Page 56 - Telebrasil - Julho/Agosto 1985
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P A B X : E n t r e B i t s e R e l é s
Célio Albuquerque
Há discussão se as empresas nacionalizadas do setor de telecomunicações poderão
ingressar no rico mercado do PABX digital, reservado por força da Lei de Informática
às empresas de capital 100% nacional. Enquanto isso, são
comercilizados PABX eletromecânicos e digitais.
Se os clientes começam a reclamar e as co serviço, hoje, depende principalmente das des, algumas destas são adquiridas em se
municações internas da empresa são defici concessionárias. parado. E o caso, por exemplo, de bilheta-
tárias, é hora de reestudar o sistema telefô dores automáticos (Avel, Splice, entre ou
nico. Se o KS já nâo está mais satisfazendo as PABX digital tros), bloqueadores (Intelco, Icatel, etc.) ra-
necessidades, certamente a solução do pro diochamada (Embracom, Telavo, etc.), e ate
blema será um PABX de pequeno porte. Se o A tecnologia digital começa a ser introdu mesmo sistemas KS, com os quais podem ser
PABX náo está respondendo as expectativas zida no Brasil. E como é de domínio público interligados.
da empresa, já está na hora de redimensioná- essa é uma área de conflitos entre a SEI e o Além disso, os PABXs são utilizados para
lo, fato que poderá ocasionar a substituição Minicom. popularizar o telefone, como centrais comu
do equipam ento, até, quem sabe, por um Pela Lei de Informática apenas empresas nitárias e CPCTs em condomínio, onde me
PABX Digital. de capital 100 por cento nacional podem co sas são instaladas e seus moradores parti
Na identificação, orientação e solução dos mercializar e produzir no País equipamentos lham de um mesmo sistema e número-chave,
problemas na área de sistemas privativos os digitais. Dessa forma, empresas como a utilizando os ramais da mesa telefónica,
fabricantes desempenham um importante Ericsson, a Siemens e a NEC — todas joint- barateando sensivelmente o investimento
papel. A concorrência do mercado faz com ventures tiveram seus projetos de PABX para o usuário. No caso das CPCTs de condo
que eles antecipem os contatos que normal digital vetados ao final do ano passado pela mínio, normalmente, ao invés de bilheta-
mente seriam feitos pelas empresas opera SEI. Por outro lado, foram aprovados proje dores, são usados contadores, diminuindo o
doras. Conhecedores da legislação em vigor e tos da Multitcl, Elehra Telecom e Sul Améri custo do equipamento. Os PABXs CPAsjá
dos procedimentos, facilidades e dificuldades ca Teleinformát ica (Philips). A NEC, que já possuem em seu interior dados para bilheta-
das concessionárias assumem a viabilidade tinha no mercado o PABX digital NEAX 12, gem, só necessitando de um módulo de pro
dos projetos. teve que suspender sua comercialização. cessamento para fazer a tradução da tarifa
No momento, a Secretaria de Tecnologia ern cruzeiros. Os PABXs de grande porte têm
do Minicom discute uma reserva seletiva de u possibilidade de tarifação.
mercado que estabeleceria um limite de até Para tornar o concentrador digital Tró
2õ() ramais para as empresas credenciadas pico C projetado para economizar pare.s na
pela SEI, sendo que acima desse limite a con rede externa — em PABX é necessário um
corrência seria aberta para os demais fabri volumoso trabalho, principalmente a nível
cantes. de software, o que torna a operação muito
Embora os equipamentos PABX sejam cara. *
dotados em maior ou menor grau de facilida-
NEC — Com tecnologia Crossbar, a linha de PABX
da NEC traz diversas vantagens operacionais,
como acessibilidade plena, chamada em espera e
proteçào contra transferência incorreta. Em seu
leque de facilidades opcionais encontram-se blo-
queador/discriminador IU, ramais em busca auto
*
mática e DDR (só para o modelo NA 4-09). Com ca
ß
pacidades finais oscilando de 50 ramais e 14 tron
cos (NA 120 14/50) à 600 ramais e 60 troncos (NA
4-09), os equipamentos possuem entre facilida
des básicas complementares tempo limitado para v r A f 1
discagem (em caso de demora para se fazer a liga \
ção, a linha é cortada automaticamente).
O que irá substituir a máquina de escrever, a régua Mesa Operadora
*
de cálculo e o telefone? O PABX digital com seu en
foque voz-dados. ERICSSON — Com equipamentos que oscilam
suas capacidades finais de 16 ramais e 3 troncos
(ARD 526) à 9.000 ramais e 900 troncos (AKD 791),
Num mercado em constante evolução, as a Ericsson atua praticamente em todas as cate
facilidades oferecidas pelos PABXs multipli gorias de PABXs eletromecânicos. Modulares, as
cam-se a cada dia: Discagem Direta a Ramal centrais possuem facilidades comuns a todos os
(DDR), Discagem Abreviada, busca de pes equipamentos, como serviço noturno individual.
soa via rádio, comunicação voz/dados são s » Entre as facilidades opcionais encontram-se a Dis
apenas algumas das "novidades”. cagem Direta a Ramal (ARD 561 e AKD 791), trans
E n tre as facilidades oferecidas pelos missão de dados e bilhetagem automática (AKD
atuais PABXs, o DDR é um dos serviços que À 791).
tem obtido maior sucesso, apesar da maioria Afetada pela Lei de Informática, a Ericsson teve in
das concessionárias ainda náo possuir condi terrompida a comercialização de duas centrais: a
ções de oferecê-la. Para implantar esse sis A S B 100 (CPA Espacial) e a MD 110 (Digital) de até
tema é necessário que a central tenha essa 12 mil portas, com a facilidade de bastidores re
possibilidade e que o PABX do assinante so Mesa Operadora NA motos.
fra pequena modificação. A expansão desse