Page 13 - Telebrasil - Julho/Agosto 1986
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Snrney
fr/ questão
dr dur ns
diretrizes
dr negociação
0 suspenso que envolveu nos últi aconteceu. Mais amadurecida, a nego terização jurídica de software a ser ado
tada pelo País, e de joint-ventures”. Na
ciação entre os dos países se deu de
mos meses a questão da reserva de
informática brasileira faria trem er até forma diplomática, tendo como saldo realidade, a reunião técnica à qual se re
seu próprio papa, Alfred Hitchcock. apenas o acordo para a realização de feriu o Ministro da Ciência e Tecnolo
Hardware. soit wave, retaliações econô nova reunião, em agosto, quando o Bra gia, Renato Archer, quando indagado
micas, "joint-ventures”... de repente o sil tentará esclarecer para os america sobre o que haveria acontecido no impo
nente Talleyrand Building— prédio da
leitor comum viu a imprensa diária in nos o pensamento brasileiro frente uma embaixada am ericana na França —,
vadida de termos técnicos, distantes de série de casos específicos onde a Lei de não passou de uma conversa de 4 horas
seu dia-a-dia mas capaz de alterá-lo sig Informática estaria prejudicando negó sobre generalidades, como as dificulda
nificativamente. Mexer com os EUA? cios americanos aqui no Brasil. des americanas em definir, á simples
Seria possível? E que história é essa da A preparação brasileira para a Reu leitura da lei, dispositivos como "simila
manutençãp da Lei de Informática asse nião de Paris foi cercada do mais rigoro ridade nacional" e possibilidade de for
gurar a soberania nacional? Foi exata so sigilo. Até o início das conversações mação de "joint-ventures". Os america
mente este ponto que a comissão bra — previstas para um dia e meio — pouco nos consideram a lei brasileira discrimi
sileira chefiada pelo Secretário Geral do se sabia sob a estratégia de nossos en natória e pouco clara.
Ministério das Relações E xteriores, viados para e n fre n tar as possíveis
ameaçasyanks. A única certeza era a da Decididam ente, os dois países ti
Paulo de Tarso Flexa de Lima, tentou nham interesses mútuos em prosseguir
explicar à delegação americana lidera existência de um documento com o le as negociações. Os americanos se mos
da por Clayton Yeutter na tão badalada vantamento completo das relações co travam dispostos a continuar pressio
Reunião de Paris, no início de julho. m erciais entre os dois países (nao se
atendo exclusivamente à questão da in nando para uma revisão desses disposi
P rep aração formática), encaminhado para aprova tivos obscuros, alegando não querer mo
ção do Presidente José Sarney. Partici dificar a lei em linhas gerais, enquanto
A história é um pouco longa. E só param da elaboração deste documento, os brasileiros seguiam no firme propó
sito de não abrir mão da reserva de mer
para clarear a memória do leitor menos representantes de vários ministérios — cado, porém propensos a encontrar pon
"informa(tiza)do”, a Reunião de Paris entre eles o Secretário-Geral do Mini- tos de entendimento dentro do espírito
foi o último roundentre os governos bra com, Rômulo V illar Furtado — que da atual legislação. Na opinião do em
sileiro — na figura do Ministro das Re deram subsídios sobre seus setores espe baixador Paulo de Tarso Flexa de Lima,
lações E xteriores A breu Sodré — e cíficos. isto significava que nas próximas reu
americano —, tendo como porta-voz o niões Brasil e Estados Unidos prosse
Chanceler George Schultz — a respeito R eunião
guiriam aparando arestas, até com
da possibilidade do Brasil abrandar a porem a figura final que agradasse a
reserva de mercado. Antes do embarque A delegação b rasileira chegou à gregos e troianos. Ü mais difícil era ex
da delegação para Paris, a expectativa França desautorizada a conversar sobre plicar aos americanos como o conceito
brasileira era a de cam inhar para um mudanças da Lei 7232, caso os temas ex de detenção de tecnologia nacional de t
verdadeiro front de batalha — o que não trapolassem as questões sobre a carac-