Page 35 - Telebrasil - Maio/Junho 1988
P. 35
“Havíamos mudado
de residência dois dias
antes. Na correria, minha
mulher deixou para pedir
a transferência do telefone na última
hora. Achei que ficaríamos umas três
semanas sem telefone, e isso me incomodava.
O número mudaria, perderíamos contato com todo
mundo, um trabalhão. Minha mulher achava que não.
A CTBC havia garantido a instalação em 2 ou 3 dias e,
como continuaríamos na mesma região, nosso número
não mudaria. Não acreditei.
Sexta à noite, quando cheguei do trabalho, o telefone
estava lá. Durante o jantar ele tocou. Era uma ligação
internacional; um amigo com quem eu não falava há 12
anos. O Líber havia achado nosso número no fundo
de uma velha valise.
Ele trabalhava em Roma já há alguns
anos e estava ligando de pura saudade dos amigos.
Passei o telefone para minha mulher, que também
queria falar, mas fiquei pensando naquilo.
Tantos anos depois, o Líber, em Roma, acha meu
número num velho pedaço de papel e tem a idéia
de me ligar.
Mais incrível ainda: meu telefone
toca do lado de cá e eu atendo.
Parece nada, mas só quando acontece com a gente
é que se tem idéia, mesmo”.