Page 12 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1988
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m E s p a ç o
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C o n q u i s t a é a m e t a d o s d e s e n v o l v i d o s
espaço, tal como hoje acontece, citando
que Alemanha e França estão envolvi
das no program a de satélites TDF-
TVSATpara a difusão de sinais de som e
imagens de televisão a serem captados
diretamente por receptores individuais
de baixo custo. Na área de localização de
veículos, navios e aeronaves, e para
coleta de dados em qualquer ponto do
globo, também se utilizarão satélites. A
este respeito, citou Alain Perard a exis
tência do sistema Argos (em serviço co
mercial deste 1987, com base nos satéli
tes americanos NO AA), o Sarsat/Cos-
pas (sistema internacional de busca e
salvamento), além do Locstar, um sis-
- tem a explorado pela em presa nor
te-americana recém-criada, Geostar, e
destinado a localizar e enviar pequenas
mensagens para trens e caminhões em
Visão geral de uma das mesas de debates do Seminário “Tecnologia Rumo ao Século XXI”, que movimento.
reuniu autoridades mundiais sobre planejamento tecnológico. “Não há melhor local para conhecer a
Terra do que do espaço”, observa Philip
Culberston, que trabalha na área de
O derradeiro desafio tecnológico é o sica, física solar e geofísica, com vários Planejamento da Administração de Ae
espaço. URSS, Estados Unidos e agora a instrumentos observando simultanea ronáutica e Espaço {NASA) dos EUA, ao
Europa se empenham na disputa para mente o mesmo fenômeno celeste e per citar aue satélites geostacionários, do
lançar artefatos cada vez mais pesados, mitindo, por outro lado, devido às condi tipo M eteosat, são empregados em re
manter homens em órbita cada vez mais ções especiais gravitacionais e de vácuo, gime de cooperação pelos EUA, URSS,
tempo (com vistas a viagens interplane melhor compreensão de fenômenos físi índia, Japão e Europa para fornecerem
tárias e ao trabalho no espaço) e montar cos, químicos e biológicos. Mas o in uma visão global da atmosfera terres
estruturas — laboratórios ou platafor teresse essencial da conquista do espaço tre. Alain Perard lembra, por sua vez,
mas orbitais — no espaço e assim tornar é estratégico e econômico. que artefatos colocados em órbita polar
realidade o que até agora era objeto da (estes varrem periodicamente toda su
literatura de ficçáo científica. Reparos perfície do globo), em altitudes mais
O domínio do espaço próximo, aquele baixas (800 a 1000 km), como o Landsat
mais perto da Terra, além do óbvio in A instalação de uma plataforma es (EUA) e o Spot (França) permitem
teresse militar e estratégico, encontra pacial, com várias pessoas a bordo, fa maior definição e estudo dos objetos ter
ainda aplicação nos campos da ciência, cilitará também a manutenção e reparo restres.
das telecomunicações, da observação de satélites em órbita, seguindo o cami Em realidade, existem duas tendên
terrestre e do processamento físico-quí- nho já aberto com o conserto do artefato cias para a observação da Terra, explica
mico em condições de baixa gravidade e Solar Max e dos satélites de telecomuni
de vácuo quase absoluto. Participando cações Palapa B-2e Westar-6. Em rela o técnico francês. Uma delas é a multi
da corrida espacial a comunidade euro ção às telecom unicações, diz A lain plicação de pequenos artefatos coloca
péia, através da ESA (European Space Perard que satélites extrapolarão a sim dos em órbita. A outra, a utilização de
Agency). que com preende 13 esta- ples função de repetidores colocados no grandes estruturas orbitais multifun
dos-membros, movimenta-se para im cionais dotadas de muitos instrumentos
plantar uma estrutura em órbita (em
brião de um centro de pesquisa, no es DE
paço) ainda no decorrer deste século.
Como rememora Alain Perard, que é
diretor da Comissão Nacional de Estu
dos Espaciais (CNES) — orgão governa
mental e científico que coordena as ati-
vidades espaciais francesas — a con
fi
quista do espaço que nos cerca foi mar
cada sucessivamente pelo lançamento
do primeiro objeto em órbita (Sputnik,
em 1957), pelo primeiro homem no es
paço (Gagarin, em 61), pelos primeiros
satélites de telecomunicações (Telstar e
Relay, em 62), pelo artefato orbital para
observação da Terra (Landsat, em 1972)
e pela introdução dos veículos reutilizá n o t f c c m m L
veis (Space Shuttle, em 1981). C R I O
Ainda de acordo com o técnico fran
cês, a instalação de uma plataforma or l»
bital perm itirá diversos avanços no
campo científico da astronomia, astrofí atencãc^Dor R ^ h ^ n 0’ d° h ?marat}> fa.la da posição brasileira no Gatt, sendo ouvido>co*
atençao por Richard Owens, do Escritório de Patentes e Marcas Registradas dosEUA)-
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