Page 33 - Telebrasil - Maio/Junho 1987
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D e ls o n S ifíe r t. (Telebrasil) P a iv a Lo pes. (S p lic c ) L u iz G a rc ia . (A B C '> Manoel Martins. (Cook)
nião de Diretoria da Telebrás, determinei priori dústria brasileira dizendo que participou de vada quando ela é um capital de risco e entre es
dade absoluta para RDSI, com a realização de uma concorrência no exterior sobre o problema ses riscos existe um que se chama c o n c o rd a ta e
experiências-piloto em 4 ou 5 cidades. de financiam ento de governo. As condições outro que se chama fa lê n c ia . Se uma empresa
E. Siqueira - Como é que uma empresa como a oferecidas se resumiam a 8 anos, sendo 5 para participa de um desenvolvimento apoiada pelo
CRT caminhou nos ultimes anos para dobrar o pagar e 3 de carência. Uma indústria japonesa CPqD, ela não precisa ser protegida pelo resto
número de empregados, ao passo que uma em também concorrente ofereceu 30 anos, sendo da vida. Estamos precisando de uma análise
presa como a Telepar com o mesmo numero de 15 para pagar e 15 de carência. Eu gostaria de bastante am pla dos problemas existentes em
terminais possui a metade do seu n.° de funcio saber se tais vantagens são oferecidas pela pro telecomunicações e adequá-los, porque se veri
nários? Seria resultado da influência dolorosa pria industria ou se o governo japonês participa ficarmos bem, estamos vivendo em uma época
de politicagem? através de algum fomento? em que os equipamentos estão tendo vidas cada
H. Pederneiras — Pareceu-me que o próprio Anselmo Nakatani (F u ru ka w a ) Desconheço vez mais curtas, isto é, em poucos anos ficam
questionamento, parcialmente responde, à m essa concorrência, razão pela qual não saberia totalmente obsoletos.
dignação. Todavia, o n." de empregados, no pas responder com absoluta precisão. Os financia J.C. Fonseca (T e le b ra s il) Perguntaria aos
sado, era alto devido ao pequeno número de mentos desse tipo são concedidos através do dois ex-ministros das Comunicações aqui pre
centrais automáticas, algo que deveria ser corri Eximbank. Eu acho que realmente existe essa sentes sobre o mito da implantação da telefonia
gido com a automação crescente dos equipa concessão a determinados países. Trata-se de móvel no Brasil visto que a iniciativa privada
mentos. um programa de cooperação com o país em de tem interesse no desenvolvimento dessa tec
H.C. Matos — Sobre privatização gostaria de senvolvimento em relação ao preço. No caso do nologia?
acrescentar que não se trata de privatizar ama Japão, minha conclusão pessoal é que o maior E. Quandt No caso específico da telefonia
nhã. Quero lembrar também que o dinheiro para incentivo para exportação e o fortalecimento do móvel que rola exatamente há 10 ou 15 anos, na
os investimentos saiu todo do usuário. Com as mercado interno. Eu não entendo de outros pro minha opinião nao há solução, se olharmos a
mesmas prerrogativas e privilégios das estatais, dutos, mas no caso de cabos eles são realmente coisa d en tro do h o rizo n te e s ta ta l. Agora,
os empresários privados também teriam condi competitivos com os preços externos, tanto que quando nao se pode prestar um serviço, não se
ções de atender o meio rural e fazer atendi também é difícil exportar do Brasil. Se exportar deve impedir que outros o façam. Esse é o caso
mento social. mos cerca de 15 a 20% já considero um índice da telefonia móvel. Eu acho que devia ser per
M.A. Rodrigues (M o n y te l) Sobre realinha- muito bom. mitido ou concedido a alguém para executá-la,
mento de preços, foi comentado por Almir Dias W alter Machado (A B C T e le in fo rm á tic a ) porque não é um serviço prioritário como no
que as operadoras já foram orientadas no sen Gostaria de fazer duas perguntas-. A primeira re caso dos telefones.
