Page 28 - Telebrasil - Maio/Junho 1989
P. 28
________________ II ENAEI________________
U m e n c o n t r o e m f a v o r d a q u a l i d a d e
Finalizando, Jaime observou estar cm
A falta de uma política governamen fase de implantação o novo processo de
tal que estabeleça ao setor das tele
comunicações regras e procedimentos pa avaliação de concorrências, com critérios
ra manter o poder de compra e contrata objetivos e não subjetivos como era antes.
ções das tarifas, e seu valor real ante as “Agora, muitos aspectos contam como
oscilações da inflação, e que contemple as pontuação. A pré-qualificação das empre
necessidades de investimentos no cumpri sas prestadoras de serviços de rede, feita
mento do papel social, representa a mais ano passado pela Telebrás, protege as or
antiga aspiração do setor e do elenco de ganizações contra a participação de “pá
fornecedores, preocupados com a melho ra-quedistas”.
ria da qualidade dos serviços na área pú
blica. Privilegiar a qualidade
O II ENAEI — Encontro Nacional de
Empresas de Instalação, Manutenção de Endossando os aspectos abordados por
Equipamentos e Redes Telefônicas, promo Jaime Maçans, o presidente da Abeprest
ção da Telebrasil programada para o dia Associação Brasileira de Empresas
10 de agosto, a partir das 9 horas, no Cen Prestadoras de Serviços em Telecomuni
tro de Convenções Rebouças, em São Pau cações, Rui Leme Alvarenga, acrescentou
lo, irá reunir dirigentes de entidades — outros ângulos às questões qualidade, pla
Abecortel, Abeprest e Aberimest — ope nejamento e recursos humanos.
radoras e empresas para debater a “Qua Rui Alvaíviifta, presidente <la Abnpnst. Sobre qualidade, Rui afirmou que “é
lidade na Prestação de Serviços”, abordan preciso que as empresas do setor tenham
do, além do tema central, relevantes ques uma cultura interna em condições de aten
tões sobre planejamento, pessoal e avalia A falta de uma tarifa real provoca oscila der essa básica necessidade, mantida atra
ções. ções no mercado, impedindo que as asso vés de investimentos alocados adequada
ciadas façam suas previsões para novos in mente em pessoal e materiais. Mas para
M ão-de-obra vestimentos. Nós não culpamos a Telebrás. isso, não pode haver descontinuidade de
O Sistema é eficiente, mas a inexistência negócios na área pública, nem mudanças
Para Jaime Francisco Rodrigues Ma- da noite para o dia E acrescentou: “Aí en
çans, presidente da Abecortel — Associa de uma política global de Governo o im tra o planejamento do Governo, fixando
ção Brasileira de Empresas Construtoras possibilita de prestar as informações de prazos lógicos e julgamento mais abran
de Redes Telefônicas, “a qualidade na pres que tanto necessitamos para as nossas pre gente das concorrências. Nesse aspecto, o
tação de serviços evoluiu substancialmente visões”. E observou: “Outro aspecto diz conceito de qualidade deve ser elementar
nesta década, apesar das dificuldades. Bas respeito a discriminação sofrida, as vezes e considerado a nível dos recursos de ca
ta citar que há três anos o índice de defei pela aparência, pelo profissional de rede da empresa. Assim, é preciso que a Tele
tos na entrega de um cabo era da ordem por parte da população. “É preciso que as brás passe a privilegiar esse importante as
de 2%, caindo hoje para, praticamente, ze pessoas tenham para com esse trabalha pecto como incentivo a novos investimen
ro. As nossas associadas, atualmente em dor o mesmo respeito demonstrado ao fun tos, ao contrário do que estamos vivendo
número de 100 empresas de um universo cionário engravatado”. A Abecortel já vem hoje, quando o preço é praticamente o úni
de 115, reúnem cerca de 50 mil emprega atuando nesse sentido, e espera que a co co critério”. Exemplifica o fato de empre
dos. Os investimentos, em sua maior par munidade entenda as características de um sas que investem sem serem julgadas em
serviço cujam obras projetam entradas em
te, vêm sendo canalizados para a mão-de- galerias, valas ou matagais. concorrências da mesma forma das que
obra, cuja habilitação não conta com cur pouco gastam. “Fica bem claro que sem
sos especializados e sim formação no cam despesas com a qualidade não vamos che
po de atuação da empresa. O treinando le gar a nada...”
va no mínimo dois anos para atingir a ca
pacitação técnica. Mas o nível de ocupa M u d a r a imagem
ção dessa mão-de-obra tem enfrentado pi
cos tanto positivos quanto negativos. A fal Quanto ao cadastramento e qualificação
ta de equilíbrio gera ociosidade e a conse- das empresas de transmissão e comutação
qüente dispensa. No momento é da ordem e os critérios de avaliação em concorrên
de 10%. Infelizmente não dá para estocar cias, a Abeprest já entrou com recurso na
mão-de-obra na prateleira...” Telebrás solicitando esse tratamento para
suas 21 associadas de um total de 50, e cer
A saída é m ais prazo ca de 4 mil funcionários altamente espe
cializados.
A manuteção depende da constância Da mesma forma que Jaime Maçans,
dos serviços. “No mínimo, um planejamen Rui Alvarenga tem trabalhado também
to para 24 meses”, adianta Jaime, afirman contra a discriminação, mas no caso, em
do: “E a melhor forma de se poder apri relação a imagem do empreiteiro, muitas
morar a qualidade”. E acrescenta: “Hoje vezes tido como aventureiro, "quando na
as operadoras do Sistema Telebrás estão realidade não é nada disso. E sim uma ba
fadadas a investir cada vez menos, porque se no desenvolvimento de serviços”. Sobre
o controle tarifário pertence ao Ministério as atuais tarifas, considera seus valores
do Planejamento e não ao das Comunica uma séria consequência à população por
ções. A tarifa é simplesmente definida com não representar o valor real. “Em contra
valores para se controlar a inflação, e não partida, a sociedade acaba por pagar caro
remunerar o serviço prestado pelas teles. Jaims Maçans, presidente da Abercortel o desacerto dessa política”, concluiu.(.vcn