Page 41 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1989
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G u i s a r d
Eugênio Guisard Ferraz é engenheiro sica, dos investimentos e das contratações plificado.
formado pelo ITA (Instituto Tecnológico da da Embratel, em comunicação de dados Prosseguiu o palestrante explicando
Aeronáutica), com doutorado em engenha (vide Tabelas), destacando o fato de que que é missão da Embratel facilitar o acesso
ria econômica pela Universidade de Stan- no biênio 88/89, as contratações de mo do usuário aos diferentes serviços e uma
ford. Ele foi, sucessivamente, diretor eco dems excederam tudo o que já havia sido das facilidades óbvias será, no futuro, a de
nómico-financeiro da Embratel e da Tele- contratado, até então, nos anos anteriores. terminais integrando voz, dados, vídeo, o
brás, vice-presidente da Telebrás e atual — A premissa fundamental do trabalho que poderá vira ser alcançado por diversos
mente é PR da Embratel. Guisard Ferraz, na Embratel é atender ao usuário e respon caminhos tecnológicos. Deixando de lado
ao encerrar o Encontro Telebrasil sobre Co der à demanda, da maneira mais rápida o script que trouxera preparado enfatizou o
municações de Dados, deixou de lado o possível. A aquisição que agora fazemos presidente da Embratel que a história do
texto que trouxera preparado, preferindo em modems é o máximo compatível com a Sistema Brasileiro de Telecomunicações,
falar à audiência sob o impulso do impro capacidade de fornecimento da indústria vista ao longo de um quarto de século, tem
viso. Eis, em resumo, os pontos principais brasileira e de nossa capacidade de instau sido uma história de sucesso, com o sis
de seu pronunciamento: rar e coordenar circuitos. No caso da co tema crescendo a 10 e 12% anuais — nos
—Com perspectiva para uma democra municação de dados, via satélite, as redes momentos de crise do PIB (Produto In
cia mais ampla e ao lado de uma situação privadas para alta velocidade (Dataplus) já terno Bruto) — e a 23 e 25%, nos momen
econômica difícil cresce no País o questio envolvem 35 estações terrenas e na rede tos de euforia econômica do País. “ Há
namento sobre o resultado alcançado pelo pública, compartilhada, a estação princi quatro anos não tínhamos quase nada em
setor estatal. Este, ao querer otimizar sua pal (Master) se destina a atender até 4 mil comunicação de dados e hoje já se fala em
atuação enfrenta mais restrições do que estações subsidiárias. Em dados de baixa 30 a 60 mil modems anuais“ , observou
encontraria caso fosse empresa privada. velocidade, e para uso exclusivo, dentro de Guisard Ferraz acrescentando:
Ademais, o ambiente em que opera leva o 12 a 18 meses prevê-se que as estações — Por outro lado não devemos deixar de
carimbo Brasil, com os problemas, os de terrenas serão da ordem de 1,5 a 2 mil, se lado as críticas que nos são feitas e perder
safios e tudo o mais que esta imagem acar guindo os passos das redes, já contrata e vista o objetivo fundamental do setor de
reta. das, pelo Bradesco e Bamerindus. TCs, que é o de servir ao usuário. Os próxi
— Devemos, porém, olhar o que a Tele Ao resumir as perspectivas brasileiras mos dez anos serão anos de modificações,
brás já fez em Comunicação de Dados, em comunicação de dados, Guisard Fer que necessitarão de muito diálogo. No
nestes quatorze ou quinze anos e a Embra raz destacou a participação da empresa caso da Portaria 525, que descentraliza a
tel nos seus vinte e quatro anos de vida. nacional na evolução tecnológica, quer na comunicação de dados, até então de res
Não se deve ver apenas o que hoje existe e Renpac (sistema Compac, desenvolvido ponsabilidade exclusiva da Embratel, ela
sim gastar alguns minutos, para nos de no CPqD), quer no Transdata (padrão deve ser vista como uma maior oportuni
bruçarmos. O esforço da Embratel em co CCITT X.50), quer em modems^ concen dade de servir aos usuários ao interagir a
municação de dados que começou com o tradores, e outros equipamentos para da Embratel com as co-irmãs do Sistema
Transdata, em 76, experimentalmente, dos. Dentre os objetivos a serem alcança Telebrás. A nossa empresa abre suas por
entre Rio e São Paulo. No mesmo ano, dos no Sistema Telebrás para beneficiar o tas ao restante do sistema Telebrás para
ocorreu a licitação para a Rede de Pacotes usuário ele citou como importante, a trans tra n sfe rir todo o conhecim ento que
(Renpac). Em 80, foi a vez do projeto parência do acesso à rede, a identificação acumulou por quase dez anos de trabalho
Ciranda. Na época, a Diretoria foi até ques única do usuário, a estruturação tarifária em comunicação de dados — concluiu
tionada por que resolveu incentivar a aqui integrada e o faturamento unificado e sim o executivo. (JCF) »
sição de microcomputadores pelos empre
gados da Embratel. Eu cheguei a irà Sest
para explicar que os 150 micros a serem
adquiridos pelos empregados, se destina
vam a apoiar a indústria nacional ainda in
cipiente (Digitus, Cobra, Microtec, Proló-
gica).
— Hoje, estamos recolhendo os resul
tados da semente plantada pela Embratel
no passado e que floresce agora sob forma
de capacidade necessária para atender à
uma demanda de comunicações de dados,
que cresce 30 a 35% ao ano (dobra a capa
cidade a cada três anos). Isto tudo foi al
cançado em meio às turbulências geradas
pelos Planos Verão, Bressere Cruzado, dos
impedimentos para contratação de mais
pessoal, das discussões sindicais. A Em
bratel pretende investir, ainda em 89,
quatrocentos milhões de dólares, na ex
pansão de seu sistema, ultrapassando de
muito a média dos últimos 5 anos, que não
passava de 200 milhões de dólares.
A seguir, o presidente da Embratel
apresentou uma bateria de índices sobre o (E-D) Diretores da Telebrasil, S. Wajnberg (Geicom), J. Mansur (Elma), Oliveira Machado (Matei);
crescimento histórico e futuro, da rede fí ao microfone Guisard Ferraz (PR-Embratel).