Page 9 - Telebrasil - Julho/Agosto 1986
P. 9
bratel serem operados por terceiros, utilização da radiodifusão no Brasil”. apesar de continuar acontecendo em
numa alusão ao arrendamento dos ca Sobre listas telefônicas no Rio de Ja larga escala. A estratégia adotada pela
nais do Brasilsat à Rede Globo e Bra- neiro, Antonio Carlos Magalhães disse empresa, através de um filme divulgado
desco. que o assunto continuava na área da pela TV, é a de mostrar o "orelhão” como
— Conseqüentemente — reafirmou Justiça e esperava uma solução para o instrumento de alto valor prático e per
—, nada será feito em prejuízo da Em- problema o mais rápido possível, ou feitamente integrado ao ambiente da
bratel, responsável pelas linhas mes através da Telelista, que ganhou a con sociedade moderna.
tras para a utilização dos satélites do corrência, ou através de um novo edital. A campanha, promovida pela Tele
mésticos. brás, chegou num momento em que o
O Ministro das Comunicações admi Campanha do "Orelháo” Ministro Antonio Carlos Magalhães
tiu mudanças na política de concessão anuncia como meta a instalação, até o
de novas freqüências para a radiodifu Pela primeira vez, a Telebrás partiu final do ano, de 160 mil telefones públi
são no Brasil, a partir da nova Consti para o lançamento de uma campanha de cos no Brasil, duplicando assim o total
tuinte: "Esperamos dar nossa contribui valorização do telefone público, sem desses aparelhos existentes há um ano,
ção à Constituinte no melhor sentido de
apelar para o problema do vandalismo, segundo estatísticas da própria holding.
sistem a telefônico pode ser
O comparado a uma malha rodo com seu destinatário, verificando an berá mais a quem atender. Enlou
mesmo tempo e a telefonista não sa
tes se a linha correspondente está de
viária. A medida que aumenta o nú socupada. A seguir, a telefonista fi quece.
mero de carros — se novas vias de es cará disponível para atender a outro A casa do exemplo, já se viu, são as
coamento não forem providenciadas pedido e só irá intervir novamente cidades e a telefonista as centrais
— o tráfego vai ficando cada vez mais quando ao terminar a conversação telefônicas que possuem órgãos espe
pesado, lento e difícil até que irá desfazerá a conexão entre (A) e seu cial iza d os para automaticamente
parar por completo. No caso dos car parceiro. verificar quem chama, para onde
ros é possível, em tese, reduzir sua Até aqui tudo funcionando bem. quer falar e se o caminho está livre
produção. Mas como impedir à po Suponha-se porém que cada um dos Cada central, bem como a rede cor
pulação que cresce, telefonar? 10 usuários trouxe 3 parentes cada, respondente, é dimensionada para
Portanto, seria ideal que, no mí elevando a população da casa para 31 um determinado n. de chamadas por
nimo, ocorra a expansão da rede pro pessoas (incluindo a telefonista) e aparelho. Quando essa capacidade é
porcional ao aumento das pressões que os telefones permaneceram em suplantada o sistema reage e avisa
sobre o tráfego das telecomunica 10 aparelhos. Resultado: 30 pessoas que vai "entupir”. O ruído de discar
ções. Mas a coisa não é tão simples devem usar 10 telefones. Isto tripli demora e os que não conseguem a li
assim. Tome-se, como exemplo, uma cará o número de chamadas por linha gação persistem nas suas tentativas
casa com apenas duas pessoas: (A) e e com isto acenderão cada vez mais piorando ainda mais a situação.
(B). Seus problemas de comunicações frequentemente as luzes vermelhas Trata-se de um problema técnico
seriam resolvidos com dois aparelhos no painel da telefonista. Esta pas do qual se sabe a solução: ampliar e
telefônicos e uma linha de interliga sará a atender cada vez mais de otimizar a rede. Mas é necessário in
ção. Suponha-se agora que (C) passe moradamente a novas solicitações vestir a tempo (uma central leva de
a morar na mesma casa. Para que (passa a haver uma fila de atendi 1,5 a 3 anos para entrar em operação)
(A), (B) e (C) possam se comunicar, mentos). Mas se por hipótese che senão o sistema congestiona. A me
via telefone, será necessário acres garem mais 40 pessoas na casa ha nos que se proiba a população de ten
centar apenas mais um aparelho, verá um instante em que todas as lu tar telefonar (nem da casa do vizi
com duas linhas diretas para que as zes do painel ficarão acesas ao nho ).(JCF)
comunicações possam se efetuar
diretamente pelos três.
Dessa maneira, verifica-se que o
acréscimo de mais uma pessoa no sis
tema trouxe o aumento de duas li
nhas. Percebe-se facilmente que a
coisa cresce geom etricam ente.
Quando se chegar a 10 pessoas na
casa, serão necessários 10 aparelhos,
porém nada mais, nada menos do que
45 linhas diretas!
Mas, neste ponto, se o dono da
casa resolve inovar, instalando uma
mesa telefônica, se volta a ter 10 li
nhas, 10 aparelhos e uma operadora
providenciando as ligações.
E como irá o p e ra r e sta t e
lefonista? Quando (A) desejar uma
ligação, tira o telefone do gancho e
uma luzinha vermelha (led) acende
no painel de linhas da operadora. Ela
atende e interliga o assinante (A)