Page 12 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 2001
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da concorrênciaem








            Em  2002,  o  mercado  das  telecomunicações  estará  aberto  à

           concorrência.  Na  prática,  o  arcabouço  continuará  com  três
        TELEBRASIL/novembro-  constelação  de  concorrentes.  A  agência  reguladora  vai  arbitrar  uma  nova  situação
           grandes  concessionárias.  0  serviço  de  longa  distância  e  o

            mercado  corporativo  serão  disputados  ferrenhamente  por  uma



           complexa  e  será  alvo  de  pressão  crescente,  por  parte  dos  descontentes.





                     Provocação  1 :  COMPETIÇÃO                                     No Brasil, a competição funcionou bem

                                                                                   no serviço de longa distância, razoavelmen­
                         dar ao usuário o direito de escolha                       te na telefonia celular e mal na telefonia
                                                                                   fixa. No serviço de LD, a espelho Intelig
                                                                                   consolidou-se  como  com petidora  da
             É o primeiro pilar do modelo da privati­  altos preços das licenças,  tarifas desesti-   incumbent Embratel, abocanhando cerca
           zação apregoado pela Anatei. Para funcio­  mulantes e investimentos adicionais.  de 1/3 do mercado. As espelhos GV T e
            nar, requer regras claras de aplicação rápi­  Qualquer mercado sadio, em tese, tem a   Vésper apenas arranharam (2%) o merca­
           da e a presença ativa do órgão regulador e   capacidade de absorver apenas um número   do das incumbents e hoje se definem como
            do legislador anti-trustes.        lim itado  de  empresas.  O  excesso  de   empresas de nicho.
             No caso do STFC (ServiçoTelefônico Fixo   players, como no Chile, ao invés de esti­  Os  newcomers  celulares  da  Banda  B
            Comutado), pode levar décadas para que um   mular a  concorrência pulveriza a oferta.   tiveram que lutar com as empresas celula­
            newcomer ou entrante, ainda que com me­  Aqui, a margem EBDITA* entre opera­  res  da  Banda A  oriundas  da Telebrás  e
            nos obrigações contratuais -  eles prefeririam   dores fixos (35%) e móveis (37%) está con­  conseguiram, em pouco mais de três anos,
            não ter nenhuma —, se iguale a uma incumbent   vergindo. Os atores que já estão no merca­  cerca de 30% do mercado. Os operadores
            dona de  ativos  existentes  que  adquiriu  da   do querem um mínimo de obrigações para   fixos e celulares já não se vêem como mei­
           Telebrás. Dentre os obstáculos para compe­  si e  são  contra  a ausência de  obrigações   os complementares de comunicação e sim
            tir, citam os newcomers, barreiras regulatórias,  para os novos entrantes.  como competidores.
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