Page 11 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1989
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volvimento tecnológico, visto que este vem perm anecer como estão, mas os ser trou que a RDSI francesa, Numeris, já
permite a oferta de novos produtos e ser viços de valor adicionado deveriam ser serve à região parisiense e cobrirá, até
viços ao usuário. Segundo ele, a estru explorados pela empresa privada; o au- 90 o restante da França; e o da Alcatel,
tura de monopólio não consegue m ais tofm anciam ento tem que ser incorpora alertou as operadoras para se orien
responder aos novos desafios, daí nas do à tarifa; o núm ero de empresas-pólo tarem para o m arketing de serviços e
cendo a necessidade de sua ab ertu ra náo é demasiado elevado, mas sim, o nú não só para tecnologia, caso queiram so
para a empresa privada. mero de fornecedores do Sistema Tele breviver. Todos os palestrantes estran
— No domínio institucional brasilei brás; a em presa privada, em qualquer geiros de RDSI mencionaram o software
ro, não há como fugir desta realidade e modelo, deverá atender à parte rentável (40 a 50% do investimento total), a tari-
será preciso abrir as m entes. Náo se e não-rentável das TCs; e as operadoras façáo adequada e o baixo custo de equi
quer destruir o que já está feito, mas o viriam a receber da em presa privada pam entos term inais (m enor que mil
sistema nacional de TCs deverá se abrir ju sta rem uneração pela utilização do dólares), como elementos fundamentais
ao capital privado para que este possa serviço básico”. Em relação aos anos 90, de sucesso na im p lan tação de um a
participar do processo de gestão profis Rômulo Furtado declarou como priori RDSI.
sional e combater a desprofissionaliza- tário “a recuperação da tarifa, ao nível Haroldo Rosen* (Hughes Aircraft),
ção que toda gestão política acarreta. do que era em 72”. Larry Clark (Spar), Roberto Romaroin
Chegou a hora do capital privado se as (Scientific A tlanta) foram os conferen
sociar à empresa estatal e participar do T ecnologia cistas que falaram sobre comunicações
gerenciamento técnico — concluiu Rô- via satélite. H. Rosen fez um retrospecto
mulo Furtado. G o sta L in d b erg (E ricsson), K arl das com unicações por m icroondas, a
Durante o Debate — que contou com F ren sc h (S iem ens), P h ilip e A zem a partir das experiências de Karl Hertz,
a presença do ex-ministro das Comuni (F rance Telecom), B ernard Fontaine em K arlsruhe (1887) que culminaram
cações, do período Figueiredo, Haroldo (Alcatel) m ostraram o grau de avanço com o Sputnik (57), Syncom (63), Early
Correia de Mattos e do ex-presidente da da Rede Digital de Serviços Integrados Bird (65) e Era espacial e os satélites de
Telebrás, Alencastro e Silva o Secre — RDS1, sendo explorada com ercial com unicação. Ele dem onstrou que o
tário Geral do Minicom esclareceu que m ente na Europa, EUA e Japão. O re tempo gasto para um a sonda espacial
os serviços de informações estão previs presentante da Ericsson enfocou aspec chegar à estrela mais próxima (Próxima
tos na atual Constituição, que ele deno tos da RDSI de alta capacidade, em pre Centauri) é no mínimo de 15 mil anos, e
minou de verdadeira “camisa-de-força” gando fibras ópí icas; o da Siemens, disse assim o melhor é procurar sinais inteli
para o setor de TCs e que precisa ser re que apenas 3 r/( de investim ento adicio gentes no Cosmos, objeto do programa
formulada com urgência. Segundo Ró- nal dão para transform ar um a rede digi SETI.
