Page 24 - Telebrasil - Maio/Junho 1989
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Minicom e Telebrás lançaram, em janei fato sobre seu eixo maior, tal como nos atuais
ro, licitação para o fornecimento de dois sa satélites Brasilsat. Já a Spar defendeu plata Hugh«: 400 munHírbita.
télites de comunicação e respectivos centros forma estabilizada em três eixos, utilizada Mnkr oonuorraite: 10 mmiHÍdiitu.
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de controle, com a finalidade de dar continui em satélites como Inmarsat-2 e Telecom-2. jHini (liar mats iwila.
dade ao Sistema Brasileiro de Comunicação Em números redondos, a oferta da Spar fica
por Satélite (SBTS). Os atuais satélites Bra- em torno de 200 milhões de dólares e a da Hu
silsat, lançados em 85 e 86. têm vida útil, pre ghes é 50 milhões de dólares mais barata.
vista, de cerca de 10 anos, ao passo que leva A disputa entre os licitantes se passa,
de 3,5 a 4 anos para a entrada, efetiva, em como de costume, em clima de alta tensão
operação de um satélite de comunicação, mercadológica. A Hughes, por exemplo, pu
após assinado o ato contratual Definidos os blicou anúncio na grande imprensa falando
artefatos espaciais, uma licitação à parte es de “400 anos-órbita de experiência, contra
colherá dentre as opções viáveis (européia, apenas 10 anos de seu concorrente no Bra
chinesa ou norte-americana) para seu lança sil". Ela também argumenta aue seu satéli
mento. te, da ordem de 680 quilos, sendo mais leve do
que o do concorrente (cerca de 800 quilos), ele
Hughes e Spar não terá nenhuma limitação de lançador
para entrar em órbita. O consórcio franco-
Apenas dois grupos puderam atender à canadense diz que seu satélite emprega a
“seleção ampla e irrestrita" da licitação mais recente e comprovada tecnologia em
0001/89. Os interesses norte-americanos plataforma espacial, o que poderá estender a
compareceram com a proposta da Hughes vida útil do satélite de 2 a 5 anos alem dos re
Aircraft, uma controlada da General Motors, quisitos mínimos da licitação <* que seus
em associação com a Promon Engenharia, transponders irradiam alto nível de sinal. No
brasileira. Do outro lado, candidatou-se a meio do t iroteio, os especialistas da Telebrás,
Spar consorciada com a Sed, também cana precavidamente, enviaram quest ionario téc
dense, além da Matra e Alcatel, francesas, e nico com 300 quesitos, a serem respondidos,
da Victori Internacional (grupo Roberto por escrito, pelos licitantes, antes do qual
Marinho), brasileira. quer decisão.
O pacote das propostas inclui, ainda, fi
nanciamento do lOOvr do projeto, contrapar
tida comercial (as importações estrangeiras
de produtos brasileiros devem equivaler ao
custo do projeto) o transferência do tecnolo
gia ao Inpe, CNPq e outras entidades.
Anuncio da Hughes Aircraft Companypubli
R.P. cudo na grande imprensa brasileira.
No campo das Relações Públicas e como
divulgado pela imprensa, altos dirigentes da
Hughes Aircraft (Harold Rosen, David Bra- tura do satélite, painéissolares.antenasees-
verman, Richard Bradberry), acompanhados tabilizaçáo, da Matra, Toulouse. A parte ter
do embaixador norte-americano, no Brasil, restre dos centros de controle virá da Matra
Harry Shlaudeman, estiveram junto à Tele Toulouse com participação da Sed canadense
brás e ao Ministério das Comunicações, em e das Sat Control e Alcatel francesas. Tam
Brasília, defendendo sua proposta para o for bém prevista a participação brasileira da
necimento do satélite brasileiro. Por outro Embraer (estruturas leves ninho de abelha),
lado, também estiveram na Capital Federal, Engetrónica (eletrônica no solo) e Inpe (teste
com o idêntico propósito, altos executivos da e verificação de desempenho, no solo).
Spar (William Fitzgerald, Kastern West- Para o SBTS II, a Embratel terá adaptado
phal) levando carta do Ministro para o Co seu sistema de controle no solo e que compre
mércio Internacional, do Canadá, John Cros- ende: estação terrena de telemetria, co
bie, ao Ministro das Comunicações, Antonio mando e ranging, em Guaratiba (com re
Carlos Magalhães, registrando “o alto in serva, em Tanguá); centro principal de con
Capa do sumário executivo da Spar Aero teresse que o Governo do Canadá dá para a trole, no centro da cidade do Rio de Janeiro
space Limited e Victori Internacional Enge continuidade da cooperação com o Brasil, no (com réplica em Guaratiba). As antenas de
nharia de Telecomunicações S.A., para a setor de TCs”. comunicação e o centro de controle de comu
Telebrás. Dentre os pontos em disputa nas propos nicações ficarão em Guaratiba (com terminal
tas, está a sensível transferência de tecnolo remoto, na Embratel, no centro da cidade).
gia para comunicações militares, na Faixa X, Em relação à contrapartida comercial (dos
Ambos consórcios podem reivindicar vin- e que se destina, no caso do SBTSII, a cobrir o primeiros Brasilsat) e segundo a Spar, foram
culações com os atuais satélites em órbita da espaço brasileiro e o Atlântico até a longi atingidos 267 milhões de dólares, até 88, in
Telebrás: a Spar Aerospace Ltd. foi o fornece tude 20°N e se estendendo para a Costa Afri cluindo a venda de 6 graneleiros (navios), da
dor contratual dos atuais satélites Brasilsat, cana e a Antártida. A comunicação na Faixa Verolme, para o Canadá Steamship Lines.
que foram, porém, fabricados pels Hughes X prevê um canal de 60 MHz de banda pas Para o futuro, em relação à transferência de
Aircraft. sante além de um sistema beacon (rádio- tecnologia para o Brasil, fala-se não mais em
Os novos satélites brasileiros estão pre farol). helicópteros, como na licitação dos atuais
vistos para órbita equatorial síncrona, entre A oferta franco-canadense integrará Brasilsat, mas sim em centro de controle
60° e 70u de longitude oeste, terão cada um 28 vários fabricantes. A Spar, em Ottawa, mon para satélites, sistemas militares na Faixa
transponders (ou repetidores) — quatro a tará o artefato a partir de: equipamentos da X, serviços móveis via satélite e estações de
mais que os atuais satélites — e utilizarão a Banda C, recebidos da Spar Montreal (Can.); baixo custo para Faixa C (em cooperação com
Faixa C para as comunicações de uso civil en da Banda X, da Alcatel Toulouse (Fr.); estru a firma brasileira Control). (JCF) v
tre 3,6 a 4,2 GHz (na direção espaço-terra) e
5,8 a 6,4 GHz (na direção terra-espaço). A li
citação prevê também um subsistema na
Faixa X (7,3 a 7,9 MHz) para atender a requi
sitos fixados pelo Estado-Maior das Forças
Armadas (EMFA).
As ofertas dos concorrentes à Embratel
diferem técnica e economicamente. O grupo
Hughes ofereceu plataforma estabilizada (a Embratel
maneira com que as antenas se orientam em Centro Espacial
relação à Terra) por meio de rotação do arte de Guaratiba (RJ).
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