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C l L U E T C A C IL Eli T C 12

                                                                     Hugo Pinheiro Soares

        Conforme o leitor verificará na presente ediçào de TELEBRASIL NOTICIA
  RIO, algum a coisa se íêz, no decorrer dos últimos dois meses, visando à fórm ula
  de solução definitiva para o problema da falta de telefones existente nos g ra n ­
  des centros do país.

        Sente-se a preocupação generalizada em tôrno do assunto e o propósito das
  autoridades de virem a encontrar a solução, desta ou daquela m aneira — m as
  certos de que o problema precisa ser resolvido incontinente.

        É verdade que o tum ulto prevalece, as incompreensões subsistem, a dem a
  gogia ainda lavra, voraz e impressionante — mas o pouco que se tem conseguido
  obter da-nos a convicção de que estamos no bom caminho e de que, m ais hoje
  mais am anhã, haveremos de equacionar o problema, m archando p ara a regula­
   rização adequada e definitiva do sistema nacional de telecomunicações.

        Na presente edição, inúmeros são os casos de novas instalações realizadas
   pela iniciativa particular, operando como concessionárias o serviço telefónico
   no interior do país. Do Rio Grande do Sul à longínqua Paraíba, algo pôde ser
   leito, a duras penas — e novos milhares de linhas se incorporaram ao sistem a
   telefónico nacional, a atestar que nem tudo está perdido.

         Na Capital de São Paulo, após a assinatura do nõvo contrato de concessão
   celebrado entre a P refeitura local e a CTB, será dado início à execução do plano
   ue am pliação da rêde existente, prevista uma etapa inicial de 30 m il linhas.
   Enquanto isso, em Maceió, Itabuna, Ilhéus e cidades do interior do M ato Grosso
   e Paraíba amplia-se e atualiza-se o serviço existente, com pleno êxito.

         Nesta altura dos acontecimentos, chamamos a atenção dos nossos leitores
   p ara o m agnífico topico do “Correio do Povo’*, de Pôrto Alegre, que tra n sc re v e ­
   mos, logo após êste bilhete — que dá bem a síntese da situação nacional, con­
   frontada com a de outras nações, onde tem sido possível investirem se elevadas
   somas no serviço de telecomunicações, sem espalhafato e sem dem agogia.

         No caso citado pelo articulista sulino — a Itália — vemos o interêsse d is­
   pensado ao problema, e o êxito da iniciativa particular, responsável pela explo­
   ração do sistema telefônico daquela nação de tal sorte que, já dispondo o país
   de m ais de quatro milhões de telefones, foi possível aos operadores privados
   in stalar em um ano 308 mil novas linhas — pouco menos de 10% do núm ero
   de aparelhos em funcionamento.

         Pudéssemos nós encontrar condições para atender à dem anda existente no
   país na mesma proporção, e outra, por certo, seria, hoje, a s/tuação de inferio­
   ridade em que nos encontramos em relação aos demais países do globo, onde.
   apesar de ser grande o número de aparelhos instalados e m uito inferior, con­
   sequentemente, a dem anda registrada, tem sido possível, como o foi n a Itália,
   instalar em um ano mais de três centenas de m ilhares de novos term inais.

         Diga-se, de passagem, que a Itália, com seus quase quatro m ilhões e meio
   de telefones — operados exclusivamente pela iniciativa privada — tem m ais
   telelones do que tòda a América do Sul. que possuía em janeiro de 1962 ap en as
   3 475 500, dos quais aproxim adam ente 50% operados por organizações e sta ta is.

         Para que o Brasil possa dar início a um esforço concentrado visando à solu­
   ção de sua crise de crescimento em m atéria de comunicações telefônicas, neces­
   sário será instalarem -se pelo menos uma prim eira etap a de 750 mil lin h as. Tudo
   o m ais que se fizer, e não chegar a êsse algarismo, poderá ser considerado um
   esforço inicial meritório — mas nunca uma solução já em m archa.

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