Page 48 - Telebrasil - Julho/Agosto 1997

ESPECIAL
c o m p e t i ç ã o
R o o s e v e l t N o g u e i r a d e
0 evento teve por base a expectati­
va de uma enorme demanda por
profissionais qualificados, a ser
produzida pela abertura do mer­
cado brasileiro de telecomunicações.
A conferência à distância ocorreu em 18
de junho e foi gerada nos estúdios do
Rio de Janeiro da empresa de TV a cabo
KeyTV Comunicações Ltda.
Promoção da Telebrasil-Associaçüo
Brasileira de Telecomunicações e da
própria KeyTV, contou com a partici­
pação de Gilberto Geraldo Garbi (NI X');
Raphael Roger Douek, (RD Telecomu­
nicações); Mauro Soares de Assis
(Minicom e UFF-Universidade Federal
Fluminense) e de Juarez Sagebin Correa
(CRT-Cia.Riograndense de Telecomuni­
cações).
Patrocinada pelas empresas Iridium e
Lucent, tal como a um programa de te­
levisão, a teleconferência foi assistida ao
vivo cm auditórios da Telesp, Telern,
Telpa, CRT, Ministério das Comunica­
ções e Telebrás. Após as palestras, um
espaço foi aberto para perguntas, que
podiam ser enviadas por Fax ou pela
Internet.
Experiência internacional
Com larga experiência internacional, o
primeiro palestrante, o engenheiro
Rogcr Douek dividiu sua apresentação
em sete itens, assim denominados:
“Brazil Telecom Inc”, “Experiências de
Treinamento”, “Pesquisa Telebrasil”,
“Cardápio de Cursos para Empresas
Operadoras”, “Filosofia de Educação”,
“Metodologia do PTT Holandês” (com
os subtítulos: “Os Métodos” e “Os Pas­
sos de Cada Método”) e “Conclusão:
Treinando os Instrutores”.
Inicial mente e de forma resumida,
Douek abordou as mudanças que estão
D e o l h o n a s a l t e r a ç õ e s e m c u r s o — p r i v a t i z a ç ã o
— p a r a a s t e l e c o m
d i s t â n c i a d i s c u t e a f o r m
chegando. Lembrou que a nova Lei Ge­
H o l a n d a
ral de Telecomunicações (LGT) está as­
sentada sobre os pilares da competição
e da universalização.
Competição
A competição, segundo Douek, pressu­
põe que num futuro próximo os usuári­
os brasileiros de telecomunicações po­
derão ter a Embratel sob controle
acionário privado (provavelmente a par­
tir do ano que vem).
Na opinifio dele, a partir de 1998 ou
em 1999, no Brasil se poderá então, es­
colher entre a Embratel privatizada ou
outra empresa ( \irricr de serviços inte­
rurbanos.
O u s u á r i o b r a s i l e i r o
a s c e n d e r á a o m e s m o
a u d o n o r t e - a m
q u e p o d e e s c o l h e r
e n t r e a A T & T ,
o u S p r i n t
— "Desse modo, o usuário brasileiro
ascenderá ao mesmo grau do norte-ame­
ricano, que, ao fazer uma chamada in­
terurbana, pode escolher entre a AT&T,
MCI ou Sprint”, disse.
Segundo pilar
Abordando o segundo pilar — a uni­
versalização dos serviços — sobre o qual
baseia-se a nova LGT, Douek afirmou
que ele trata diretamente da necessida­
de de que as taxas de penetração do ser­
viço telefônico no Brasil (“ridiculamente
baixas“, em sua opinião) têm que subir.
Deu como exemplo a área rural, onde
estima que nada menos que 90% das
propriedades rurais não dispõem de te­
lecomunicações adequadas. Observou,
e
u n i c a ç õ e s , u m a c o n f e r ê n c i a a
a ç ã o d e m ã o - d e - o b r a .
no entanto, que isto não se dá por falta
de poder aquisitivo, mas por uma ab­
surda escassez de oferta.
Mudanças na sociedade
Chamando atenção sobre as mudanças
ocorridas na própria sociedade brasilei­
ra, Douek lembrou que há apenas alguns
anos havia mais população no campo do
que nas cidades. Uma acelerada urbani­
zação do país, alterou esse quadro, ge­
rando demandas específicas na área de
telecomunicações.
Em sua opinião, a exemplo do consu­
midor norte-americano, o consumidor
brasileiro começa a se sofisticar e a
produzir demandas não só por mais e me­
lhores produtos e serviços, mas também
por direitos, criando novos desafios para
os departamentos comerciais e de opera­
ção das empresas telefônicas brasileiras.
e r i c a n o \ Douek argumentou que o excessivo
crescimento da frota nacional de veícu­
los particulares, sem o correspondente
M C I
e necessário aumento das vias físicas de
escoamento de tráfego, estrangula cada
vez mais o trânsito de automóveis nas
cidades brasileiras.
Rofíer Douek
Isso torna cada vez mais difícil (pelo
menos nas grandes cidades), a locomo-