Page 44 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1987
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cação no ramo industrial, que gerou mundo. Ele classificou os computadores a programação de computadores.
concorrido seminário especializado so não-militares soviéticos como uma brin- Ele indicou que a resolução de pro
bre técnicas de PAC/FAC, robótica, con cadeira (a jo k e ). Já a indústria da blemas que envolvem explosão compu
trole numérico, fabricação flexível e América Latina (que considera como tacional (Revista Telebrasil, N/D 86;
protocolos de comunicação. um bloco só), ele achou que não possui pág. 43) chegou ao limite dos computa-
volume suficiente para ser levada mun dores convencionais com arquitetura de
Internacional dialmente a sério. Israel é proficiente Von Newmann, por mais poderosos que
em contramedidas eletrônicas e é só. sejam. A propósito, em entrevista à Re
Como de hábito, nos últimos anos, o vista Telebrasil, ele mostrou que a solu
XX Congresso contou com a participa ção pode estar sendo conseguida pelos
ção estrangeira. A começar pela pre trabalhos de J. Hopfield (Caltech) e de
sença da delegação cubana, cujo país de N ick P ip p en ger (prêm io IBM Fel
tém uma base instalada de 8 mil micros lowship) que se basearam num modelo
e que aproveitou a oportunidade para de computadores analógicos que imitam
lançar, em concorrido coquetel, a I Con a maneira de como trabalham os neurô
ferência Internacional de Informática, nios do cérebro humano, para solucio
que acontecerá em Havana, de 15 a 21 nar problemas insolúveis para arquite
de fevereiro de 1988. turas Van Newman.
Os japoneses preferiram centralizar Na área internacional, o Anhembi
sua atenção nos computadores de 5f também foi palco do XII Encontro Lati
geração, que não devem ser confundidos no-Americano de Usuários de Informá
com os supercomputadores, estes se des tica (Elaudi) sob a égide de sua Federa
tinando sobretudo a cálculos numéricos ção (Fiai). Dez países (Argentina, Bolí
super-rápidos. Hiroshi Kashiwagi falou via, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Mé- j
do projeto computacional multiproces xico, Peru, Paraguai e Uruguai) subs- I
sador japonês, baseado no modelo de in creveram a Declaração de São Paulo de
ferência (inteligência artificial) e in fendendo a integração do mercado da
cluindo o uso de linguagem natural, A L (400 milhões de habitantes), a unifi
Kashiwagi: o impacto social do computador
cuja terceira e última fase deverá estar de 5? Geração será imenso. cação da nomenclatura aduaneira e dos
completada em 1991. Os franceses, com padrões RDSI, a cooperação em tecnolo
gia, ciência, comércio e educação, lou- j
Restam na arena, segundo o escritor, a vando ainda o entendimento alfande
Europa Ocidental (se uniu numa estru gário Brasil/Argentina, ocorrendo em
tura cooperativa que está dando certo), mais de 400 itens da pauta de comércio
os Estados Unidos (já perdeu as bata entre estes países.
lhas da microeletrônica e dos automó
veis) e o Japão (que possui poucos recur Telecomunicações j,
sos naturais mas tem altíssimo grau de
cooperação interna). Do ponto de vista Hoje em dia, pode ser dito, sem hipér
pragmático, Harrison formulou que a bole, que as comunicações constituem
perspectiva norte-americana é agora elemento essencial à informática. Tal
partir íirme para a hegemonia em com fato ficou perfeitamente registrado no
putação nas atividades bancárias e fi evento do Anhembi. A presença do Mi-
nanceiras, e na biotecnologia. nicom, do Sistema Telebrás, do CPqD,
da ECT, da Telesp, da Embratel, da in
Indústria dústria e dos usuários de telecomunica
ções e telemática se fez sentir com força
Do lado da indústria, Lazlo Belady permeando as atividades do Info'87.
(MCC) discorreu sobre a engenharia de A começar pelo Centro de Comunica
Maury: na França as aplicações videotexto
software; John lmlay (MSA) sobre o fu ções estabelecido pela Embratel e pela
mostram que a informatização da sociedade,
já não é mais um mito turo da indústria de informática; Tho- Telesp, para atender de modo perma
mas Nies, presidente e fundador da Cin- nente aos eventos do Anhembi, à seme
com, sobre automação do processo de au lhança do centro inaugurado no ano
Jean Paul Maury (Teletel) à frente, dis tomação. O tema da fusão entre conglo
correram sobre os três milhões de termi merados foi relatado por John Holton,
nais teleinformatizados (M initel) que no estande da Unisys (fruto da união
podem acessar a rede videotexto. Na Burroughs/Sperry), ao passo que Ste-
ocasião, George Evans não fez por me phan Janichen (GMD) apresentou um
nos: demonstrou, ao vivo, duas aplica panorama do software na Alemanha.
ções videotexto, via DDI, encomen Um espetáculo à parte foi, logo na
dando até várias garrafas de vinho fran abertura do Congresso, a presença de
cês que estavam em oferta e debitando Jean Paul Jacob, da IBM, com mais um
em sua conta bancária, tudo através do capítulo (o 3?) da série Quo Vadis Infor
teleprocessamento. "Hoje, na França, as mática, que ele vem apresentando desde
aplicações videotexto contribuem para 85. Desta vez, o cientista, doublé de
metade do tráfego da rede de pacotes showman, didaticam ente cativou a
Transpac”, informou Maury. atenção de uma grande platéia mos
Transportando a audiência para o trando, através de slides e de muito hu
mundo das especulações geopolíticas, o mor, que a chamada engenharia de soft
cientista americano, Michael Harrison ware, bem como seu aproveitamento e
(Calif. Univ.), autor do livro "A Guerra as técnicas de inteligência artificial são As telecomunicações da Telesp e da
da Tecnologia” , fez uma análise acadê apenas paliativos para um processo que tel foram fundamentais para o suce---<
mica do poder de fogo da informática, no intrinsecamente já nasce complicado — Info’87.