Page 37 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1992
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XXV PAINEL TELEBRASJL
Dascal e Túlio:
A l e r t a s & S u g e s t õ e s d a I n d ú s t r i a
diretor presidente adjunto da Al-
0
H catei Telecomunicações, Cláudio
Dascal, iniciou sua palestra lamentan
do que o setor está com uma relação
extremamente viciada entre fornece
dores e a Telebrás, fato que não ca
racteriza economia de mercado, por
que a Telebrás é um mercado monop-
sônico. Ele explicou que economia de
mercado se caracteriza pela existên
cia de muitos fornecedores vendendo
para outros tantos clientes. “ Quando
a Telebrás reclama preços competiti
vos, vale para um lado só” , acres
centou.
Criticando duramente a atual políti
ca do governo para as telecomunica
ções, Dascal lembrou que o Brasil com Dascal: "Falta política industriar’ Tulto: " Tem fornecedor demais"
10 milhões e 700 mil terminais ativa
dos tem apenas 6,6 terminais por 100 Para ele, preço predatório é sinônimo
habitantes, “o que representa cerca de aventura § isso a nível inter nacio vas já existentes, obtidas através de
da metade do que deveríamos ter '. nal não pode servir de referência para desenvolvimento conjunto com o
Quanto aos serviços ofertados para os medir competitividade. CPqD/Telebrôs. No relacionamento for
usuários, existe apenas a telefonia bá Diretor da Nec há 11 anos e presi* necedor-cliente deve-se eliminar a con
sica, sem serviços verticais significa« dente < 1.1 Nelcom h.i cinco unos, Sor* corrência vinda do exterior, mantendo
tivos, porque “ a telefonia móvel é to vio Túlio Prado escolheu como tema e ampliando o nível de produção In
dustrial local. Deve-se também man
talmente Inoperante, pois temos ape rio sua palestra “ Realização Orçamen- ter o nível de contratação estável a
nas duas cidades com telefonia móvel tftrta do STB — Ponto de Vista do For médio prazo, acarretando adequada
realmente implantada". necedor *, p»‘i í’nntandn, inicialmente, programação industrial e redução de
Segundo o palestrante, a Telebrás >e Interossdvii ao sotot uma Indústria preços, permitindo às INTs maior com-
hoje tem dificuldades de conseguir fi nacional de telecomunicações: “ Há In- potitívidade ha exportação«
nanciamentos banc.inos porque, cl»* terev ’ im teem >logla autóctone?*’. Se
acordo com a legislação atual, depen Sérgio Túlio Prado explicou, ainda,
c u n d o S r r v i o 1 1 i h o . " p . i r . i q u e o * , e t o i que no estabelecimento de correta po
de de aprovação do congresso N.icm possa superar os obstáculos que se lítica de Investimentos que se contem
nal, o que complica ainda mais se o apresentarão, em lutuio ptuxtmo* se ple o adequado atendimento aos usuá
endevldamento for em mocxln externo. rá fundamental um bom i H.n lonamen-
Mais adiante, Dascal iiiv.r que “ há to entre cliente e fornecedor, além de rios, principalmente face à competi
uma total falta de política Industrial ser concretizado um leglme de parce ção que se avizinha, além do cresci
mento do setor como um todo, que é
do setor e o que nós estamos assis ria efetivo, com contrato de autoges a causa e a conseqüência do desen
tindo ê uma situação na qual a indús tão e suas medidas decorrentes. volvimento do País.
tria não tem opção de sobrevivência, Para o palestrante, o sistema de O executivo sugeriu que, interna
estando no caminho do sucateamen- parceria se traduz com opção de tec mente, a Telebrás deveria realizar in
toM. Observou o executivo que a ca nologia própria ou contratação de pro
pacidade instalada da indústria atin dutos importados, ou com alternati- vestimentos programados dentro das
ge. no máximo, a 1 milhão e melo de possibilidades de desembolso das em
terminaís/ano, “ ou seja, nós temos um presas operadoras estaduais, visando:
a pontualidade dos pagamentos; a ma
parque instalado, com sólidos investi nutenção do valor originalmente con
mentos industriais, que permite aten
der a toda essa demanda. Porém, a tratado, ao longo de toda a execução
do projeto: evitar oscilações bruscas
Telebrás nào tem fcondições de aten
der a demanda dq TCs nem agora e (picos e vales): a não utilização de re
cursos fortuitos; a manutenção dos pro
nem nos próximos dez anos". gramas previamente anunciados, in
— Estamos numa recessão tempo clusive quanto à forma (ex-PCTs); ma
rária afirmou Dascal — e temos
que sair dela, sem dúvida nenhuma, e nutenção do nível de investimentos em
as TCs são uma infra-estrutura impor moeda forte; e manutenção do fluxo
de caixa projetado,
tante para isso. Outro fator importan
Sérvio Túlio acha que se deve es
te é que o CPqD, juntamente com as truturar a ação do setor como um to
indústrias, consiste hoje em um nú do, que possibilite junto ao Governo
cleo de competência tecnológica in
discutível e que deve ser preservado. Federal: contrato de autogestão: rea
Cláudio Dascal, falando sobre com lidade tarifária: manutenção no setor
petitividade, disse que não se trata de dos recursos nele gerados ou capta
menor preço, “ porque estamos pre dos: e profissionalização dos dirigen
senciando concorrências predatórias” . um dos estandes da tes do setor de telecomunicações. (JP)
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