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p r o n t o p a r a d e c o l a r
Se compararmos o atual escritório tuído de telefone, tela (com cardápio trônico (CPA) que "constitui uma solu
com o de 100 anos atrás muita coisa terá para conduzir o usuário), digitador grá ção excelente quando se precisa obter
mudado. Telefone e telex passaram a fico (ratinho), microfone e alto falante, uma informação ou efetuar uma aplica
ser corriqueiros, introduziu-se a máqui tudp integrado num conjunto único. ção de curta duração”. Quanto ao pro
na de escrever elétrica, e haverá sempre E claro que a automação de escritório blema da escolha entre centralizar o
um cantinho para abrigar o setor de có pressupõe um bom sistema de comuni processam ento, via com putador de
pias reprográficas. O utra m udança cações. O ideal é a existência de uma re grande porte e de terminais, ou distri
ocorreu com a introdução de compu de local precabeada nos edifícios de es buí-lo em processadores menores, Jean
tadores. Aos poucos surgiram videoter- critórios. A rede local é comparável a H ab ran recom endou um a solução
minais ligados ao processador principal um sistema circulatório, com artérias mista, "em que cada máquina, do main-
da organização. Depois foi a vez da in de grande porte constituídas de cabo ou fram e ao micro, deve ser integrada
trodução dos computadores pessoais que fibra óptica percorrendo verticalmente numa arquitetura que dê a cada ele
vieram preparar o terreno, juntamente o edifício (provendo a capacidade de 10 mento tarefa compatível com sua capa
com redes locais, para a automação do Mbit/s), a que vão ter redes departa cidade de processamento — tal como já
escritório. A seguir, um resumo das mentais menores, com base no par tele ocorre nos sistemas bancários”.
palestras promovidas pela Telecom, no fónico e distâncias de até 200m, com ca À semelhança de outros especialistas
Rio de Janeiro, sob o tema Automação pacidade de 1 Mbits/s. da área, enfatizou o conferencista a im
de Escritório. A rede local pode ser complementada portância do uso de padrões universal
pelo uso concomitante de um PABX ele mente reconhecidos, como os dos CGTTT
Integração
"A finalidade da automação de escri
tório é integrar texto, imagem e voz
num sistema único de informações”, ini
ciou assim sua palestra o engenheiro
Jean Habran, 41, gerente de projetos es
peciais da ABC Buli. Surgem porém li
mitações e uma delas e a velocidade de
transferência de inform ações pelos
meios físicos disponíveis.
Dessa maneira, por exemplo, a trans
missão de dados requer em torno de 48
kbit/s; telefonia digital 64 kbit/s; televi
são 2 Mbit/s; televisão digital (cinema
tográfica) 100 Mbit/s; estocagem de ví
deo-texto 3 kbit/s; fac-simile 500 kbit/s;
e a imagem gráfica fixa, 1 Mbit/s. Outra
limitação é na área software, um ele
mento de produção quase artesanal, ne
cessário porém para criar, recuperar e
transm itir, im prim ir e integrar todo
tipo de informação. Mas também exis Henrique Oswaldo Pimentel, gerente de marketing de produtos da IBM O Painel montra ?
tem problemas na área de comporta rede TP com arquitetura SNA da IBM.
mento humano.
— A reação das pessoas às técnicas de
automação de escritório são as mais e ISO, que permitem implementar o es
variadas possíveis. Variam da franca critório do futuro, baseado em equipa
rejeição ao mais absoluto êxtase. Há mentos oriundos de diversos fornece
ainda os que estão convencidos que o dores. No modelo de interconexão da
principal objetivo da AE é diminuir o ISO o modelo OSI — dois níveis são
universo de papéis, quando ao contrá particularmente importantes para a au
rio, estes podem até aumentar — expli tomação de escritório, segundo Habran-
cou o conferencista, acrescentando que o nível 7 de aplicação, ou DHA (docu
tais técnicas visam melhorar a comu ment handling architecture), que trata
nicação em todos níveis da empresa, das características do serviço, dos proto
dando maior versatilidade ao seu PC”. colos de acesso e aplicação; e o nível 6, de
No contexto do escritório, a interface api esentação, ou DPA (Document Pre
homem-máquina se reveste de interesse sentation Architecture), que define os
fundamental. Os sistemas devem ser
íormatos para troca de documentos, tais
amigáveis” e até perdoar pequenos er como caracteres, som, im agem , in
ros de sintaxe ou digitação. Como exem cluindo sua descrição física e lógica.
plo de tal tendência, Habran citou o ter A maioria dos fabricantes america
minal experimental Kayac, desenvol nos e europeus estão aderindo ao modelo
vido na década de 80, na França, consti-
OSI. Além disto, existem vários outros
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