Page 53 - Telebrasil - Julho/Agosto 1985

seja honesta, e preciso que não seja falada. não apenas para ter um aumento de renda, que precisam ser cumpridos ou os industri

Eu diria que não basta que o sistema de TCs mas também para popularizá-lo. Há que ais correm o risco de morrer na praia?

seja bom, eprecisoqueseja conhecido. En­ conscientizar o legislativo para a grandiosi­ Ignácio Jesus: A Telesp está administrando

tão o que falta a meu ver é que o setor se dade de nossos problemas. oseu plano em execuçãode obras já contra

mostre na sua verdadeira força, o que ainda E. Siqueira: Fizuma provocaçãoeviqueela tadas dentro do orçamento previsto para

nãoaconteceu. foi muito bem aceita. Até aqui vimos o ân­ este ano e não partimos ainda para novas

Até bem pouco tempo causava surpresa gulo das empresas operadoras. É preciso contratações por motivo de decreto e pela

nas próprias pessoas do governo, o que era inverter um pouquinho e olhar do lado do incerteza das tarifas. Estamos hoje num

em realidade o sistema das telecomunica homem do povo que usa o telefone, paga quadro restritivo e temos que administrar

ções. Eu creio que o fato está se repetindo por ele e não é chamado a participar de restrições. Nao podemos desrespeitar,

com as pessoas que estão se renovando na nada. É preciso envolvê-lo e ainda que de como órgão publico, uma disposição gover­

administração da coisa publica e estamos maneira caótica ou com algum desconforto namental, mas não podemos chegar a um

numa fase de aprendizagem. ele deve ser chamado a opinar. ponto de comprometer o nível do serviço.

Acreditoquea imprensa falada, escrita, Entrevisto muitas vezes donas de-casa Agiremos com bom senso.

o radio e a televisão que estão envolvidos no e faço mil perguntas sobre telefone. E elas Tudo aquilo que está contratado e está

processo possam ser empregados em me­ não sabem por exemplo que existe um em andamento nos iremos cumprir. A in­

sas-redondas, em debates públicos com os Disque 200. Os serviços da Embratel são tenção da Telesp é realizar o que foi plane­

orgáosque decidem, emprestando apoio ao menos conhecidos ainda. Quem da classe jado, ponderando as novas contratações

próprio Ministro que tem efetivamente a in­ media, no Rio de Janeiro ou S.Paulo, é ca para que não ocorra problemas à frente de

tenção de realizar uma boa gestão, a fim de paz de dizer o que e R e n p a c? E nesse sen­ cash. Não adianta contrataraquiloque não

que possamos obter para o sistema um tra tido que os políticos, o Congresso, as As­ poderei pagar.

tamento adequado a seu potencial eque irá sembléias Legislativas não participam re­ Partiremos para popularizar o telefone

reverter em benefício para o próprio Pais. almente. A não ser para reclamar ou pedir com um planejamento que nos permita

Antonio João: Primeira coisa: a satisfação algum favor. chegaraconsecuçáodessa meta. Seameta

ao assinante. Esta deve ser uma preocupa O que está faltando é envolver o Con­ e do Governo cabe a ele antesde tudo prover

cão constante que tem de ser nossa. Deve gresso Nacional, numa discussão, num de­ os meios necessários para viabiliza-la. Não

mos satisfação a quem nos paga, a quem bate muito claro. Nós vimos a estratégia in tenho dúvida que esses meios serão ob­

nos sustenta. E que retribuição estamos tidos.

dando em troca? Pouco. Apresentei alguns A. Carreira (In d u c o ): Companheiros: Se

índices que mostram nossas dificuldades. não sairmos daqui conscientizados que a

Então, para sair a rua tenho que me pre partir de amanhã temos que nos unir, em­

parar, vestira roupa adequada. Isto é o que presários, grandes usuários do telefone,

por ora estamos procurando fazer. Deve supermercados, meios de divulgação, e

mos sair a rua com nossos problemas ou de “A comunidade das principalmente todas as teles e o proprio

vemos resolvê-los primeiro? telecomunicações Ministério, se não nos reunirmos para con­

