Page 38 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1992

» m oê:

XXV PAINEL TELEBRASIL

Debates

Governo Collor, Itamar Franco, privatização, Haroldo C. de M atosSesa) - As colocações feitas

monopólio estatal e Sistema Telebrás fo­ p e lo P ro fe s s o r F erraz, m e tornaram preocupado

ram objeto de maior atenção, entre os as­ c o m u m a h ip ó te s e : a de a região Sul, não mais

suntos debatidos. Abaixo algumas das prin­ to le ra r a c o n d iç ã o s u b o rd in a d a a que é submeti­
da e m v irtu d e da m a io ria parlam entar exercida
cipais intervenções ocorridas durante deba­
p e lo s n o rd e s tin o s . A ch o isso um risco muito sé­
tes travados no XXV Painel Telebrasil, em
rio e g o s ta ria de o u v ir a opinião do Professor Ferraz.
Vitória, ES.

Ferraz - P e n so q u e se tra ta de uma visão apro­

p ria d a de c e rta s te n d ê n c ia s , m u ito preocupantes

L á z a ro d e Br\to(Telebrasil) - A p rim e ira fa s e do n o País. A c re d ito q u e um a cisão nacional está

g o v e rn o C o llo r tin h a p o r S e c re tá rio de A s s u n to s to m a n d o c o rp o . C o rre m o s o risco de, ao invés de

E s tra té g ic o s um e c o n o m is ta que a in da não tin h a a v a n ç a r, re c u a r p a ra c o n flito s que há muito deve­

c o m p le ta d o o c u rs o . O p re s id e n te , p o r sua vez, ria m e s ta r s u p e ra d o s .

a p a re n te m e n te não era um e s tra te g is ta e a m i­

n is tra Zélia C a rd o so de M elo, ta m p o u c o . P e rg u n ­ H.C.Matos - V e jo no m o n o p ó lio estatal a causa

to : Q uem era a ca b e ça que d ita va a e s tra té g ia do d e to d o s o s g ra n d e s m a le s do Brasil. Ele precisa

Lu d gero Pattar o g o v e rn o ? s e r c o m b a tid o c o m e n e rg ia .

Francisco Ferraz (Telebrás) - Eu não d is p o n h o de
P.Ribeiro - C o n c o rd o m te g ra lm e n te . E a privatiza­
s u fic ie n te 'in s id e in fo rm a tio n ' para d iz e r q u e m
ç ã o d e to d a a E co n o m ia , incluindo o setor das
era ta l ca b e ça , to d a via , em p o lític a , o q u e im p o r­
TC s, n ã o o c o rre rá se m que a n tes se modifique a
ta são o s re s u lta d o s . As a n á lise s p o lític a s são
C o n s titu iç ã o , a c a b a n d o c o m o monopólio.
fe ita s c o m base n o s re s u lta d o s e não nas in te n ­

çõ e s. P osso d iz e r q u e o p re s id e n te C o llo r re v e ­
Pattaro - C o m o p a rte do Program a Brasileiro de
lou-se. in d is c u tiv e lm e n te , u m a p e rs o n a lid a d e e x ­
C o m p e titiv id a d e e Q ua lidad e, a Telebrás lançou
tre m a m e n te c o n tro v e rtid a , p o is n in g u é m lhe n e ­
u m a q u a lific a ç ã o p a ra os fornecedores do Siste­
ga - e n tre a q u e le s que o c o n h e c e m - u m a q u a li­
m a, e m b a se ISO 9 0 0 0 . G ostaria de saber que
fic a ç ã o in te le c tu a l re s p e itá v e l.
a ç õ e s e m e d id a s e s p e c ífic a s estão sendo toma­
Já o m in is tro M a rcílio M a rq u e s M o re ira é u m h o ­
d a s n o s e n tid o de se c o n s e g u ir a tão propalada
m e m q u e re ú n e q u a lific a ç õ e s , não a p e n a s na área
c o m p e titiv id a d e .
da E co n o m ia , m as ta m b é m na da c iê n c ia p o lític a ,

s e n d o u m c u id a d o s o le ito r de M a q u ia ve l, s o b re
Sérvlo Túlio - N um m e rca d o livre, se tem total
q u e m in c lu s iv e já e s c re v e u .
lib e rd a d e d e p ra tic a r p re ço s, quando, onde e da

fo rm a q u e m a is c o n v ie r.
Paulo R\be\ro(Equitel) • O m u n d o e x te rn o e s tá a

c o b ra r d o B ra sil e d o s b ra s ile iro s u m a a titu d e -
Raul Del Fiol Brandão (Ministério da Economia)-Nós, que so­
ou to m a m o s o b o n d e da h is tó ria , ou fic a m o s a

ve r na vio s... m o s d o D e p a rta m e n to de Ind ústria do Ministério,

d e fe n d e m o s , c o m u n h a s e dentes, a existência

Ludgero PaUaro(Pirelli) - G o sta ria de s a b e r c o ­ da in d ú s tria n a c io n a l. P o rq u e no Brasil mais de

m o, n u m c o n te x to de m o d e rn id a d e , se s itu a o 3 5 % d o s e m p re g o s d e c o rre m da atividade indus­

s e to r das TCs b ra s ile ira s que, p o r fo rç a de d is p o ­ tria l. O q u e e s ta ria fa lta n d o ao setor das TCs

s itiv o c o n s titu c io n a l, re s trin g e -s e ao m o n o p ó lio s e ria o e n fo q u e s e to ria l. Daí a utilidade das câ­

do E stado. m a ra s s e to ria is . E xiste a p rop osta de que seja

c ria d a u m a c â m a ra s e to ria l de telecomunicações

Ferraz - O m in is tro A d ib Ja te n e é u m m in is tro de A ú n ic a re s triç ã o q u e a se cre tá ria Dorothéia Wer-

