Page 18 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1989

concessionária em relação a qualificação do vida estaremos contribuindo cada vez mais fego interurbano, que revela a pujança de

material, equipamento e mão-de-obra, além com a qualidade na prestação de serviços.” nossa economia (mesmo subterrânea), pas­

do bom desempenho no cumprimento das Ainda nesta linha de pensamento, finali­ sou, em quatro anos, de 1 para 2 bilhões de

funções. za o D iretor Técnico da Telemig, “nossa chamadas e continua crescendo. Uma das

Aí reside, segundo Otávio, seu conceito de meta, inclusive, é o controle de qualidade to­ causas desta aceleração no tráfego tem sido

qualidade de serviço. Uma equação em que a tal, de modo que vamos entregar o serviço seu aquecimento, devido ao baixo custo pago

Telemig possa oferecer um resultado para o para a empreiteira e ela nos irá devolvê-lo pelas ligações, que está muito barato, resul­

acionista e para o cliente. com 100% de funcionamento. Pretendemos tando em pressões fortíssimas no tráfego.

“Este resultado, hoje em dia, é cada vez diminuir cada vez mais nossa interferência — Degradação tarifária e possibilidade

mais obtido de forma positiva, em cima das sobre a execução direta da atividade e vamos de otimizar a planta têm limites, mas mesmo

em preiteiras — aqueles que estão substi­ partir, apenas, para o controle de resulta­ assim a Telebrás partiu para um plano de re­

tuindo serviços de campo, antes efetuados dos”, (NPR). versão do congestionamento e foram autori­

pela concessionária”. Particularmente, Otá­ zados pela Sest, para a Telebrás investir, o li­

vio considera boa a transferência de ativi­ Edmur Pollini mite de 2,3 e talvez 2,35 milhões de dólares,

dade para a iniciativa privada, o que ainda resultando numa ativação prevista de 300

não é um consenso dentro do STB. “Além do Encerrando o 2? ENAEI, o vice-presiden­ mil terminais adicionais ainda este ano. Es­

mais, com a nossa supervisão e controle se te da Telebrás, Edmur Pollini, disse que os tamos chegando próximo, no Sistema Tele­

tem melhorado, cada vez mais, os nossos in­ aspectos quantitativos e qualitativos da rede brás, de sustentar a ordem de 600 a 700 mil

dicadores de qualidade.” se interpenetram e o que se tem observado é o novos terminais/ano — observou o vice-pre­

“A qualidade de instalação, por exemplo, aumento de tráfego por term inal, por não sidente da Telebrás, acrescentando que den­

depende, fundamentalmente, do homem. Lo­ atendimento da demanda e altos picos de tre os planos da holding está o de gerar maior

go, se investirmos no homem da empreiteira, congestionamento. Com o aumento de 40% constância das contratações, evitando “El­

no homem da empresa operadora, sem dú- na canalização interurbana, no entanto, é de dorados” periódicos que atraem grande

se esperar, até o final de 89, taxas de conges­ Quantidades de empresários, que depois, evi-

tionamento da ordem de 20%. clentemente, passam a repartir depois uma

Por outro lado, o Sistema Telebrás dará faixa bem menor de encomendas.

ênfase muito grande á qualidade dos bens e Segundo P]dmur Pollini, nosso futuro

serviços que contrata, principalmente no to­ aponta claramente para uma sociedade que

cante à rede, instalações e aparelhos telefô­ utilizará cada vez mais serviços de TCs, o que

nicos. Será política da Telebrás colocar o má­ já é hig businnes, movimentando recursos da

ximo possível de facilidades â disposição dos ordem de 6 a 7 bilhões de dólares anuais. Ele

usuários, mas dentro de metas realistas. Nos elogiou u equino denrofissionaisdosetor.das

últimos quatro anos, foram investidos, ape­ operadoras e da indústria, que tem, ao longo

sar das crises econômicas do País, cinco bi­ dos anos, demonstrado competência, dedica­

lhões e seiscentos milhões de dólares, numa ção e firmeza de propósitos, para oferecerão

média anual de 1,4 bilhões, a maioria prove­ público os serviços que este requer e acenou,

niente de recursos próprios, mesmo consi­ para os anos 90, crescimento que nunca será

derado o custo do alto financiamento da dí­ inferior ao dos anos anteriores. “Nãoestamos

vida, a curto prazo, que alcançou 1 bilhão de diante de urn panorama maravilhoso, mas

dólares no início deste ano, mas foi reduzida estamos diante de um panorama de gente

quase à metade em julho. competente que leva à consciência geral que

“Apesar da conjuntura adversa que afe­ somos capazes de prestar serviços de TCs e de

tou todas as estatais, o STB instalará entre que continuaremos a prestá-los, concluiu,

Rede é assunto que preocupa e interessa a to­ 550 e 600 mil linhas adicionais, no ano de entre estóico e otimista, o dirigente da Tele­

dos. Em 1? plano: Márcio Lacerda e Lázaro 89”, prometeu Pollini. Ele mostrou que o trá­ brás”. (JCF) v

José de Brito.

