Page 18 - Telebrasil - Novembro 1962
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cimento de uma indústria nacional de uma cabal solução para a crise nacio
equipamento telefônico representa, na nal de telefonia.
realidade, a base de sustentação de
qualquer programa a ser eleborado A providência que se seguiu,em mar
com o objetivo de propiciar a expan ço de 1960, dava a boa medida do in
são do sistema existente no Brasil. terêsse do Govêrno em assegurar con
dições para o estabelecimento da in
A duras penas, vencendo a barra dústria nacional de equipamento tele
gem que até então se antepuzera à fônico. Em sessão realizada a 9 da-
efetivação da acalentada reivindicação quêle mês e ano o Conselho da SUMOC
dos responsáveis pelo sacrificado sis deliberou de acordo com expressa re
tema de telecomunicações existente no comendação da Carteira de Comércio
país, lograram as emprêsas operado Exterior do Banco do Brasil, apro
ras dêsse importante serviço público, var um plano de nacionalização pro
até então ao inteiro desamparo da pro gressiva da referida indústria em três
etapas, de sorte a permitir 100% de
teção governamental, dar um passo à fabricação nacional própria ou subcon
frente e vencer a primeira dificulda tratada após 31-12-1962 — e desde en
de. Fundadas no nordeste, no centro tão nenhuma concessão foi feita nem
e no sul do Brasil as Associações das quelquer exceção foi aberta as emprê
Emprêsas de Telecomunicações do sas privadas, visando a permitir o
Norte-Nordeste, Centro e Sul do Bra atendimento de pedidos isolados de li
sil (TELENORDESTE, TELECEN- cença de importação para equipamen
TRO E TELE-SUL) , das quais par to telefônico de fabricação estran
ticipa a quase totalidade das emprê geira.
sas de telecomunicações em funciona
A Ericsson do Brasil, a Siemens do
mento no País, e constituída, logo Brasil, a Standard Elétrica e, a seguir,
após, a Federação daquelas Associa a A T E Telefones Automáticos do
ções — a TELEBRASIL — consegui Brasil aceleraram a montagem de suas
ram as concessionárias de serviço te fábricas, que se acham magníficamen
lefônico e os fabricantes de equipa te instaladas nos Estados da Guana
mento interessar o Congresso Nacio bara e de São Paulo, surgindo, então,
nal na solução do problema, obtendo, uma nova indústria nacional, de pri
desfarte, a elaboração do projeto que
mais tarde se transformaria na Lei meira ordem, apta a garantir ao país
n* 3.683, de9-12-1959. farto cabedal de equipamento desti
nado ao serviço telefónico, da melhor
A lei mencionada que representou, qualidade e em quantidade suficiente
como já dizia TELEBRAL NOTICIÁ
RIO em seu primeiro número, em de para abastecer o nôvo mercado e as
zembro de 1959, «o primeiro passo a sim atender às reais necessidades das
ser dado pelas autoridades nos rumos emprêsas concessionárias interessadas
da recuperação de melhores condições na expansão do serviço telefônico a
técnicas para o serviço telefônico — seu cargo.
importante ramo de atividade tão pro
fundamente ligada ao interêsse públi Foi assim, com o apoio dessa nas
co» concedeu facilidades para a im cente indústria, que se tornou possí
portação, por emprêsas industriais vel instalar por todo o território na
cional algumas dezenas de milhares
instaladas no Brasil, das máquinas de novas linhas telefônicas automáti
operatrizes, das peças complementares cas — e somente não foi possível es
e dos materiais específicos sem simi gotar-se o índice mínimo da produ
lar nacional registrado, destinados à ção de equipamento esquematizada
fabricação, no País, de centrais tele
fônicas automáticas, o que significava pela SUMOC em seu plano de nacio
uma providência inicial da maior im nalização porque as autoridades, na
portância no sentido de se chegar a sua grande maioria, principalmente
nos grandes centros, não quizeram por