P rim e iro M u n d o ; p re c is a m o s de u m m in is tro de n e c k fa z p a ra a c o m p o s iç ã o da câmara, é que as

T e rc e iro M u n d o . E sta fra s e , a trib u íd a ao p re s i­ e n tid a d e s p a rtic ip a n te s te n h a m âm bito nacional

d e n te Ita m a r F ranco , lo g o n o s p rim e iro s d ia s do de a tu a ç ã o .

seu g o v e rn o , e n c e rra , ta lv e z , u m c o n c e ito p e s ­

soal s o b re m o d e rn id a d e . N u m país c o m o o B ra sil, Cláudio Dasca\(Alcatel) - Falando em nome da

o n d e a d e m o c ra c ia a in d a não la n ç o u raízes, as ABIN E E, g o s ta ria de d ize r que a realidade do Mer-

in s titu iç õ e s são fra c a s e tu d o fic a s u je ito a in te r­ c o s u l e a re a lid a d e da a b e rtu ra de mercado cons­

p re ta ç õ e s pe sso a is. titu e m u m d a d o da re a lid a d e do comércio inter­

N ão p o d e m o s d e p e n d e r de u m p re s id e n te da R e­ n a c io n a l na d é c a d a de 9 0 . Só devem os nos preo­
Ha rol do C. de Mattos p ú b lic a qu e, e m b o ra a b s o lu ta m e n te h o n e s to , s e ­ c u p a r é c o m o P a ra g u a i, que não pode oferecer

ja d e s p re p a ra d o para a fu n ç ã o , c o m visã o re tró ­ as m e s m a s c o n d iç õ e s de participação que a Ar­

g ra d a e m u ito re s trita . T a m p o u c o p o d e m o s fic a r g e n tin a e o U ru g u a i.

à m e rc ê de um p re s id e n te q u e te m la n c e s b ri­

lh a n te s , m a s ao m e s m o te m p o c o m p o rta -s e de Lázaro - P e n so q u e o B rasil agora tende a cres­

m o d o e s c a n d a lo s o e c h o c a n te . T e m o s q u e a s ­ c e r e to rn a r-s e u m a g ra n d e potência. Desse mo­

s e n ta r u m p ro c e s s o s o c ia l de d e s e n v o lv im e n to e do d e v e s e r su a le g ítim a p re te n sã o exportar para

p ro g re s s o . N isso o e m p re s a ria d o n a c io n a l te m o m u n d o to d o , se m te m e r Argentina. Uruguai.

um p a p e l fu n d a m e n ta l. B o lív ia o u P a ra g u a i.

Sérvlo TúUo(NEC) - N ós to d o s que v iv e m o s e s ta s Luiz O. W\achado(Alcatel) - G ostaria de ressaltara

d u a s ú ltim a s d é c a d a s de tra b a lh o ju n to à T e le ­ in c a p a c id a d e da T e le b rá s, segundo o atual mode­

b rá s, s a b e m o s m u ito b e m q u e o g o v e rn o n u n c a lo das TC s no B ra sil, para resolver o problema da

p ô s um to s tã o n o s e to r. P elo c o n trá rio : d re n o u , d e m a n d a d o s s e rv iç o s de telecomunicações. A

de fo rm a in te rv e n c io n is ta , re c u rs o s e m q u a n tid a ­ g e n te p o d e fa z e r m u ito s sem inários e neles dar

d e s h o je m u ito d ifíc e is de c a lc u la r. A im p o rta n tís ­ m ilh a re s de e x p lic a ç õ e s , m as o fato é que se

s im a q u e s tã o da p riv a tiz a ç ã o das TC s n o B ra sil, o lh a rm o s a s itu a ç ã o de dez anos atrás, compa­

im p lic a , e n tã o , n u m a in d a g a ç ã o : de o n d e v irã o os ra n d o c o m a de ho je, ve rifica re m o s que todos

c a p ita is p a ra o s e to r, de e s ta ta is e s tra n g e ira s ? n ó s c o m o s e to r, c o n s titu ím o s um fracasso em

Carlos Magnus V a m o s a p e n a s tro c a r de b u ro c ra ta s , p a s s a n d o a s a tis fa z e r a d e m a n d a . Fica claro que este rnode^
e s tá to ta lm e n te e s g o ta d o . (RHN)
re c e b e r o rd e n s de a lie n íg e n a s ?