Page 9 - Telebrasil - Maio/Junho 1993
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Privatização
ou não das
telecom unicações:
uma questão que
desperta crescente
Gaspar Viana tem ate h \ro publicado sobre interesse.
o tema
Inglaterra e Chipre, privatizaram e des a troca de documentos entre bancos. comunicações no país, que é a da eco
regraram suas telecomunicações. A telefonia móvel celular é outro ser nomia de divisas, como bem obser
Nos próprios EUA, a administra viço que está revolucionando a vida vou Luiz Carlos Bahiana, diretor-pre
ção Clinton quer que troncos de fibra dos profissionais,“ colocando o mun sidente da Equitel e presidente da TE-
óptica sejam do Estado, por se tratar do em suas mãos” , disse Edmundo LEBRASIL. Para Raul Antonio Del
de um meio essencial para difundir Brandão Dantas, da Telebrasília. Fiol, diretor de telecomunicações da
informações para fins educativos. Ao Um dos aspectos importantes das Promon — uma empresa voltada pa
justificar tecnicamente seu ponto de telecomunicações é o de sua política ra o fornecimento de sistemas — a
vista, Bittar disse que a quebra total industrial que tem sido regida pelo existência de um vigoroso segmento
do monopólio tende a causar proble modelo monopsônico (muitos forne fornecedor de bens e serviços de tele
mas de conectividade e de arquitetura cedores para um só comprador) do comunicações é uma fonte geradora
de redes. sistema Telebrás. De acordo com Car de empregos, diretos e indiretos, de
Já na opinião de José de Alencas- los de Paiva Lopes, diretor de pes alto nível tecnológico para o país.
tro e Silva, por longos anos presiden quisa e desenvolvimento da holding, Diversos assuntos estão sendo ob
te da Telebrás, o desempenho de uma a política é dar prioridade aos produ jeto de revisão no sistema Telebrás,
empresa, seja ela estatal ou privada, tos fabricados no Brasil, que cm últi passado o verdadeiro furacão de Por
depende de um gerenciamento com ma análise têm levado a um custo tarias emitidas durante o governo Col-
petente. Ele bateu na tecla de que no operacional menor para o sistema de lor e hoje questionadas por sua lógi
Brasil a ineficiência estatal está liga telecomunicações. “ Do ponto de vis ca neo-privatizante. Dentre eles, o da
da à má escolha de dirigentes, defini ta técnico, nossos sistemas de teleco política tarifária, resumida na expo
dos por critérios políticos e não — municações são modernos e levam pa sição de motivos sobre a “ política de
como na empresa privada — pela ex ra fora uma boa imagem do Brasil” , crescimento autosustentado do siste
periência e qualificação profissional. acha Paiva Lopes. ma Telebrás” . Trata-se da Exposição
De maneira semelhante. Haroldo Há uma outra vantagem na manu de Motivos n° 20, de 22.12.92, da
Corrêa de Mattos, acredita que pou tenção de uma base industrial de tele Secretaria de Planejamento e Coor-
co importa se a empresa detentora do
capital é privada ou estatal. Embora
reconheça que a privatização seja, no
seu entender, o modelo ideal, o ex-
ministro das comunicações, no gover
no Figueiredo, afirmou que o “ im
portante é proporcionar ao usuário
um ótimo serviço a baixo custo. Ho
je, o serviço de telecomunicações ofe
recido ao usuário brasileiro é falho e
arbitrário em relação às tarifas” .
Bom Negócio
As telecomunicações são importan
tes sob todos os aspectos e consti
tuem uma excelente fonte de lucro
para quem as explora. Sérgio Mar
tins, da área de marketing da Gerdau
— uma empresa associada à IBM —
acha, por exemplo, que em clima de
inflação as instituições financeiras têm
enfrentado a concorrência valendo-se
de serviços de teleinformática, como
a transferência eletrônica de fundos e A revisão constitucional c para 1993, depois tudo poderá ser diferente para o setor das TCs
Te'ebrasii M oi /Jun «93