Page 40 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1987
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A i m p o r t â n c i a d o m o d e l o O S I
Em se tratando de interligar dispositi Dentro deste espírito, as operadoras mente de como se formam as camadas in
feriores; o de transporte garante o contro
vos para que funcionem em conjunto, pa de telecomunicações desenvolveram pa le do fluxo, fragmenta e monta mensa
dronização é fundamental. Várias enti drões através do CCITT e a Indústria de gens, trata de endereçamento; o de seçáo
dades nacionais e internacionais se dedi computadores foi criando arquiteturas é responsável por garantir a ligação en
cam ao esforço de padronização, tais como próprias — a Digital desenvolveu, a quanto durar a seção; o de apresentação
CCITT, ISO, IEEE, ABNT. Um dos mo DNA; a Burroughs, a BNA; a IBM a SNA cuida da edição padronizada, da conver
delos mais aceitos para serviços de comu (System Network Architecture). são de códigos e até da criptografia; o de
nicação denomina-se OSI (Open System Em 77, a International Standard Or- aplicação é definido pelo usuário e se
Interconnection) da Organização Mun ganization — ISO, lançou o modelo OSI, apóia nos níveis inferiores.
dial de Padrões (ISO) e é estruturado em estruturado, como já vimos, em 7 níveis. Examinando mais de perto as primei-
7 níveis superpostos: físico, linha, rede, A propósito, a IBM já havia anunciado, ras camadas do modelo, o nível físico
transporte, sessões, apresentação e apli em 74, uma arquitetura modelada em 7 transfere à camada de linha (ou enlacei a
cação. As regras para trocar mensagens níveis. Recebeu o modelo OSI grande im responsabilidade em manter a fiabili
entre entidades do mesmo nível OSI de pulso da Comunidade Européia que sen dade da informação ao transitar para um
nominam-se protocolo, ao passo que os tiu necessidade de interligar computa meio físico sujeito a ruídos e interferên
serviços trocados entre níveis adjacentes dores com arquiteturas provenientes de
são feitos através de uma interface. O fabricantes de diversos países e ativou cias. A deteção de erro (tal como reconhe
modelo OSI procura disciplinar o inter um modelo universal de arquitetura cer como bit ”0” o que deveria ser bit T )
câmbio de informação entre níveis cor aberta, que permitisse a interconexão de emprega o princípio da redundância, em
respondentes, de maneira a tomar a co sistemas de implementações distintas. que o excesso de informação enviada
verifica, segundo regras, a correção do
municação universal. Como explica um técnico da área de
Podemos lançar mão de analogia. Se informática, o modelo OSI atua, na prá todo. O conhecido "bit verificador de pari
quiséssemos ligar cada impulso elétrico tica, como um intérprete para quem só dade” é um exemplo simples, eficiente
que transita num chip de computador à fala inglês, português ou sânscrito ao re desta técnica. Detectado o erro, toma-se a
idéia de um programa sendo utilizado ceber uma mensagem escrita em língua enviar a informação correta, empre
pelo usuário e escrito em linguagem de estranha, só que o usuário disto não se dá gando procedimentos preestabelecidos.
alto nível, isto é, próxima da humana, a conta — o sistema para ele é trans Outra missão da camada de enlace é
tarefa seria quase impossível. Mas isto é parente. Como está publicado no Suple controlar o fluxo da informação. Para fa
comum nos problemas de engenharia. mento Técnico n? 7, da Telebrasil, "o mo zer face a estes quesitos são estabelecido?
Assim, por exemplo, seria inatingível delo OSI é tipicamente uma arquitetura protocolos de comunicação, a nível de en
correlacionar, a todo instante, o empuxo intersistema, que permite a sistemas lace. Tais protocolos estabelecem o for
em cada paleta de uma turbina com o cor portadores de arquiteturas heterogê mato e codificam a mensagem, acrescen-
respondente deslocamento de uma aero neas, se interconectarem a nível de inter- tando-lhe campo de bits destinados a re
presentar coisas como endereçamento
nave a jato. E, no entanto, sabemos que a processos”.
engenharia tem meios de dominar todo o indicação de início e fim da transmissão.
conjunto — o computador calcula, o avião O Modelo OSI É também através destes protocolos, que
se comandam procedimentos, quando
voa.
O segredo consiste, como já vimos, em Sucintamente, o nível físico define ta ocorre um aviso de recebimento corre::
dividir o problema em partes menore6, xas de transmissão, início e término da ou incorreto. Dentre os protocolos e codj-
assegurar-se das características de cada conexão, detalhes eletromecânicos; o de gos mais conhecidos citam-se o Bu
uma, fazer uma interface lógica garan linha transforma um canal de comunica EBCDIC, USASCII, HDLC (orientado
tindo a transferência de informações do ção, não confiável em confiável e regula o bit e padronizado pelo ISO ).
nível hierarquicamente mais baixo para fluxo de informação; o de rede cuida do ro- A camada de rede cuida do rotea-
o mais alto e ir construindo o edifício tec teamento da informação e padroniza os mento das mensagens e sua função é e-v-
nológico do avião ou do computador. processos de aplicação, independente- tremamente importante nas rede? e©
malha — onde a cada nó surgem djjers^
opções, mas pouco se aplica às rede?
cais, em barra ou em anel, nas quais oro
teamento é óbvio. Quanto à camada^
transporte, ela garante o caminho en^
processos correndo em disposith os
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tintos e que queiram se comunicar
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resumo, trata-se de resolver um
tesco quebra-cabeças, empregando op- ^
de software, para comandar, a
hora, os diversos dispositivos elefr°!
(hardware). ^ 0 &
O software age como na const
um edifício em que paredes reP' ¦ v2;
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(mais sintéticas), constituídas I* ^
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truções que o efetuará. (JOr)