Telesp alerta para falta de investimentos

O 2.° ENAEI, realizado em 8. Paulo, pa­ didas paliativas que contribuem para o nadas (deverá ter o problema resolvido até

trocinado pela Condulli, permitiu ouvir de crescimento desordenado da rede. A de­ dezembro deste ano). Mas há que ficar

perto Mário Martinho (DT) e Lins e Silva manda por TCs não vai cair e a expansão de atento à manutenção da rede, que compõe a

(DO) da Telesp, empresa que representa atividades como a bancária só faz requerer outra parte do vilão da história. Uma ins­

40% dos terminais do setor de TCs e sente, mais e mais facilidades — alerta Mário talação ou um reparo bem feito evita man­

por isso, com mais intensidade os reflexos Martinho. Ele acrescenta que “o negócio de te r ocupada uma equipe para fazer o

de restrições tarifárias e nos investi­ TCs é um dos mais rentáveis que existe mesmo serviço duas vezes. Quanto ao ruído

mentos. (vide AT&T,NTD” e que “talvez devêsse­ de discar, ele gira em torno de 83%, na

Mário Martinho mostra que investi­ mos, após análise profunda, pensar em no­ Telesp, mas já esteve em 98% há seis anos

mento, congestionamento e instalação de vos modelos, com a participação do capital atrás, provando que há mesmo congestio­

terminais estão relacionados e observa que privado e do Estado, de modo a que nin­ namento e falta de investimento na planta.

“o manda, desmanda e o faz, desfaz”, que guém tenha prejuízo, além de procurar a Sobre o videotexto, Lins e Silva acha que

caracterizou a economia dos anos 85 a 87, captação de recursos no exterior”. está na hora de dar-lhe um impulso de mar­

atrasa a vida das operadoras, cujos 2 mil Max Hamers, diretor da CTBC-SP, ob­ keting e que seu uso (até como lista telefó­

contratos, só no caso da Telesp, precisam serva que o setor tem capacidade técnica nica) pode ser muito mais generalizado do

receber aditivos, a cada nova mudança da para expandir, mas que se não houver ime­ que o Projeto Ciranda (da Embratel), que

regra econômica. E estas não foram poucas. diata entrada de recursos isto poderá para­ só serve para o pessoal de elite, que tem mi­

Em 86, o Plano Cruzado I congelou as tari­ lisar o País por falta de TCs. A Telesp está cro. Uma das queixas do DO da Telesp é em

fas e obrigou a desindexar contratos. Em contornando o problema da falta de investi­ relação ao material de instalação e manu­

87, foi a vez dos Planos Cruzado II e Bres- mento recorrendo ao mecanismo de planta tenção da rede que é escasso e responde por

ser, que levaram à exacerbação da de­ doada. O Bradesco investiu em facilidades muitos defeitos da rede e identificados

manda e do reinicio de problemas com limi­ para a ligação de alto tráfego entre Alfa- como desgaste e corrosão. Em comunicação

tes de investimento para o sistema Tele­ vile, em Osasko, e a Praça Oswaldo Cruz, de dados, Telesp e Embratel estão ulti­

brás. Em 88, houve atraso nos fornecimen­ em São Paulo, e doou a planta à Telesp, que mando convênio que contempla serviços es­

tos devido a indefinições orçamentárias. irá operar o serviço. “Em troca o Bradesco pecializados e não especializados. A venda

Para- o DT da Telesp, isto reflete um País obteve tarifa diferenciada e o projeto bara­ de novos telefones, na Telesp, está fechada,

em transição. to”, comenta o diretor de operações da podendo abrir talvez daqui há um ano. Em

— Ao final de 85, o Sistema Telebrás, Telesp, Lins e Silva, que vê outros usuários julho deste ano, a Telesp tinha cerca de 100

que enfrentou as crises com profissio­ seguindo o mesmo caminho. mil telefones, fora do prazo, para serem

nalismo, detectou aumento na demanda e Lins e Silva admite que há congestiona­ ainda entregues. Fruto da escassez de fa­

no tráfego, exarcebados pelo Plano Cru­ mento na rede do Sistema Telebrás, por cilidades, o pessoal da Telesp enfrenta

zado, mas a solução para o congestiona­ que há ainda aquecimento da demanda e mais um problema: 35% dos Telefones Pú­

mento é só uma: colocar mais terminais na por que, do ponto de vista da expansão, há blicos são depredados todo mês. A cada très

rede. Aumentar órgãos comuns em uma centrais-trânsito prontas, mas faltam en­ meses, a Telesp repõe todos os TPs na

central telefônica é como botar mais um troncamentos, como é o caso de Campi­ grande São Paulo! (JCF).

cilindro no motor do carro. São apenas me­ nas (SP), uma das regiões mais congestio­