Page 38 - Telebrasil - Julho/Agosto 1988
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Serviço de TV por Assinatura - TVA
Colaboração: Pedro Paulo R. Barbosa
e José Alípio Madeira
(Engenheiros do Geicom)
Em 23 de fevereiro de 1988, o Presi caso, habilitados apenas à recepção de tanto, em m ais uma oportunidade de in
dente da República, através do Decreto uma programação básica e excluídos de vestim ento para as indústrias do setor
n.° 95.744, regulam entou o Serviço Es receber eventos especiais previam ente eletroeletrônico.
p e c ia l de T e le v is ã o p or A s s in a tu - estabelecidos em contrato. T a l opção Com o já m encionado, este serviço
ra-T V A . Esse serviço, largam ente u tili teria, evidentem ente, um custo redu deve ter como público as camadas de
zado nos Estados Unidos e Europa, per zido. m aior poder aqu isitivo da população.
m ite que os usuários de televisão rece Poderão ser concessionárias do Ser Portanto, a execução do mesmo, dentro
bam uma programação diferenciada da viço de T V A pessoas jurídicas de direito dos m oldes da radiodifusão de sinais e
quela norm alm ente apresentada pelas público interno, empresas públicas, fun im agens tradicional, ou seja, um trans
emissoras de T V , m ediante um contrato dações governam entais e empresas com missor único de elevada potência, irra
com a prestadora do serviço. N orm al controle societário integralm ente per diando para toda a área de concessão,
mente essa programação dirige-se a de tencentes a brasileiros. A escolha do seria tota lm en te antieconômica, pois
terminadas áreas de interesse, havendo concessionário será feita mediante con seriam enviados sinais para inúmeras
programações especializadas em espor corrência pública, nos moldes das atuais áreas de população sem qualquer condi
tes, música’, cinema etc. concessões de rádio e televisão. ção de ser assinante deste serviço alta
Diferente da cabodifusão, onde os si A p rim eira conçorrência para im m ente seletivo.
nais são distribu ídos confinados em
meios físicos, como cabos coaxiais ou fi
bras ópticas, o T V A distribuirá os sinais
aos assinantes do serviço através do es
pectro radioelétrico, de form a co d ifi
cada. Serão utilizados pelo T V A canais
na fa ix a de U H F (300 M H z a 3000
MHz).
Uma vez que os sinais são transmit i-
dosde forma codificada, o acesso do assi
nante ao serviço ocorrerá m ediante a
utilização de equipamentos decodifica
dores apropriados que serão cedidos
pela entidade exploradora do serviço.
A área de cobertura do S erviço de
T V A é, em geral, lim itada a contornos
regionais definidos pela localização de
sua estação geradora e de suas ret rans-
missoras. Tal área de cobertura é defi
nida no Decreto Presidencial que ou
torga a concessão. Mas, como aconteceu
com os serviços tradicionais de televi
são, tal cobertura tem possibilidade de
ser estendida a todo território nacional,
através da operação em rede, com o em
prego de satélite de comunicações.
O mercado potencial para o Serviço
de T V A é, teoricam ente, de cerca de 16
m ilh ões de assinantes, ou seja, o nú
m ero de dom icílios com T V existentes A geradora envia sinais codificados através do espectro radioelétrico (nào confinado a meios fisicosl
recepçào utiliza-se decodificador cedido pela entidade exploradora do serviço.
no País. No entanto, em termos reais, o
serviço deverá atin gir apenas as classes
m édia e alta, devido ao custo do sistema, plantação de S erviço de T V A no P aís Um a solução seria a criação de uma
form ado basicam ente pelo pagam ento está sendo realizada na cidade de São rede de distribuição dos sinais de TVA.
de m ensalidade, por parte do usuário, à Paulo. A expectativa é de que o sistem a form ada por microestações de pequena
entidade exploradora do serviço, já que esteja em operação dentro de dois anos, potência, dentro da área de concessãoe
a irlserção de publicidade, embora seja prazo médio para as entidades explora situ ad as em bairros ou comunidades
p erm itid a , d everá ocorrer em volum e doras do serviço conseguirem instalar- com grande potencial mercadológicos.
nem menos acentuado que na televisão se em suas áreas de concessão. Tais estações poderiam ser interconee-
co n ven cio n a l, face às características Com re la ç ã o aos eq u ip a m en to s a tadas via satélite ou por linksradioter-
inerentes ao serviço. Nos Estados U n i serem u tilizados na prestação do S er restres. T a l solução teria como vanta
dos, o custo m édio do Serviço de T V A é viço de T V A , é intenção do M in istério gem a ca ra cterística de ser efetuada
de US$ 50,00 por mês. das Comunicações enquadrá-los em sua com grande parcela de equipamentos de
C onform e já m encionado, o Serviço Política Industrial, ou seja, utilizando o origem nacional.
de T V A coloca à disposição do usuário m aior grau possível de equipam entos A solução via satélite tçria ainda»
uma program ação exclusiva, de acordo produzidos no País, principalm ente no van tagem de possibilitar a assinante?
com o seu interesse (esportes, film es, no que se refere aos decodificadores, res isolados captarem os sinais usando um
ticiários etc.). E possível ainda que os ponsáveis por ponderável parcela dos sistem a de recepção de TVA via satélit*
usuários tenham a opção de um contrato investim entos necessários à im planta (já largam ente produzido no P a is ) e um
de a ssin a tu ra p a rcia l, ficando, nesse ção do sistem a, constitu indo-se, por- decodificador de TV A . *