Page 11 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1991
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nicom, Suframa e ex-Secretaria E spe
cial de Informática, mas que estão
sendo revistas tendo em vista o térm i
no do modelo de desenvolvim ento,
orientado para a substituição de im
(B—D ) Leôncio Vieira
portações, valendo-se do m ercado in
Rezendo Neto,
terno. .
do CDPqD e Luiz
Para as telecomunicações, a Porta Ricardo
ria 622/78 estabeleceu produtos pre Nin Duarte,
ferenciais de tecnologia interna e ex da Em bratel.
terna, divisão de mercado e apoio à
empresa brasileira nas com pras da
Tèlebrás. Na eletrônica de consum o,
cançaram o estágio da u niversaliza o ano 2.000. N a área da teleinform áti
o Decreto-Lei 288/67 deu incentivos
ção dos serviços de voz — parte ago ca, o País precisa de ligações de alta
fiscais e facilidades para aquisição
ra para a teleinform ática. capacidade de tráfego digital para gran
de insumos no exterior para em pre
O executivo da E m bratel traçou des em presas, geograficam ente espa
sas (montadoras) instaladas na Z o
em grande panoram a, as m udanças lhadas, além de rede com utadas de
na Franca de Manaus, Fixando ín di
ocorrendo nas redes de telecom u nica difusão de inform ações, para atender
ces mínimos de nacionalização e vi
ções no m undo e que se clivam em às pequenas e m édias organizações.
sando exportação (na prática, valeu
dois m odelos básicos. Japão e E u ro Prosseguiu Luiz Prates dizendo
apenas o mercado interno). Na In for
pa tendem para um a rede digital trans que “a construção de um a rede de te
mática, a Lei 7232/89 definiu a políti
parente de alta capacidade, form an leinform ática no País se ressente da
ca de reserva de mercado, dispôs so
do um elem ento central a que os usuá falta de um m odelo adequ ado” . Ao
bre importação de insum os e produ
rios têm acesso para fruir de serviços analisar o D ecreto 177, alertou que
tos acabados e protegeu os equ ipa
de valor adicionado. Neste m odelo, a ele prom ove a construção de facilida
mentos digitais, aqui fabricados, con
rede básica atu a com o um im enso "in- des fragm entadas, pela em presa priva
tra o similar externo.
fodu to” , transparente. Já nos E sta da, em paralelo com a rede básica, o
Agora, estas políticas estão sendo
dos U nidos, “sob a égide da Federal que afasta o País de u m a rede digital
revistas, porém, no entender de Leôn-
C om m unications C om ission — FCC integrada.
cio Rezende Neto, do CPqD, é fu nda
e com reação da AT& T", o m odelo que O executivo da Embratel mostrou-
mental estabelecer uma política in te
foi adotado — com suporte da in dú s se preocupado com a falta de definição
grada para o Complexo Eletrônico a
tria de equipam entos e de grandes de um modelo maior para o futuro de
fim de reunir esforços e recursos, ago
usuários — é o da utilização de siste nossas telecomunicações, envolvendo
ra dispersos, em torno, principalm en
m as de ínterconexão aberta, em que as políticas industrial, tecnológica e pa
te. da "capacitação de recursos hu m a
equipam entos dotados de capacida ra seu financiamento. Nos países desen
nos adequados e da pesquisa e desen
de de processam ento com petem em volvidos investe-se dez vezes mais do
volvimento na área da tecnologia ele
todos os níveis hierárquicos da rede que aqui para prover a um a infra-estru
trônica. em seus diversos aspectos” .