Temos um sistema de m a rk e tin g s m an­ tratar um lo b b y profissional, a fim de ir ao

damento e estamos estudando os procedi tem o povo como aliado. ” Congresso e dizer a todos os congressistas o

mentos que iremos adotar. Por ora, no en que são telecomunicações, o que está

tanto, a tônica será ode resolver primeiroos Antonio Carreira acontecendo, e a deterioração que esta

problemas antes de sairmos a rua para acontecer nos serviços, se não fizer

Sobre a segunda parte de sua pergunta: mos isso, sinto que no proximo Debate

a utilização dos meios políticos. Ao voltar Telebrasil continuaremos ouvindo que a

da Europa e ainda no aeroporto, Tancredo demanda reprimida terá aumentadoou que

Neves apertou minha mão e disse: daqui a teligentíssima feita para a aprovação da Lei se cortarão investimentos, porque não há

doisdiasvocèaguardeumchamado. Epou­ de Informática no Pais. Foi uma mobiliza­ dinheiro para pagara prestação do satélite.

co depois seu filho, Tancredo Augusto, me ção que envolveu toda a sociedade. Criou Nós temos que ter essa coragem, que

dizia: Dr. Tancredo mandou dizer que vocè se um clima de que se a lei não fosse apro agora nãoemaiscoragemesim sobrevivên­

ira para a Telerj como presidente. Assim, va da. em determinada direção, o País iria cia O povo que não gostou da revolução,

poralgum motivoele nos colocou na Telerj. falir em uma semana. Por que o setor das por exemplo. — e isto me espanta — faz

Para chamar a atenção e movimentar os telecomunicações não faz algo semelhan­ sempre uma ressalva; que as telecomuni­

políticos seria muito fácil. Seria suficiente, te? O que queremos é que o usuário seja nos­ cações, o telefone, os Correios funcio­

por hipótese, desligar o telefone de todos so aliado, ativo e participante em prol das naram no período. Então, a comunidade

eles. Na mesma hora todos saberiam o que telecomunicações E que os políticos tam­ das telecomunicações tem o povo todo a

é telecomunicações e iam querer saber de bém o sejam. seu lado, eo usuário, tenho certeza, fica de

talhes. Quando dói a pessoa passa a se pre­ C. Gravatá (D a ru m a h Acho que o setor pre nosso lado.

ocupar E nos temos tido essa preocupa cisa daquilo que acabamos de ouvir. Falar Vamos reunir um grupo de usuários e de

ção. Temos levado companheiros políticos para fora. Somos um setor muito fechado, empresários com o pessoal das telecomu

a empresa e já autorizados temos feito che­ com muita teoria,filosofia e tecnocracia O nicaçòes e vamos contratar profissional-

gar a eles nossas aflições. que a gente precisa é de lo b b ycomo sugeri menteum lo b b y para resolver esse assunto.

Vocé fala que não vai mais haver expan do. E necessário pegar essa bandeira e re­ A. Didier ( M ic r o la b ) : Nos últimos dois

sãoequetemdesuspendera mstalaçáode verter a derivada dos investimentos e fazer anos, conversando com o pessoal das tele­

500 TPs e que não há recursos. E sai isto com que a Nova Republica faça das teleco­ comunicações, chamava a atenção de que

publicado! Para vencer esta guerra e neces municações o grande setor que ele merece o Brasil estava caminhando para uma mu

sário movimentar o binômio formado pelo ser. Devo dizer que a palestra do presidente dança e era preciso o setor se preparar para

governo e pelo povo que são os assinantes. da Telesp muito me sensibilizou. Pergunto não ser esfacelado.

Queremos incrementar o uso do telefone então se da para acreditar nos programas Mas eu senti, há dois anos, que havial