Page 12 - Telebrasil - Junho/Julho 1961
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ve a Paulista, além de outros gran                    Mas acontece que a Companhia Pau
des serviços, o de sua e le t r ific a -           lis t a não podia em itir papel-moedã
                                                   Seus fe rro v iá rio s reclamavamj não
tão. Desaparecidos os dois grandes                 sem fundamento, a "equiparaçao" de
 r a s ilç ir o s , veio , a fin a l, para a       seus vencimentos aos das estradas
presidência da empresa, o melhor -                 do Governo, $anto mais quanto era
discípulo de Monlevade, Jaime Cin­                 intenso o trafego mutuo entre elas.
tra , que. durante anos, com admira
v e l heroísmo* procurou defender ô                   A elevação de ta rifa s podeAresol
patrimônio tçcnico e administrati­                 ver o caso dos poçtos, que tea) ex­
vo que lhe fora confiado das inces                  clusividade de tran sito, mas e ino
santes investidas da demagogia e -                 perante no caso das estradag de -
da egtupidez, que agora acabam de                   fe rro , que sofrem a conçorrencia -
abate-la. Ma§ seu nome fic a ra gra­                das rodovias paralelas as suas l i ­
vado na h istoria fe rro v iá ria do               nhas, construidas com recursoq da
B rasil como o de um grande enge- -                 Nação. Elevando as ta rifa s alem de
nheiro, de um grande carater e de                   certo lim ite * a estrada de fe rro -
um grande patriota.                                 perde seu trafego para as rodovias.

                        •••                            Presa entre as duas pernas de -
                                                    uma tenaz, de um lado o aumento -
   Não f o i o_eminente Governador do               forçado da (Jespesa com as eleva- -
Estado de São Paulo quem desferiu                   cões $e salarios impostos pelo Po­
na P a q lista Ao golpe de morte. Ao                der Publico, q, de outro, a concor
contrario, ele tentou por todos os                  rência rodoviária, fo i a Paulista“
meios preservar sua existência,                     esmagada pelo conluio do impatrio-
subvencionando-a com recursos do -                  tismo e da estupidez.
Estado e ^pelando para o Presiden­
te da Republica.                                        0 Governo de São Paulo não deve,
                                                    entretanto, por motivos de ordem -
    Quem praticou o crime d§ des- -                 moral e in stitu cio n a l, perm itir o
tru ir a mais ilu s tre empr.esa do -                "confisco" de propriedade,_que re ­
B rasil f o i a demagogia s a la ria l -             su ltaria da compra "das ações" da
praticada pelos homens que nunca -                   Paulista por qualquer coisa pareci
hesitaram em s a c rific a r conçiente-              da com sua cotação em Bolsa. Por­
mente o B rasil a seus interesses -                  que isso importaria em apossar-se
e le ito r e ir o q . Os fe rro v iá rio s , co­     o Estado,Asem pagamento, de um
mo os portuários e os marítimos, -                   grande acervo d£ empçêsa por êle -
constituem tres grandes focos de a                   proprio levada a falên cia. Seria -
 tração para o exercício dessa demã                  um caso típ ic o de "Abuso do Poder
gogia. Primeiro porque deles depen                   Economico", em plena ordem do dia.
de o funcionamento de gerviços es­
 senciais a economia e a yida do -                      Dizer que o valor da estrada de
país. Se uma ou se dez fabricas de                   fe rro * cqm todo o seu aparelhamen-
 tecidos ou de calçadosAdeixarem de                  to, nao e o valor atual de seus -
funcionar durante um mês, a popula                   bens nerç ta lvez o seu valor de cus
ção continuará a viver dos esto- -                   to h is to ric o . alegando que o valor
qqes dgssas mercadorias; mas não -                   de uma propriedade e derivado do -
ha governo que re s is ta a uma para-                valor da renda líqu ida que ela é
liza ç ã o to ta l dos transportes du­               capaz de produzir, seria in a p licá­
rante semanas.                                       vel ao caso, malq ainda d iscu tível.

    Foi essa a arma de chantagem de                     Apossar-se porem o Estado também
que os líd e r e s e le it o r e ir o s Ase ser      das terras e matas que a Estrada -
viram para arrancar,dos governos -                   adquiriu durante dezenas de anos,-
salarios de fe r r o v iá r io s , de marí­          em vez de beneficiar seus acion is­
timos e de portuários* muito supe                    tas com a reavaliação do a tiv o , se
r io re s aos das profissogs congêne­                r ia um confisco imoral.
res em capacidade e esforço. De,um
estudo comparativo, realizado há -                       Toda a In ic ia tiv a privada do
alguns anos atras, v e r ific a -s e que             País, que o Presidente Janio Qua -
                                                     dros prqmeteu p restig ia r como e le ­
um agente de estação de 2* classe                    mento básico do squ desenvolvimen­
                                                     to economico, esta de luto pela -
da Central do B rasil ganhava mais                   destruição do mais honroso de to -
do que o Juiz de D ireito da Comar­                  dos os seus fe it o s " .
ca e que umAsimples guarda-chaves
ganijava o dobro do trabalhador da                       TAXAS DA TKBASA: NOVO AUMENTO
industria que funcionava defronte
da e s ta ç ã o ... Is to em Minas; c a l-            ("Jornal da Bahia - Salvador-20-6-61)
cule-se^no Piauí.
                                                                 Sublinhando que os encargos -
   Foi nesse regime que se criou o                da TEBASA não permitem que ela se des
mais grave dos problemas fin an cei­              cuide das suas responsabilidades, mor­
ros com que se deÇronta atualmente                mente no setor económico-financeiro o
o País: Q de um d é f ic it de opera -            Sr. RenatoAB rito . superintendente da­
                                                  quela empresa, d isse, ontem, a reporta
 ão da Rede F erroviária Federal e                gem de JB que as atuais taxas de depo
  a Marinha Mercante da ordem de 50
bilh ões de cruzeiros por ano. Ês-
s§s d é fic it s são cobertos pelo Go­
verno Federal com emissões de pa­
pel-moeda.
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