Page 16 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1988
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Ficap
Luz da fibra óptica na ferrovia da Vale
Colaboração: Eags. Gil Ribeiro Filho e Luiz Carlos Alves Vieira, da Ficap
m al da fábrica, b asta dizer que nesta re
telégrafo que g aran tia as com uni
O cações no ram al da ferrovia V itó gião estão as m inas de ferro de Timbo-
ria — M in as e stá ap o sen tad o . No seu p e b a , F e rte c o e S a m itri, e o pátio de
lugar estão instalados cerca de 200 km tran sbo rd o de produtos siderúrgicos. É
de cabos de fibra óptica que garantem n este trecho tam bém que a Ferrovia Vi-
todo o sistem a de telecontrole, telesu- tória-M inas se encontra com os trilhos
pervisáo e telecom unicações de linha. O da R ede F erro v iária Federal — portão
projeto teve a participação de em presas de e n tra d a p a ra o corredor de exporta
nacionais no desenvolvim ento de toda a ção G oiás-E spírito Santo.
tecnologia necessária p ara a realização
do em preendim ento. Cabo especial
A Ficap, além da fabricação dos ca
bos, se responsabilizou pela supervisão Seguindo su a lin h a de atuação, na fa
da instalação, a confecção de em endas e bricação de cabos ópticos no Brasil, a Fi
o treinam ento do pessoal da V ale do Rio cap, a m aio r em presa nacional fornece
Doce, cabendo a E leb ra Telecom o de dora de fios e cabos p ara o Sistema Tele-
senvolvim ento do p rim eiro d eriv ad o r b rás, desenvolveu, especialmente para
digital nacional. O serviço de ab ertu ra u tiliz ação n a ferro v ia da Vale da Rio
de v a la s e lan çam en to do cabo foram Doce, o cabo óptico CFO-E-SF-02FG que
efetu ad o s p ela Ja lfim T elecom unica difere fu n d am en talm en te dos cabos até
ções Ltda. hoje utilizados no B rasil, por ser metal
H á cerca de quatro anos surgiu a ne free (ausência de elem entos metálicos).
cessidade de sin alizar a estrada secun E ste cabo é to talm en te imune a qual
d ária que in terlig a a cidade de Desem q u er tipo de interferência eletromagné
b a rg a d o r D ru m o n t (ES) à fáb rica da tica, além de te r o seu peso consideravel
V ale do Rio Doce em Belo Horizonte. A m en te reduzido, aproxim adam ente 145
idéia era apro v eitar o sistem a de contro g/m. O elem ento central totalmente sin
le d e sc e n tra liz a d o desenvolvido pela té tic o , confeccionado em stratoglass,
E sca E n g e n h a ria p a ra a ferro v ia via s u b s titu i o aço u su alm e n te utilizado
tronco: a necessidade de se obter um sis p a ra o puxam ento do cabo.
tem a integrado para derivação obrigou Com o form a de bloqueio à penetra
à V ale a fazer um a revisão em seus pla ção de u m id ad e, ao invés de ser pres
nos de telecom unicações. surizado, este cabo apresenta seu núcleo
V árias a lte rn a tiv a s foram a n a lisa co m p letam en te preenchido com geléia
das. M undialm ente, utiliza-se o sistem a de p etróleo, form ando um a barreira a
de radiofonia (U H F) ou por onda p o rta e ste a g e n te ind esejáv el. Sua capa ex
dora, via cabo. Porém , e n tre im p o rtar te rn a é dotada de fios de fibra de vidro
um sistem a coaxial ou U H F, a V ale pre a p lic a d o s lo n g itu d in a lm e n te junto à
fe riu a te c n o lo g ia de fib ra s ó p ticas, u m a cam ad a efe polietileno, por extru-
dando um pulo à frente no tem po, para são, form ando assim um conjunto resis
ab raçar as TCs digitais. Foi a p a rtir daí te n te a tração e com pressão.
que chegou a outro sistem a de tran sm is O cabo foi subm etido a testes de tra
são utilizando m icroondas e fibras óp ção, com pressão, im pacto, torção e do-
ticas. bram ento, segundo norm as da Telebrás.
O sistem a óptico au to m atiza o pro visando u m a av aliação precisa do seu
cesso de lic e n c ia m e n to de tre n s , que co m p o rtam en to em função das situa
ainda era m anual no trecho da fábrica à ções locais de instalação. D urante e após
Trabalho do campo, na ferrovia. E m cima:
D e sem b arg ad o r D ru m o n t. São cabos cabo ótico utilizado. cada teste não se constatou nenhuma al
compostos de duas fibras ópticas desen te ra ç ã o n a s su a s características, com
volvidas pela Ficap especialm ente para provando ser o cabo ideal para condições
a V ale. Os cabos estão interligados a 16 locais da ferrovia, onde está instalado
e sta ç õ e s de m u ltip le x a ç ã o , nos q u ais em dutos, tú n eis e diretam ente enterra
são fe ita s as derivações dos can ais de do em valas.
voz. Com um a capacidade inicial de 120 A Ficap, por interm édio de sua equi
c a n a is , o siste m a e m ite 8 m ilhões de pe de E n g e n h a ria A plicada, confeccio
p ulsos por segundo p ara o controle do nou a s e m e n d a s u tilizan d o o equipa
tráfego centralizado (Porto Velho) para m ento FSU (Fusion Splice Unit) fabri
o centro de processam ento de dados (Tu cado pela Ericsson sueca e de quem é re
b a rã o ) e p a ra p e rm itir os serviços de p re se n tan te exclusiva no Brasil. As cai
xas de em enda de aço inoxidável, desen
telex e telefonia necessários à adm inis
tração. volvidas especialm ente para atendera
este projeto, tam bém foram fornecidas
P a ra se te r um a idéia do que rep re
pela Ficap.
se n ta a adoção do sistem a óptico no ra- Telegrafo responsável pela antiga sinalização.