Page 34 - Telebrasil - Julho/Agosto 1988
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A PEQUENA EMEDIA
EMPRESA NAS TCs
DEBATE II
J.C. Vallim — Gostaria de ouvir a opiniáo do Car apoio, se houver interesse nacional para bancar Renê de Castro — No que diz respeito à IBM,
los Magnus sobre contrato de adesão. esta experiência, nós podemos estar num ponto na area de importação de componentes discre
de inflexão do desenvolvimento científico e tec tos, nos quais ainda não temos tecnologia, pos
Carlos Magnus (Intelbras) — Eu acho o contra nológico do País. suímos um departamento internacional de com
to de adesão uma fórmula muito interessante, pras nos EUA. Esses componentes, comprados
da mesma maneira que a concorrência é uma Fernando (Telepar) — Especificamente na área em larga escala, são utilizados em vários produ
fórmula interessante de contratação. Ambas po financeira, ate que ponto a IBM financia direta tos ou em várias fábricas IBM. Existe em parale
dem ser aplicadas conforme o caso. O que atra mente ou mdiretamente o conjunto de peque lo um laboratório de qualificação desses compo
palha, às vezes, é a burocracia. nas e médias empresas que procura desenvol nentes e os fornecedores são qualificados por
ver? nós.
J.C. Fonseca (Telebrasil) — Pergunta para An-
tonio Guarino: Quais os números de falências René de Castro (IBM Brasil) — A IBM quando Lázaro J. Brito (Telebrasil) — 0 senhor falou em
nas pequenas e médias empresas? lida com seus fornecedores não tem qualquer Ciclo de Controle de Qualidade (CCQ). Na litera
plano específico em termos de desenvolvimento tura, pelo menos no Brasil, temos lido muitoso-
A. Guarino (ex-Flupeme) — O desprezo pela pe na área financeira Existem casos, porém, que a bre CCQ na Volkswagen, IBM, Johnson & John
quena atividade empresarial no Brasil tem sido IBM põe seu equipam ento em consignação son etc. A invenção é japonesa. 0 rendimento
uma constante, a tal ponto que as estatísticas junto ao fornecedor Podemos até adiantar a l das pessoas tem sido melhor durante ou fora do
sobre as indústrias saem agregadas Não se de guns pagamentos em termos de matéria-prima;
horário de trabalho? Gostaria de ter maiores es
sagregavam até um trabalho que tentamos fazer em outras situações, pagamos à vista. Então, clarecim entos a respeito do CCQ.
no Cebrae. O IBGE, por exemplo, está come não há uma diretriz, um critério, uma estraté
çando agora um processo de desagregação de gia-padrão Estudamos caso a caso. A IBM pro Renê de Castro — A experiência da IBM mun
suas estatísticas, mas a informação que nós tí cura que o fornecedor caminhe sozinho, para dial em CCQ começou, logicamente, através da
nhamos no Ministério da Fazenda era de que, evitar aquilo que alguns cham am de p a te r IBM do Japão. O CCQ é para a IBM uma ferra
em 10 anos, 75% das pequenas empresas cos nalismo, mas tém casos que nós temos esse tipo menta de desenvolvimento do funcionário ou do
tumam morrer. de assistência. grupo a que ele pertence. É permitido reunião
dentro do horário de trabalho ou fora dele. Al
Ary Nisembaum (Telesp) — Qual é a participa Francisco de Paula (B atik)— Em sua palestra, guns preferem uma hora por semana dentro do
ção da pequena e média empresas no volume o senhor disse que a IBM escolhe um fornecedor e xp e d ie n te , outros se extendem no período
das exportações brasileiras? dentre dois ou três, isto é, empresas previa- após. Todos na IBM têm essa liberdade.
mente selecionadas através de critérios tais
A. Guarino — Praticamente nula Foi feito um como preços, prazos etc Eu pergunto: a IBM ru iv a Lupeb [z p u c e j— i-oi Taiaao soDrealguns
programa chamado consórcio de exportação descobre o fornecedor ou o fornecedor descobre programas internos da IBM que premiam aque
que tinha como objetivo juntar pequenas em a IBM? les que dão sugestões, também para o fornece
presas produtoras. Mas ele foi desvirtuado, por dor ou subfornecedor Poderia detalhar um pou
que esses consórcios serviram apenas para re René de Castro Esse canal é aberto nos dois co mais, que tipos de prêmios são esses7 See
duzir o custo de exportação de algumas empre sentidos Se eu tenho uma política de com peti um diplom a, um aum ento de pedido ou uma
sas líderes do setor Eu acho quolevar a peque tividade e de concorrência, pelo menos tenho melhor condição de pagamento?
na empresa à aventura da exportação e leva la a que manter um regime de três fornecedores.
um risco muito grande Nao acredito em expor Também nada im pede que subtornecedores Renê de Castro A premiação é apenas um
taçáo para pequena empresa em termos ma procurem em determinado momento ascender a destaque, que pode ser uma taça, um trofeu,
ciços. fornecedores diretos. um diplom a, somente com o intuito de enfatizar
o bom desempenho do fornecedor. Não ha pe
Haroldo C. de Mattos (Sesa) Qual sua opi Luiz Carlos Bnhiana (Telebrasil) Perguntas didoa mais, não há qualquer facilidade para pa
nião a respeito da implantação da pequena e para Mareio Lacerda e Renê de Castro-. Como gamento. As regras da IBM são imutáveis. Ape
média empresa nos pólos industriais, como é o procedem suas empresas para a qualificação de nas há um reconhecimento publico de alguém
caso do pólo criado no Rio de Janeiro? componentes importados' que fez alguma coisa certa.
A. Guarino Eu sou um entusiasta desse pro Mareio Lacerda (Batik) - Não temos grande Ary Nesembaum (Telesp) — Dentro do campo
grama de pólos industriais. Acredito que é a volume de importação direta, até porque o ín de atuação da Petrobrás, qual e o porte e ofa
possibilidade maior e definitiva de desenvolvi dice de nacionalização de nosso equipamento é turam ento para que seja considerada pequena
mento tecnológico e de capacitação gerencial. bastante alto Os próprios fornecedores se preo ou média uma empresa?
Os distritos industriais, de um modo geral, fra cupam em não nos vender produtos de baixa
cassaram, porque eles não tinham nada em co qualidade, porque eles querem vender mais de Murillo Campos (Petrobrás) — Existe relacio
mum, a não ser o fato de abrangerem empresas uma vez. Então, essa dificuldade dim inui e te namento da Petrobrás com pequenas e medias
industriais. Agregou-se serraria com eletrônica mos tid o uma experiência menos fru stra n te empresas dentro do serviço de material e outros
e, às vezes, até mesmo coisas incompatíveis. como com pradores de com ponentes im p o r órgãos operacionais. Para nós do Centro de Pes
No caso especifico do Rio de Janeiro, se houver tados. quisas (Cenpes) são classificadas como PMEs
/ enine Rocha (Avel) Salomão Wainberg (Geicom) Fernando Xavier (Telepar)