Page 12 - Telebrasil - Maio/Junho 1993
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A Telebrás faz distinção
entre o uso social e o uso
empresarial das TCs.
Os grandes usuários dizem
estar confusos e vão (E-D) Roberto Gadelha
montar uma associação de (FebrabanX Franciso
lobby junto a Brasília. Egreja fPetrobrás),
Luiz Denucci
(Telebrás^ e
Klebcr Magalhães
egundo Luiz Felipe Denucci Mar
(WC&.A).
S o sistema Telebrás (vide Con
tins, vice-presidente da Telebrás,
juntura) está atingindo o equilí
brio tarifário entre o social e o em
presarial. Para Denucci, as telecomu
nicações não são um bem apenas pa
ra as elites e sim devem ser socializa fazer para implementarem suas redes.
das para que a sociedade delas se be mento da Telebrás, no valor de US$3,1 Roberto Gadelha, diretor de TCs
neficie. No Brasil, o direito de acesso bilhões, com possibilidade de 20% de do City Bank e representante da Fe
ao serviço ou autofinanciamento é al acréscimo, estava para ser sanciona deração Brasileira de Bancos-Febra-
to e a conta média mensal de US$6,5 do pelo presidente da República. O ban está à testa de um movimento
por usuário é relativamente baixa. contrato de gestão Felebrás-Governo associativo para defender coletivamen
Nos EUA, custa cerca de US$300.(X) estava sendo aguardado e a venda das
para se ter acesso ao serviço telefôni ações da Lelebrás, anunciada. Quan te os interesses dos usuários de comu
nicações. Segundo ele, é preciso que
co c a conta média é de US$15.00. to à democratização do capital, 76% a revisão do Código Brasileiro de Te
No Chile estes valores são, respecti» do capital total da l elebrás estão em
vamente, de US$700.00 e US$11.00. mãos privadas e apenas 57% das or lecomunicações estabeleça claramen
te o que é atuar socialmente e empre
Denucci se mostrou otimista quanto dinárias — com direito a voto — e
ao futuro do sistema Telebrás e disse 4% das ações ordinárias estão em mãos sarialmente, ao se fixarem tarifas pa
que vamos chegar ao ano 2000 — da da União. A Telebrás é a mais priva ra os diversos serviços de telecomuni
qui a 7 anos —¦ com 22 milhões de tizada das estatais, concluiu Denucci. cações.
terminais, mais ou menos o dobro do No setor privado, usuários de tele Ligado ao setor de grandes ban
que hoje existe no país. E tudo isto comunicações também tem opiniões, cos, Kleber Ribeiro de Magalhães, da
será feito com uma maioria de recur por vezes discordantes, com as do seg CM&A (ie/a-se IBM), que trabalha
sos próprios. mento estatal. Muitos dos grandes com serviços de telecomunicações de
Ao ser escrita esta matéria, o orça usuários se queixam dc indefinições valor agregado para o mercado finan
sobre o que podem, ou não podem ceiro internacional, disse que sua em
presa firmou acordo com o satélite
Panamsat, mas que ainda não o esta
utilizando, por aguardar uma melhor
definição do Governo. Walter Freire,
da área de TCs da Varig, uma empre
sa com extensa rede de telecomunica
ções privadas, é outro que se queixa
do clima de indefinições da Telebrás.
Os grandes usuários têm grandes
redes e grandes interesses a zelar quan
do se trata de TCs. Só a Varig, por
exemplo, tem um gasto mensal de
US$1,5 milhão com suas telecomuni
cações, incluindo US$820 mil para ser-
viços internacionais, dos quais mais
da metade são prestados pela Sita.
Todos nós somos — “ Na nossa rede trafegam co
usuários dc TCs, municações dc dados, voz, texto e ima
alguns, porem, mais
que outros. gens” , adiantou Amilcar Vinas Bina.
da Varig. A empresa opera com 335