mulo Furtado, “os serviços básicos de tal , em RI)SI; o da France Telecom, mos
A fantasia IBM para o ano dois mil
Jean-Paul Jacob mostrou o quo urn Mostrou Jean Paul que para o futuro,
pouco de imaginação aliado á tecnologia seria possível tei um terminal portátil,do
eletrônica e de mecânica fina, existentes tamanho de um livro, misto de T( ’s celu
em laboratório, poderão fazer. lar e de difusão, com vídeo displti} colori
A cada cinco anos dobra a capacidade do, teclado, relógio e computador. Ele re
de armazenamento magnético, cm pela coberiu videotexto, jornal diário, leve e
metade o custo do Mbyte armazenado e consulta a base de dados, alem de servir
triplica a densidade no chip. Desafios da como telefone, bip <« teleserviços O dis
microeletrónica são os da produção do in- play seria de cristal liquido, que precisa
finitamenti* pequeno ern salas de am ser “refrescado” a cada 60 vezes por se
biente con 1 rolados (salas limpas). A bar gundo e necessita um transistor para
reíra de 0,1 micron já foi vencida em la cada pixel (ponto) da tela. Em laboratório
boratório (usando raio X), o que (ornará já existe a tela em cristal liquido de I 1 por Rômulo: há que se reformular a legislação.
possível atuar com milhões de MIPS (mi 11 polegadas, com l ,5 milhões de pixels e
lhões de instruções por segundo), num so uma paleta de 500 cores por 700 grada
dispositivo. InduHtrialmente, já se opera ções A tela servirá como quadro mural ou
com linhas de 1 míerom e ate menos. para televisão. Sensores de proximidade e Larry Clark, chairman da Spar, en
Já se fazem micromotores elétricos de movimento (luva eletrónica), aliados a fatizou a sem elhança entre Brasil e Ca
(estáticos) com menos de 1 micron de diâ técnicas do computação gráfica, pormi- nadá (vastas áreas, com baixa densi
metro que poderão ser chave para o mi- t irão ao homem interagir, espacial mente, dade populacional) mostrando que sa
crorobô com controle remoto, que levará com a tela para criara “realidade virtual” télites são úteis para complementar as
remédios para o interior do corpo hu um panorama eletrônico que muda de
mano. Mas há certas invenções que náo perspectiva, ao mudara posição do indiví microondas terrestres. Sobre as diferen
pegam. O Tevephone. que tem 20 anos (o duo. Possível aplicação: uma janela artifi tes tecnologias dos satélites, sendo ofer
Ministro e o Secretário-Geral das Comu cial, com panorama â escolha, para am tados ao Brasil pela Hughes (estabiliza
nicações têm cada (pia) um no Ministério) bientes fechados (submarino) tudo ção em dois eixos) e sua concorrente
é uma delas. O problema é de opção, mer operado art,i fiei a l men te. S par (estabilização em três eixos) —
cado e economia. Já o livro, o caderno e o lápis eletrôni atendendo à licitação internacional da
cos oferecem outras possibilidades ao Em bratel para os novos B rasilsat — ar
agirem como interface com o computador. gum entou H. Rosen que a proposta da
O comando da máquina passará a ser fei
to por ícones figurativos (basta tocá-los H ughes conduz a um controle térmico
com o dedo) e o programa será do tipo ori mais simples e que a solução a 3 eixos só
entado para objetos. O lápis eletrônico deve ser adotada quando for necessária
permitirá que um texto caligrafado seja m uita energia das células solares. J á L.
transcrito, pela máquina, em datilogra Clark chamou de “elegante, mas u ltra
fia. Na área do disco óptico (que usa a alta passada” a solução a dois eixos e defen
tem peratura do laser para alterar as deu que a oferta da Spar além de mais
características do meio) já se tem 200 flexível, eleva a vida útil do futuro Bra
Mbytes de armazenamento, em uso co silsat de 12 para 15 anos. Ele ainda opi
mercial e se fala em 600 e 770 Mbytes.
Seria melhor enviar este disco (flexível), nou que comutação, em barcada no sa
equivalente a 300 mil páginas dc texto, télite, ainda levará dez anos para apare-
via aérea, ou utilizar canais de TCs? Per
gunta Jean-Paul.
Mais H Rosen nu Seção Satélite desta Edição.