Page 16 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1989

municação de voz, fac-símile, videotexto, tão a Orientação para serviços deverá

dados até 9,6 kbit/s; são 1,7 milhões de ser a principal preocupação futura do

acessos telex; são 0,9 milhões de acessos homem de TCs — disse Bernard Fontai­

digitais até 64 kbit/s; são 20 milhões de ne, diretor de estratégia e mercado para

linhas para redes privadas; e são 10 mil redes públicas da Alcatel.

redes de vídeo com fibra óptica. Os servi­ Ele chamou atenção para o fato de

ços de voz crescem porém à taxa anual de que o novo mundo da eletrônica está

4% e os não-voz a 20%. O que pretende a sendo marcado pela importância cada

RDSI é dar a todos esses usuários de voz, vez maior do software (40 a 50% do total

dados e imagens (fixas), um só acesso bá­ dos custos), o que reduz o custo da mão-

sico (64 + 64+16 kbit/s ou 2B + D) ou um de-obra direta a uma participação irri­

acesso prim ário (30 ou 23 B64 + D64 sória. O fenômeno também afeta a es­

kbit/s) para que tenham suas necessida­ tratégia das multinacionais referente à

des de TCs satisfeitas por uma só rede”, transferência de tecnologia e à venda de

afirmou o diretor da Siemens. equipamentos a diversos países. A rede

A RDSI está implantada, em base co­ de cada país é algo que lhe é peculiar e

mercial ou como experiência-piloto, em muito dinheiro deve ser investido pelo

mais de 11 países mas o elevado investi­ BernardJ. Fontaine, diretor de m arketing e fornecedor para modificações de soft­

mento necessário inibe sua maior imple­ de estratégia de produto para sistemas de re­ ware necessárias para adaptar um equi­

mentação. Negativo, disse Frensch, ao des públicas, da Alcatel. pamento padrão às necessidades parti­

mostrar que para transformar uma rede culares de cada mercado.

D igital, a 64 kbit/s, em RDSI, basta Acrescentou Fontaine que as TCs se

acrescentar apenas 3% do total do inves­ mil dólares, como hoje) e a videocon­ m ovim entam cada vez mais rumo à

timento, sob forma de terminação de rede ferência. prestação de serviços. Em consequên­

e de circuito de linha digital. Além disso, Acrescentou Frensch que a Siemens cia, para sobreviver, uma operadora não

a RDSI aproveita melhor a eficiência da está instalando em Berlim (RFA) um poderá contar apenas com o aperfeiçoa­

rede de assinantes (leva mais informa­ sistema assíncrono de transferência de mento da tecnologia e sim esta deverá

ções no mesmo par de fios) e gera mais re­ dados, uma nova tendência que ele defi­ vir associadg a forte componente merca­

ceita para o sistema, pela exploração de niu como “uma rede de pacotes a muito dológico. E será o mercado que ditará,

novos serviços, que toma possível. alta velocidade”. G coração do sistema pela voz do usuário, o tipo de serviços da

Do ponto de vista do usuário, a RDSI assíncrono da Siemens é uma m atriz RDSI que será melhor aceito. Um dos

lhe dará um acesso universal a 64 kbiUs, que comuta 8 por 8 fluxos de comunica­ esquemas de sucesso neste novo mundo

para voz, dados, texto e imagens fixas e ção a 140 M bit/s, im plem entado por RDSI será o do sistema de provedores de

perm itirá realizar, com uma só term i­ uma combinação de memória de comu­ serviços que poderão ser procurados, li­

nação, em sua casa ou escritório, cha­ tação de pacotes e de dispositivo cross- vremente, pelo usuário através da rede.

madas duplas ou triplas simultâneas, poin t O usuário só pagará pelo serviço que

serviços de fac-símile (formato A4 em u tiliz a r e não será assinante de ne­

10 s), teletex, videotexto, dados (50 ve­ Assíncrona nhum. Caberá à operadora recolherodi-

zes m ais rapidam ente do que empre­ nheiro e distribuí-lo entre os diversos

gando rede analógica e modem) e ima­ — Nos últimos dez anos, as princi­ participantes.

gens fixas associadas a dados. pais alterações na rede de TCs têm ocor­ A arquitetura das centrais de comu­

A lertou Frensch que a estru tu ra rido no transporte da informação (de tação, orientada para serviços, difere

tarifária RDSI deve ser o inverso do que análogico para digital) o que foi pouco bastante da central que apenas trans­

se observa atualm ente e recomendou sentido pelo usuário. Mas, na próxima porta informações, o que se reflete tam­

que deve pagar mais caro o usuário de década, o usuário terá à sua disposição bém no software. Os novos desenvolvi­

negócios — cuja despesa com RDSI ele um conjunto maciço de serviços de infor­ mentos da Alcatel, incluindo RDSI, Re­

considera marginal — e ser mais barata mação, unindo TCs e informática. En- de inteligente, Centrex de faixa larga,

para o usuário doméstico (que hoje terá

que pagar, pelo uso da RDSI, 2 a 10 ve­

zes mais dq que pela sua atual ligação

analógica). Existem três grandes obstá­

culos a vencer na im plem entação da

RDSI: alto custo de term inal residencial

(não deve ultrapassar mil dólares), ne­

cessidade de sigilo da comunicação (o

fantasm a do Big Brother deve ser afas­

tado) e os problemas de padronização.

Felizm ente, disse o executivo da Sie­

mens, o “livro azul” do CCITT já tem pa­

drões consolidados para a RDSI, a 64

kbit/s englobando comutação, sinaliza­

ção (ISUP e canal-D), numeração (time

T), eficiência da rede, interfaces, tarifa-

ção e manutenção.

M as o sucesso na im plantação da

RDSI irá depender muito da definição

clara dos serviços a serem oferecidos, do

nível das tarifas, de term inais a custo

ad eq u ad o s e da p articip ação en tre

operadora e u suário no desenvolvi­

mento de aplicações. Já a implantação

da RDSI, de banda larga, que perm itirá

um tráfego d ig ital da ordem de 135

Mbit/s, trará novos serviços como o dis­

tribuição de sinais de vídeo e televisão,

a transferência de documentos e im a­

gens, a vídeo telefonia (que será viável Da imprensa, a ex-dirigentes, passando por gerentes e especialistas, ouvindo as palestras so­

com term inais da ordem de mil e não 25 bre RDSI.