Page 10 - Telebrasil - Maio/Junho 1990
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derá lançar mão, caso necessário, de la
boratórios de certificação como o do
CPqD. “Não querem os que nossos
carimbos e burocracia sejam a causa do
encarecimento do term inal”, lançou,
como senso político da oportunidade,
Joel Rauber, em meio a uma salva de
palmas dos empresários presentes. A
telefonia rural é um problema social ejá
há contatos com o BIRD e o Fundo Na-
kasone para procurar uma solução da
qual a empresa privada poderá partici
par. Na região amazônica, a interliga
ção de localidades será feita via satélite.
O problema da redução de pessoal,
também abordado por Joel Rauber, será
minorado pelo deslocamento de pessoal
da atividade-meio para a atividade-fim
Vista parcial da platéia presente ao pronunciamento do Secret. Nacional de Comunicações. das empresas, ainda que o Estado não
possa ser o único empregador. Quanto a
não nomeação dos dirigentes das empre
fornecedores do Sistema Telebrás foi Telebrás foi simplificado. Qualquer en sas regionais até a data do I Encontro
muito claro “temos orientação especí genheiro, registrado no Conselho Regio- Nacional de Comunicações (11.05.90)
fica do Ministério da Economia para não nal de E ngenharia e A rq u itetu ra- Joel Rauber deu outra resposta política
realizar nenhum reajuste antes da defi CREA, pode assinalar o laudo dos proje “temos cinco anos pela frente e temos
nição das autoridades econômicas. tos. A parte normativa das Comunica
ções será atribuição exclusiva da Secre que ser criteriosos na escolha de quem
Liberalização taria Nacional e não ficará mais com as vai nos acompanhar ao longo do perío
operadoras regionais. A Secretaria po do”. (JCF)
Durante a extensa sessão de pergun
tas e respostas a que foi submetido, o Se
cretário Nacional de Comunicações es
clareceu ampla gama de assuntos, todos Abinee e Abecortel opinam sobre Consórcio
interligados pelo fio condutor dos prin
cípios cie liberalização do mercado. A se A Revista Telebrasil ouviu depoimen da Abinee está preocupado com a situação
guir, um breve apanhado dos principais tos da Abinee e Abecortel sobre a idéia de atual em que não se utiliza mais o modelo
tópicos abordados í vide também os Consórcio para fornecimento de terminal antigo a suspensão das contratações do
boxes). turn-key para as empresas operadoras re Sistema Telebrás, desde outubro de 89,
A política industrial sobre PABX gionais do Sistema Telebrás. levou a indústria a operar apenas com 25
será de ampla liberdade de mercado e Bolsou SiíTert, da Associação Brasilei a 35r< de sua capacidade — mas não im
instruções correspondentes serão emiti ra da Industria Elétrica e Eletrônica- plantou o modelo novo. Em relação à
das dentro de um prazo máximo de 6 me Abince, acha que a idéia de Consórcio en abertura total do mercado, ele acha que
não há perigo de invasão estrangeira,
volve sobretudo uma mudança cultural
ses. A atuação do CPqD será sobre pou de atitudes de nosso empresariado, que pois primeiro é preciso saber se a incóg
cos, mas importantes itens da tecnolo esta acostumado a ser dirigido (em dema nita do Brasil-aevedor, do Brasil-que-
gia nacional, com prazos de desenvolvi sia) pelo Estado e que deverá agora atuar rer-sempre-levar-vantagem não afastará
mento previamente definidos e com con num ambiente de absoluta c livre compe o investidor externo.
trole rígido para sua execução. A longo tição Para ele, esta mudança cultural po O empreiteiro de redes Mauro Fur
prazo, o destino do CPqD será o de virar derá levar de 3 a 5 anos para ocorrer, e tado, da Abecortel, tem idéias coinciden
uma Fundação. A Secretaria Nacional não apenas 3 a 5 meses. “Competir, de tes com as do representante da Abinee, ao
de Comunicações ditará as prioridades fato, será algo novo para muitos empre dizer que o procedimento turn-key será
salutar, desae que se preserve a univer
sários ”, observa SiíTert, que também é
a serem dadas aos projetos do CPqD. No consultor de empresas. salidade do processo licitatório. O que
caso de fibras ópticas, se continuará com Ele alerta que a idéia de Consórcio in propõe o empreiteiro é que uma empresa
a política de acompanhar o desenvolvi troduz o perigo de se criar verdadeiros (ou conjunto de empresas) de redes possa
mento mundial. Após definido um pe monopólios dos fornecedores maiores — participar de uma licitação não apenas
ríodo de transição, cie 6 meses, haverá li cabeças de Consórcio — que poderão ter atrelada a um cabeça de Consórcio, mas
beralização total para aquisição pelo suas políticas ditadas por fatores, outros, que possa, em paralelo, oferecer cotação
Sistem a Telebrás quer de produtos que não a simples licitação, local, sendo para determinado segmento. A solução
cjue for mais barata — Consórcio ou soma
oriundos do CPqD, quer de produtos de efetuada. A importação de um produto, cie Segmentos Separados — levará a lici
ainda que pagando taxas aduaneiras, po
outras fontes. derá vir a ser mais interessante a um ca tação, propõe Mauro Furtado, explicando
Para a área de radiodifusão, “não se beça de Consórcio caso ajude, por exem que em lugares, como no Chile, é este o
reinventará a roda” e será seguida a tra plo, esta mesma empresa a fechar outro procedimento adotado.
mitação utilizada nos países democrati negócio, lá fora. Em outros termos, diz Observa ainda o representante da
camente desenvolvidos para a outorga SiíTert, “Consórcio não garante, automa Abecortel que o custo do serviço dos em
de concessões. O Executivo “comprirá ticamente, o preço mais baixo”. Por outro preiteiros de rede, apesar das críticas, é
com agilidade sua missão e de acordo lado, admite o representante da Abinee muito barato. Para um terminal instala
ue é um absurdo uma empresa opera-
com a Constituição” e deixará ao Legis ora ter que gerenciar mais de 150 con do que custa 4 mil dólares, a parte de rede
custa (10%) cerca de 400 dólares para 18
lativo fazer a sua parte, no que tange às tratos distintos, só para instalar um ter homens/hora de cabista e instalador e o
concessões de radiodifusão. O serviço minal e por isto apóia a idéia de Consór que está sendo cobrado à Telebrás é me
Radiosat poderá ser efetuado através cio, desde que não leve à formação de mo nos que 200 dólares, o que, diz Mauro, é
dos transpoders disponíveis (Banda C) nopólio entre fornecedores. muito pouco. O setor de redes é extrema
dos atuais satélites Brasilsat e desde Sugere Delson Siffert que os Consór mente competitivo — são mais de 200 em
ue haja grupos de usuários interessa- cios para fornecimento de terminal na presas —, mas está havendo ociosidade
os. A Banda K,„ para uso das empresas mão Uurn-key) sejam segmentados em pela falta de encomendas. E a causa?
“Falta sobretudo administração de pro
de radiodifusão, estará disponível atra grande pacotes tais como: obras civis e re jeto e de encomenda de materiais neces
vés do satélite Intelalt VIII, a partir de de; comutação; transmissão e comunica sários para redes, por parte do Sistema
1993 e ficará liberado o aluguel de fa ção de dados. Vantagem: menor possibili Telebrás”, responde o empreiteiro. (JCF)
dade de criação de cartéis ou de mono
cilidades em satélites estrangeiros. pólios de fornecedores. O representante
O sistema de homologação de equipa
mentos e de projetos para o Sistema