Page 15 - Telebrasil - Agosto Extra 2003
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Depois da era de vacas Fornecedores
gordas em 1999, 2000 e
2001, as empresas
fornecedoras de serviços e em busca
equipa mentos e
telecomunicações têm
passado por tempos difíceis da recuperação
desde o ano passado. A
estagnação da economia Augusto Góes
brasileira e, principalmente, o
fim dos esforços de egundo pesquisa feita pela Abe últimos doze meses. “A crescente con
antecipação de metas de S prest - Associação Brasileira de solidação das operadoras as tornou
universalização das Empresas Prestadoras de Ser muito poderosas na hora de negociar
viços em Telecomunicações, 80% das
operadorasdeu um golpe preços e condições de pagamento”,
empresas do segmento tiveram uma avalia Herold Weiss, presidente da
que o setor ainda tenta
percepção de queda de preços nos Abeprest. Nesse panorama, as opera
absoiver. contratos que varia de 5% a 30% nos doras tendem a destinar seus investi
mentos nas mãos de poucos fornece
dores, que subcontratam os prestado
res em geral. O diretor de desenvol
vimento de negócios da A lcatel, José
Yazquez, revela, por exemplo, que a
empresa financiou 100% dos contra
tos que fechou nos últimos anos com
empresas como Intelig, Oi e Pégasus.
“Nos contratos atuais, os prestadores
de serviço têm de arcar com todas as
despesas iniciais e só começam a ter re
torno 60 ou 90 dias depois. Quem não
tem uma sólida estrutura financeira não
sobrevive”, explica Weiss, citando como
conseqúência o fato de haver hoje me
nos de 15 empresas atuantes em redes
externas no Estado de São Paulo, con
tra mais de 150 até 1997.
Trabalho e investimento
Outro efeito dramático é no nú
mero de empregos: a mesma pesqui
sa da Abeprest revela que mais 30 mil
postos de trabalho desapareceram
entre 1997 e 2002. Além disso, os téc
nicos mais onerosos são substituídos
por mão-de-obra mais barata e, con-
seqüentemente, menos qualificada.
“Nos próximos anos, os consumido
res vão perceber o reflexo dessa polí
tica, que vai aparecer na piora da qua
lidade dos serviços prestados”, con
clui o presidente da Abeprest. Ele
acrescenta que nem a tendência das
carriers em terceirizar cada vez mais