Page 14 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1988
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B r a s i l :
E s t a d o a t u a e m t e c n o l o g i a s d e p o n t a
Luciano Coutinho, Secretário-Geral do Ministério da Ciência e Tecnologia: “Falta no Brasil
articulaçào de um plano estratégico para o futuro"
As telecomunicações sempre promo sidera que o investimento de 6 milhões
veram a alta tecnologia. Satélites, cabçs de dólares feito pela Telebrás no CPqD,
submarinos, CPAs, modems, telégrafos, Acordo ainda em 88, é pouco frente aos objetivos
válvulas, chips, teleimpressoras, multi- esperados, dentre os quais o de passar a
plex, fac-símile, rádio, televisão, fibras Brasil-China central digital Trópico de 4.500 linhas
ópticas — a relação parece não acabar. — hoje produzida na Elebra, PHT, Sesa,
Pela própria natureza do negócio, a in De acordo com o diretor do Inpc, Marco S1D — para a capacidade de 20 mil li
dústria ae telecomunicações cultiva, do Unupp. ox intern várias propostas concre nhas (cujo hardware já está definido e o
longa data, a “conectiviaade” e padrões tas para a construção conjunta de satéli software deverá estar terminado até o
nacionais e internacionais comuns. A tes com o Brasil, paru a próxima década. final de 89).
União Internacional de Telecomunica A mais conhecida destas propostas foi Ao focalizar a Rede Digital de Servi
ções (UIT) é, por exemplo, um testemu apresentada pela China e prevê o desen ços Integrados (RDSD, o vice-presidente
nho vivo do interesse pela cooperação volvimento de dois satélites de 1.300 qui da Telebrás destacou que a digitaliza
técnica que agora se renova com a inte los pura sensoriamento remoto (tipo ção da rede e dos equipamentos é uma
Lnndsut e Spot), cujas imagens servirão
gração das TCs e da informática. “Velo aos dois países e u outros que vierem a se oportunidade essencial para a renova
cidade e onipresença da informação são interessar por elas, em bases comerciais. ção e afirmação de nossa tecnologia e,
as características aeste século”, afirma Protocolo formal já foi assinado pelos go em termos de benefícios, a ftDS/“levará
Paulo Edmur Pollini, vice-presidente vernos do Brasil e da China para o projeto informações de voz, imagens e texto a
da Telebrás, que opina: espacial, que será executado pelo Inpe e toda a sociedade”. Mostrando-se oti
— Do ponto de vista tecnológico, o pela Academia Chinesa de Tecnologia Es mista em relação à década de 90, afir
Brasil precisa descobrir seus próprios pacial (CAST). mou Pollini que “o setor de telecomuni
nichos de oportunidade e partir para O acordo prevê que o Brasil será res cações possui uma base industrial mí
sua exploração doméstica e internacio ponsável por 30% do valor do sistema, in nima que já lhe permite prosseguir, de
cluindo transponders de serviço e de co
nal. O modelo econômico mundial é per municação (faixa S), estrutura, energia m aneira independente, e uma elite de
verso para os países que não detém tec (painéis solares) e computadores de pesquisadores, ainda que pequena, ca
nologia e o Brasil ainda investe muito bordo, que contarão com participação da paz de colocar novos produtos no mer
pouco para desenvolvê-la. E há também indústria nacional. cado, com tecnologia brasileira. Mas há
áreas, como a microeletrônica, mesmo Na parte de solo, será desenvolvida que sep seletivo porque não se pode fazer
que não representem interesse comer uma estação de receção e tratamento de tudo. E preciso selecionar modelos e ati
cial, são de grande interesse estratégico imagens, auxiliada a computador, que vidades nas quais se deseja trabalhar”.
para qualquer país. constitui uma evolução natural do know — Quanto à telefonia móvel, após de
how acumulado com o atual Sistema de
Auxílio à Interpretação de Imagens {Si- finidas Rio, São Paulo e Brasília, como
Telebrás tim), já existente no Inpe. cidades-piloto, e que a tecnologia utili
Em futuro mais remoto, Marco Raupp zada será AMPSy a Telebrás aguarda
No tocante ao desempenho do Centro prevê que a experiência sino-brasileira decisão e orientação do Ministério para
de P esquisa e D esenvolvim ento — permitirá o lançamento de um satélite dar início à implantação. A Telebrás só
CPqD da Telebrás, disse Pollini que os equatorial a baixa altitude, bem como cabe a hipótese dela mesma operar o
resultados estão aí para quem quiser uma participação nacional na fabricação, serviço — afirma Pollini, acrescentando
integração e teste da próxima geração de
apreciá-los, quer se trate das áreas de satélites de comunicação da Embratel, a que “o CPqD inicia estudo da tecnologia
comutação, rádio digital, fibras ópticas, serem lançados em 1994 e 1995. digital celular mas permanece na esfera
laser, circuitos integrados dedicados, ou do Minicom o estudo de alternativas”.
de muitas outras. Ainda assim, ele con- Disse ainda o executivo que em relação