Page 71 - Telebrasil - Julho/Agosto 1994

A Q U A L I D A D E T O T A L D E P R O D U T O S E S E R V I Ç O S

A Força da qualidade total

Quanto mais se expande o comércio internacional, mem - primeira e última matéria-prima da qualidade.

mais aumenta a disputa pela conquista de espaços na Abrindo o ciclo de palestras, falou o professor Gre­

comercialização de bens e serviços. Introduzido pelos gorio Bouer da USP. Em seguida, apresentaram con­

países desenvolvidos, surge um ingrediente novo: a ferências representantes de empresas estatais: Juarez

batalha pela Qualidade. Tào rigorosa quanto simples, Quadros, da Telebrás (sua conferência é enfocada em

a regra agora é: quem nào tiver qualidade certificada outra parte desta edição.); Osmir Fiorelli, da Telepar;

em seus produtos, nào terá como colocá-los em com- Gilson Rondinelli Filho, da Telesp; Sizuo Arakawa,

petiçào no mercado. presidente da Telebahia e Júlio Boechat Braga, presi­

Com o apoio de empresas como Pirelli, Equitel e dente da Telemig.

Editei, além da Telepar, o XXVIII Painel Telebrasil, Pela iniciativa privada, falaram ainda o norte-ameri­

ocorrido de 21 a 24 de maio, em Curitiba, PR, tratou, cano William Copeland, da Tandem Computers; Rui

justamente, da "Qualidade Total de Produtos e Ser­ Leme Alvarenga, da Seicom; Foad Shaikhzadeh, da

viços". Foi um verdadeiro curso de atualização sobre Furukawa Industrial S/A; Jairo Martins da Silva, da

o tema. Demonstrou-se, de forma cabal, que a quali­ Equitel; Hans Gerhard Schorer, da Abricem, e o con-

dade dos produtos e serviços começa e termina no Ho- suitor Roberto Lopes Leme. (R.n.h.)

Bouer

Modelos de segunda geração

epois do pronunciamento de abertura
D você precisa reduzir a variabilidade do das fabricas, a qualidade ja nào e mais a

processo produtivo. De tal maneira, que
simples identificação de produtos defei­
do presidente da Telebrasil, Eng. Luiz
Carlos Bahiana, o prim eiro palestrante do todas as unidades produzidas estejam tuosos. Tempo de ciclo, custo, entrega, e

dia foi o p rofe sso r da USP, G regório dentro dos limites especificados e nenhu satisfação do consumidor, são algumas

Bouer, da TQS Engenharia, que escolheu ma delas tenha de ser descartada. A das dim ensões da Q ualidade Total já

o tema "Q ualidade Total - M odelos de questão ó deslocar-se do controle do pro observadas em diversas empresas".

Segunda Geração". De início, ele afirmou duto para o controle do processo", disse. Mais adiante, disse Gregorio Bouer:

que a qualidade e a profundidade das Continuando, assegurou o palestrante "Pelo menos um ponto fraco pode per­

abordagens dos programas ocidentais da que "a necessidade de adequação ao manecer em empresas que sistematica­

Qualidade Total têm melhorado nos últi­ custo tornou o conceito da qualidade mente buscam satisfazer as necessidades

mos 15 anos. "É com preensível que o m ultidim ensional. Em 1950, o conceito latentes dos seus clientes. Essa fraqueza

modelo ocidental para im plantar essas era o de uma certa porcentagem de pro­ não é resultante dos processos de pro­

duas novas dimensões seja, por questões dutos defeituosos. Hoje, mesmo no piso jetos e produção praticados, mas da va­

culturais ou a m b ie n ta is, d ife re n te do riável velocidade e da propriedade da

modelo japonês", acrescentou. melhoria e mudança".

Explicando alguns conceitos básicos — Quando as em presas ocidentais

da Qualidade Total, Bouer disse que, con- descobriram que os programas da Quali­

siderando-se de um ponto de vista mais dade Total haviam sido uma das mais

atual e nao apenas da perspectiva his im portantes molas propulsoras usadas

tórica, a adequação ao padrão, usada iso pelas empresas japonesas para alcançar

ladamente como uma definição da qua a liderança em muitos "produtos e mer­

lidade, tem duas fraquezas: a primeira, é cados", elas começaram a fazer algo si­

a noção de que a qualidade pode ser m ilar. Na realidade, não foi tão fácil e

alcançada através da inspeção. A se­ tínhamos uma serie de duvidas sobre a

gunda é a negligência em relação às ne­ possibilidade de seguir a abordagem ja­

cessidades do mercado. Outra fraqueza é ponesa. Mas, apos alguns anos de dis­

que se trata de uma abordagem de custo cussões, estudos e experimentos, as rea­

ções dos mercados nos obrigaram a agir.
mais elevado. E acrescentou:

Tendo descoberto a essência da abor­
- Afastando-se dos altos custos do

dagem da Qualidade Total, as empresas
ín s p e c tin g q u a lit y in e através do b u il
ocidentais estão tratando de mtroduzí-la
d in g q u a lity in , as empresas japonesas,
em suas próprias organizações. Levando
no início dos anos 70, deslocaram se
em conta nossa cultura e experiência,
para o nível subsequente da qualidade.

estão construindo seus próprios progra­
Adequação ao custo significa alta quali­

mas, desenvolvendo e adaptando suas
dade e baixo custo. Para se ter redução

de custo m antendo qualidade elevada, Professor Gregório Bouer ferramentas" - enfatizou Bouer. (J .P )