tido de aplicar em regras semelhantes às em pre fere-se à transparência mostrada pelo Garbi, H.C. de Mattos O caso da telefonia móvel
gadas na Petrobrás. Todavia, estas regras se durante sua palestra, na parte de homologação caracteriza bem o grau da m entalidade estati-
aplicam a um período de estabilidade econó e registro. Eu notei uma frase onde está escrito zante. íodo mundo esta de acordo, mas na hora
mica Quando a Telebrás estará disposta a enta- que os critérios são apertados, mas consegue-se de colocar em prática aparecem centenas de di
bolar diálogo para rever estes critérios? dialogar. Eu queria saber se há flexibilidade ficuldades. É o caso do satélite doméstico. Po
A. Dias — Este assunto é considerado tão im num entendimento sobre normas e qual o cri deria ter sido feito copiando o modelo da Intel-
portante para a Telebrás quanto o é para a in tério utilizado. A segunda pergunta é em relação sat. Organizava-se uma cooperativa, um condo
dustria, da qual dependemos. Considero as dis ao Sauf (Sistema de Aceitação Unificado em Fá mínio, onde os grandes usuários entrariam com
cussões reabertas a partir deste momento e va brica). Temos hoje, como condição contratual, sua contribuição. Exemplos: Rede Globo, Itaú,
mos dar prosseguimento a elas logo mais por o pagamento sendo feito apos a aceitação final. Bradesco e Em bratel, sendo que esta ultim a
ocasião da Feira Eletro-Eletrômca, em São Pau G.G. Garbi — Com referência a frase, acho que também pagaria pela canalização que ela desti
lo. também vale a pena mencionar quem foi a pes nasse a seus serviços. Seria uma forma de efeti-
L.C. Bahiana (E q u ite l) — Quando se considera soa autora da frase. Foi o Waldemar Mehl, que vamente abordar recursos de empresas ricas e
que um equipamento candidato à homologa atualmente está trabalhando com o Dr. Carreira poderosas do setor.
ção, ou registro, viola as normas da política in (Induco). Ele e um profissional altamente com Marco Aurélio (M o n y te l) — Eu me sinto obri
dustrial? petente, rigoroso e exigente, e atesta que o sis gado a fazer um reparo na história. O que se pro
G.G. Garbi (T e le p a r) — A Portaria 6 2 2 delim i tema tem essa flexibilidade. Quanto ao critério, curou fazer naquela época (década de 70) foi
tou para determinadas áreas que não pode haver são tantos os materiais e equipamentos em pro uma análise muito fria do que ia se implantar no
mais de 3, 4 ou 5 fabricantes para certos tipos cesso de homologação que seria cansativo enu Brasil. E a telefonia móvel ainda não existia em
de equipamentos. Eu já tive exemplos de fabri merarmos caso a caso. Respondendo a segunda qualquer país. Não se justificava implantar no
cantes que desejavam entrar na fabricação de pergunta, a condição geral do contrato, ou seja, Brasil um serviço novo com tecnologia velha.
retificadores e que não conseguiam homologar o o pagamento ser liberado a partir do momento Em termos de visão da Telebrás, seria um erro
produto junto a Telebrás exatamente porque es em que se entrega o produto para o Sauf. você muito grande.
tavam violando a quantidade de fabricantes de está fazendo uma sugestão, que eu não tenho Lamoglia — Com relação à telefonia móvel o
finida na aludida portaria. Esse é um dos exem condições de responder. Eu estou tom ando ponto fundamental que existia era o problema
plos. nota. Vou encam inhar a Telebrás como mais de frequência. Nos tivemos problemas com a
Roberto Lam oglia ( T e le b r á s ) — C om te. uma sugestão trazida nesse processo. Abert e o Sindacta, que detern as freqüências
Quandt, sob seu ponto de vista, em relação às Cláudio Collado (IB M ) — Quando se fala em de segurança de vôo, nas quais não podemos de
CPAs. o que e mais importante para um pais. ter política industrial vem logo em mente estudos forma alguma interferir. A última vez que ouvi o
duas tecnologias e oito fabricantes ou ter oito fa atuais para uma possível revisão da Portaria Secretário-Geral do M inicom , Rôm ulo VíIlar
bricantes com oito tecnologias? Hoje, no Brasil, 6 2 2 Sabe-se que existe proposta da própria Furtado, falar sobre telefonia móvel era de que
temos quatro tecnologias com sete fabricantes. Telebrás e uma sugestão da Abinee, inclusive ele iria lutar para utilizá-la em 9 0 0 M Hz, que in--
E. Quandt (S p lic e ) — Para mim, muito mais im no aspecto de definição de empresa nacional. clusive já tem pessoas estudando e há canal
portante que o número de fabricantes ou o nú Eu gostaria que o Cmte. Quandt comentasse al para isso disponível.
mero de tecnologias é a compatibilidade entre guma coisa a respeito. Paiva Lopes — Os terminais móveis são basea
as diferentes técnicas existentes. Não há pro E. Quandt — Se não houve alguma modificação dos em famílias de c h ip s desenvolvidos especi-
blema se existir 8, 16 ou 4 0 tecnologias, con nos últimos 4 ou 5 meses, eu não considero boa ficamente para essa finalidade. Então, a única
quanto sejam absolutamente compatíveis entre a proposta da Abinee. A iniciativa privada ne forma de termos menores custos é utilizar a tec
si. cessita de mais liberalização. Abrir um pouco nologia usada pelos países que já possuem esse
Roberto Lamoglia — Recentemente, no semi mais para uma livre competição entre as empre serviço.
nário da RNT houve uma intervenção de uma in sas. Eu só considero que exista iniciativa pri Lamoglia — A Telebrás enviará um documento