Page 18 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1988
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Finep 20 anos: O problem a
brasileiro da tecnologia
Ofí destinos de nossa tocnologiii (E-D): José Vargas (Unesco), Paulo Cunha (Ultra), Fábio Guimarães (Finep), José
Pelúcio (Sec. C&T/RJ), Conceição Tavares (UFRJ).
No Brasil oficial, tecnologia, dentre tor fundamental para a manutenção de
outras coisas, foi sinônimo, a partir de altas taxas de crescimento econômico FINEP: VALORES FINANCIADOS
67, de um órgão destinado a gerir recur No período 80-87, nossa indústria dc
sos para fomento tecnológico e que, no transformação cresceu 17%, mas a po
dia 12 de dezembro último, festejou no pulação 20% e o País, que vem oscilando
Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, de crise em crise, teve seu desenvolvi
seu 20" aniversário. Trata-se da Finep, mento truncado por circunstâncias con
hoje ligada ao Ministério da C&T. A junturais. O último ciclo da expansác
cerimônia contou com a presença do Mi vivido pelos brasileiros foi em 70 e nas
nistro da Ciência e Tecnologia, Luiz ceu da ação do Estado. Mas agora, o Bra
Henrique da Silveira, e de seu anteces sil tornou-se mais complexo e a máqui
sor no cargo, Renato Archer, atual Mi na governamental está em muitos pon
nistro da Previdência Social, além do tos superada”.
presidente da Finep, economista Fábio E então de que precisamos? É o pró
Soares Guimarães, e dos conferencistas: prio palestrante que responde ao dizei
José Israel Vargas (PR do Conselho que é necessário reduzir os intervalos da
Executivo da Unesco); Paulo Cunha (PR distribuição da renda; promover o auto-
do grupo Ultra); José Pelúcio Ferreira desenvolvimento sustentado; e aumen
(Secretário de C&T do RJ); e Maria da tar a produtividade para expandir o
Conceição Tavares (UFRJ), que abor Produto Interno. Em suma, é preciso,
daram a problemática do desenvolvi por um lado, aumentar a eficiência do
mento econômico e tecnológico do País. aparato industrial como um todo e por
outro expandir a demanda interna pela
M e r c a d o In t e r n o manutenção e expansão do salário real.
Assim, a chave do futuro do Brasil é ser
Inicialmente, José Vargas, um PhD competitivo e chegar à autonomia tec
em química, mostrou sua ótica dos pro nológica, mas tudo isto a um preço: pa
blemas brasileiros, cujos pontos princi gar tecnologia externa e absorvê-la in-
pais são os seguintes: "Tecnologia é fa ternamente.