Page 29 - Telebrasil - Junho/Julho 2002
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termo política industrial, que já foi sinal de protecionis
mo, caiu em desuso. Agora o conceito volta, revigorado e mais
tiustríal no Brasil, estão com o Estado, mas que precisam ser transferi
pragmático, direcionado para tecnologia, inovação e educação.
A política industrial passa pelas atividades de P&D que,
das, em parte, para a iniciativa privada.
Antonio Barras de Castro Eeazar, Ccutinho e outros
Professor da UFRi (ex-PR do BNDES) 8K0ËS, ünicamp...
Despreparados Sendas do
para o Mundo atuai Desenvolvimento
Nossa indústria tem poucos setores de ponta, geramos No Brasu, apesar aas exceções, houve falhas na parceria
pouquíssimas patentes e temos dificuldades com a umversiaaoe-.ncuscia. .Vias ocomem melhoramentos, como
educação. A economia brasileira continua retardada e está na criação ce incubadoras para novas empresas de tecnologia
despreparada para o mundo contemporâneo. Há duas e nas iniciativas fora oos granaes eixos. Um grande desafio
propostas: a ) utilizar programas setoriais de substituição de do BNDES e como atenoer a vários ciclos de financiamento
importações para "recuperar o tempo perdido"; e b) des- (Eleazar de Carvalho - presidente do BNDES).
íanchar uma economia do conhecimento.
Frente à globanzação, na aécada de 90, a indústria brasneira Nos setores químico, ao compiexo eietrônico e de bens de
se adaptou. Praticou o enxugamento e a terceirização. capitais, as empresas nacionais perderam capacidade de
Resistiu menos ás mudanças corno fez o Leste Europeu e o desenvolver tecno.ogia. Como consumidor, o País vai até
restante da América Latina. Operou com restrições ao bem, porém o mesmo jé não acontece quanto a produção
endividamento causado por juros altos. de bens oe a.to ccme-co tecr.oióçico. (Luciano Coutinho
- professor da ünicamp).
As empresas optaram por fazer artigo similar ao importado, 0 Brasi é o 43.“ coiocaoo na lista ao PNUD que classifica 70
a preços compettivos, e ganharam o mercado interno com países quanto à precação, oesenvoivimento e disseminação
o uso de m arketing e preços prom ocionais. Não de tecno.ogia oa imcrmação. Apenas 5% da população bra-
conseguiram conquistar, porém, os mercados externos, já si.eira acessam a internet Dos 5,5 mil municípios brasneiros,
saturados. A estratégia das empresas brasileiras é apenas 350 têm acesso a Internet locai (Rodrigo Baggio -
"im itativa". 0 País está, porém, a meio caminho do Comité para o Desenvolvimento da informática).
consumo de massa para muitos produtos.
A soiuçào para a indústria brasileira está na diferenciação Os 9 mil cientistas oas nossas empresas devem competir
ba tecnologia de seus produtos, com o objetivo de que nossa com os 80 mii (5 mii PnDs; aas empresas coreanas. Cientista
pauta de exportações não caia na vaia comum das na empresa gera patentes. A parceria universidaae-empresa
commodities ou na margem insignificante gerada por produz acesso ao conhecimento (ensina a pescarj. A
produtos meramente copiados. umversiaaae (iTA) educa e a empresa (Embraer) gera
tecnoiogia. Pesquoaaor na empresa diaioga com o cientista
na universiaaae (Brito Cruz - Fapesp).
CGT, CUT e Força Sindicai já formaram 588 mii trabalhadores é preciso recuperar o conceito de P&D (gerar inovação e pro-
para o País. As escolas técnicas serviram para preparar a duto que superem a tecnoiogia anterior). Sumiram do Brasil
ciasse média para ingressar nas universidades públicas as empresas ae engenharia e a criação de protótipos. Como
(Carlos Gonçalves - Força Sindical). o risco de oesenvoiver produto é alto, as empresas optam
por comprar no exterior. (Roberto Nicolsky - Sociedade
Brasileira Pró-Inovação Tecnológica - Protec).