ou, em term os leigos, o m odelo acei tura de telecomunicações e assim, tal
Destacou o superintendente do
ta a existência de redes independen vez. seja até melhor privatizar, aqui, es
CPqD, a assinatura pelo M inistro da
tes e paralelas. ta infraestrutura do que não lhe dar re
Infra-Estrutura, João Santana, de
Sob a ótica da concorrência na ofer cursos adequados. “Como a Constitui
contrato de obrigações com fabrican
ta de serviços e facilidades, o prim ei ção não deixa privatizar e ao mesmo tem
tes para a família de equipam entos
ro m odelo vê a rede básica com o um po não há recursos do governo para cres
de comutação digital — Tbópico RA
“ m onopólio n atu ral” do setor pú bli cer a infra-estrutura das telecom unica
— no total de 140 mil linhas. “S iste
co, com a em presa privada con corren ções, o Sistem a Tèlebrás vive o pior dos
mas e equipamentos de telecom unica
do através do aluguel de facilidades dois modelos e está se desestruturan-
ções importados não funcionam n e
da rede básica {não p od e ser negado) do pela falta de definição. Seria até m e
cessariamente de form a otim izada,
para prestar serviços de valor ad icio lhor discutir a privatização do capital
no País, e é um risco fazerm os do sis
nado. Já no m odelo da arquitetura das operadoras", aduziu Luiz Prates.
tema brasileiro de telecom unicações
aberta, as em presas privadas podem Ele vê para o futuro satélites estran
uma colcha de retalhos tecnológica,
ter suas próprias redes, m as con cen geiros que irão pinçar, aqui, do espaço,
com produtos externos” , advertiu
tradas em determ inadas rotas. Na o filé m ignon dos serviços, e que irão
Leôncio Rezende Neto, fazendo apelo
aplicação de am bos os m odelos tem operar no Brasil com lucro marginal e
para a continuação dos investim en
havido restrições quanto ao núm ero concorrendo com satélites brasileiros,
tos no sistema TVópico, para “viab ili
de com petidores adm itidos n a explora que representam um investimento de
zá-lo concreta e definitivam ente".
ção das facilidades básicas. A tran si 300 milhões de dólares pagos pela popu
ção. nos EU A, do m odelo tradicional lação. Luciano Coutinho, da Unicamp,
Des regulamentação
para o novo, é voltad a para a satisfa tam bém lamentou a fragmentação do
ção do in teresse dos grandes u su á Sistem a Tèlebrás, que rotulou de "um
Política industrial, atu ação do
rios, dos proprietários de redes p riva absurdo” e disse que ela irá inviabilizar
CPqD, poder de com pra do S istem a
das e de equ ipam entos sofisticados. a indústria local. "A privatização, se
Tèlebrás e modelo de desregu lam enta
No Japão, o m aior objetivo é criar a vier, tem que ser para acrescentar re
ção ou não das telecom unicações e s
“sociedade da in form ação” , com servi cursos próprios e não para substituir
tão interligados. Luiz Ricardo Nin Pra-
ços sofisticados oferecidos local, regio o Governo. Com um quadro disconexo.
tes, chefe do deptQ com ercial d a Em-
n al e globalm ente, ligados por anéis política confusa e superávit comercial
bratel, observou que as telecom u n ica
de alto tráfego. A E u ropa ten de a o fe para importar equipam ento de fora, não
ções — apesar de sua enorm e im p or
recer serviços in tegrados e a su a in será o mecanismo de alíquotas na im
tância econômica — têm sido vistas
trodu ção se dá a partir dos serviços portação que irá impedir a desindustria-
de forma acanhada nos projetos go
de valor adicion ado e de telein form áti lização do País", opinou Luciano Couti
vernamentais. Ele lem brou que gra
ca, perm an ecen do os serviços de voz, nho, para quem a carga tributária so
ças à tecnologia da m icroeletrônica,
com o ú ltim o m on opólio público. bre a indústria é alta. os juros cobra
as telecomunicações no m undo evo
“ O B rasil, p ara alcan çar a u n iver dos altíssimos e a taxa de câmbio su-
luem rapidamente para um a in fra-es
salização dos serviços, qu e lhe p erm i pervalorizada em 20 a 35% (a m inides-
trutura digital, englobando com u n ica
tiria o salto para a sociedade d a in for valorização do cruzeiro ocorreria duas
ção de voz, dados, textos e im agens.
m ação, p recisaria instalar 10 a 15 semanas depois desta obser\ração).
Os países desenvolvidos — que já al-
m ilhões de term in ais telefônicos até