Page 31 - Telebrasil - Julho/Agosto 1987

cista da Telebrasil, Luiz de Oliveira Machado, afir­
M I T O S
R E A L I D A D E
A primeira parte das Conferências e Debates do
XVI Painel foi publicada na edição M/J da Re­
vista Telebrasil. Damos seqüência à série de pales­
tras e discussões que tiveram lugar à propósito do
tema Mitos e Realidade.
O XVI Painel Telebrasil, realizado em Canela
(RS), presidido por Atmir Vieira Dias, presidente da presidente da Telerj disse que
Telebrás, contou com a presença dos
Euclides Quandt de Oliveira, Haroldo Corrêa de
Mattos e Rubem Lüdwig, além de executivos
empresas privadas, dirigentes de estatais e espe
cialistas ligados às telecomunicações.
Por ocasião do encerramento do Painel,
nado pelo diretor de eventos, Delson Siffeit, o pre­
sidente da Telebrasil, Antonio Carreira, lembrou
que a Associação Brasileira de Telecomunicações,
há mais de uma década, vinha servindo de fórum
aberto às discussões do setor ao reunir empresários
privados e estatais. Referiu-se ao tema M itos e Re­
alidade,que foi proposto pelo diretor e conferen­
M a c h a d o :
O eng. Luiz de Oliveira Machado, presidente da
Matec e diretor da Telebrasil. baseou sua pales­
tra no propno tema do XVI Painel "M itos e Realida­
des das TCs". lembrando a época da criação da
Telebrás, em 11 de novembro de 1972, até os dias
atuais. Falou sobre o primeiro plano básico de de­
senvolvimento científico e tecnológico, elaborado
informalmente pelo Dr. Luiz Carlos Bahiana e por
ele.
Machado fez questáo de mencionar os nomes
das pessoas que iniciaram os primeiros projetos de
P & D da Telebrás Afirmou que a primeira vez que
ouviu falar em comunicações ópticas foi durante
um almoço com o professor Ripper, da Unicamp,
que havia chegado do exterior, retornando ao Brasil
atraído pelas perspectivas oferecidas pela Universi­
dade de Campinas.
— Eu fiquei muito entusiasmado — contou o
presidente da Matec — com as ideias que o profes­
sor Ripper me apresentou S olicitei um projeto
completo sobre a nova tecnologia e 60 dias depois
esse projeto foi entregue á diretoria da Telebrás e
que, posteriormente, foi aprovado. E daí nasceu o
programa de comunicações ópticas no Brasil
Na mesma época tentava-se montar, na Um-
camp, uma equipe liderada pelo professor Regis
mando “que não é o momento de deixaras teleco­
municações do País, que foram conquistadas por
um esforço hercúleo de homens capazes, retroce­
derem". Mito, concluiu Carreira, é a palavra que
circunscreve os acontecimentos no coração do ho­
mem e constitui as relações permanentes que
mantém com a vida.
Encerrando o XVI Painel, Antonio João, presi­
dente da Telerj, e representando o Ministro das Co­
municações, Antonio Carlos Magalhães, lembrou
que naquele momento o presidente da Telebrás es­
tava em Brasília assinando o aumento tarifário que
permitirá desafogar e ampliar o sistema, represen­
tando um momento de satisfação para todos os que
lutam pelo progresso do setor das TCs. A seguir, o
momentos de
plantar, ha momentos de colher e se tivermos por­
ventura de passar do sistema estatal para o privado,
que isto ocorra com tranquilidade'' e recordou
ainda que “muitos dos companheiros que hoje per­
tencem ao sistema privado já passaram pelo Sis­
tema Telebrás e continuam trabalhando com a
mesma dedicação e carinho pelo setor, quer este­
jam de um lado ou de outro, porque todos são bra­
sileiros e tem fé nos destinos do País". Concluiu
Antonio João dizendo que “eles devem zelar pelos
compromissos que assumiram para consigo pró­
prios e para as responsabilidades que têm a cum­
prir perante o povo brasileiro". <jcf>
A p o n t a n d o o s m i t o s d a
t e c n o l o g i a e d a i n d ú s t r i a
Scarabucci para trabalhar em pesquisa e desenvol­
vimento com equipamentos digitais (PCM). As de­ planos eram postos em prática.
— De um modo geral houve uma reviravolta to­
cisões, naquela ocasião, segundo Machado, eram tal daquela situação de 1972 para cá, inclusive a
tomadas rapidamente. Os recursos existiam e os existência atual de vários institutos dedicados à
pesquisa e ao desenvolvimento, um grande número
de entidades legislando e interferindo sobre o as­
sunto, configurando um cenário de decisões m uito
mais lentas e burocratizadas.
Mais adiante, Luiz Machado fez uma sutil com ­
paração entre a Aids e a situação da política tec­
nológica do Brasil atual. "Foram criadas cam pa­
nhas alertando a população contra o perigo da proli­
feração da doença. Entretanto, o foco da discussão
é se devemos desenvolver no Pais os testes para a
prevenção da Aids, porque os pesquisadores bra­
sileiros entendem que isso pode ser feito com tec­
nologia nacional e não copiando os recursos que já
existem no exterior. Enquanto nós discutim os se de­
vemos fazer os testes de prevenção da doença por
meios brasileiros ou estrangeiros a doença vai pro­
gredindo e o número de doentes aum entando".
Luiz Machado disse ainda que, enquanto no
resto do mundo procura-se a cooperação internacio­
nal, no Brasil acontece exatamente o contrário. E
L. O. Machado, presidente da Matec e diretor acrescentou:
da Telebrasil. — As grandes empresas, as grandes corpora-1
l