Page 13 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 2001
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Provocação  2:                                 Provocação  3:


                              U N IV ER S A LIZA Ç Ã O                        C O N TEÚ D O
                   m

                              a idéia é  levar o serviço básico a             foco cada vez mais
                                                                              importante  para
                              todos, sem inadimplências
                                                                               novos serviços
                       E o segundo pilar do modelo da privatização. As metas de univer­
                      salização inseridas nos contratos de concessão das incumbents estão   Será cada vez mais importante a gera­
                      sendo basicamente cumpridas. Um dos obstáculos à universalização   ção de conteúdo da informação, para pre­
                     é a demografia desigual do País, com áreas quase desertas e outras   encher a capacidade disponível dos mei­
                     com muita gente. Ocorre também outra limitação à demanda, cuja   os de telecomunicações. Forma-se uma
                     causa última é a má distribuição de renda da população.  nova  cadeia  de  valor  na  indústria.  A
                       A equação do serviço local é traduzida por um cenário em que as   retransmissão  de  atividades  esportivas
                      classes A e B já estão atendidas e as C, D  e E não têm recursos para   passa a ser, por exemplo, importante item
                     gerar tráfego rentável. Hoje, 90% do tráfego originado no País pro­  nesse conteúdo. Por outro lado, o acesso
                     vêm da planta fixa.                                      ao conteúdo - seja por cabo, satélite, pelo
                       A classe média gasta de R$ 54 a R$ 59 por mês em telefonia fixa,   sem fio ou pela rede de cobre - desempe­
                      ao passo que o pobre desembolsa R$ 20 a R$ 30 e a inadimplência   nhará cada vez mais um papel central no
                      é alta (6%). Foram cortados 2,6 milhões de telefones por falta de   mercado das telecomunicações. As comu­
                      pagamento (Folha de São Paulo, de 7 de outubro de 2001). O   nicações, em banda larga, permitirão con­
                     celular pré-pago é utilizado muito mais para receber do que para   teúdos multimídia convergentes, como   13
                     gerar chamadas.                                          vídeo e Internet.                    j


                                 Provocação  4:  U N B U N D L I N G


                                  uma abertura essencial aos negócios                                              TELEBRASIL/novembro-dezembro



                        No unbundling ou desagregação, uma empresa abre suas facilidades de acesso local a um concorrente. O  acesso
                      ao cliente é essencial a qualquer operadora. O  subsolo das cidades é uma selva de dutos e cabos e novas operado­
                      ras preferem negociar meios de acesso com as incumbents. O assunto está sendo discutido pela Anatei há dois
                      anos e uma solução pode estar próxima. A partir de 1999, os EUA obrigaram ao unbundling do acesso local e a
                      União Européia já fez o mesmo, recentemente. Por isonomia, o que a empresa faz para ela mesma deve permitir ao
                      competidor. Com a abertura total do mercado em 2002, uma concessionária para se expandir até outra região terá
                      provavelmente que negociar o unbundling com a incumbent da região. A reciprocidade deverá prevalecer.
                        As incumbents, no Brasil, têm sido relutantes em abrir seu acesso local aos concorrentes. Sob auspícios da Anatei,
                      já houve até grupo de trabalho que se bipartiu em Telefónica, Brasil Telecom e Telemar de um lado e Vésper, GVT,
                      Embratel e Intelig de outro.
                        O    unbundling envolve acordos de aluguel de facilidades, por um justo preço, e para a colocação de equipamen­
                      tos. Existe as modalidades de cessão do par de cobre (full unbundling), de parte da banda de freqüência do par
                                                   telefônico  {Une sbare)  e de uma seqüência de bits  (bitstream) sobre  uma
                                                   estrutura existente. Assuntos aparentados como o unbundling são o direito
                                                   de passagem e a interconexão. No primeiro, atores como municipalidades,
                                                   ferrovias e gasodutos viram fontes de renda ao alugar facilidades para ope­
                                                   radoras de telecomunicações. O  aluguel mensal do metro linear de um duto
                                                   pode chegar a R$ 2 no Rio de Janeiro e R$ 11 em São Paulo. Já os contratos
                                                   de interconexão refletem direitos e deveres, com cláusulas comerciais dos
                                                   atores interligados. Na prática, é um assunto complexo. Uma espelho teve
                                                   que se ligar a 13  mil centrais distintas para completar as necessidades de
                                                   sua interconexão.
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