Page 48 - Telebrasil - Março/Abril 1985
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A Força do Marketing Telerj, Nelson Souto Jorge, de que "a es desenvolvimento das comunicações”
cuta telefônica é ilegalmente praticada
por detetives particulares e por espiona Iniciatia privada
tação da rede nacional de telecomunica gem industrial com fim de lucros e que
ções. Mais dois oficiais das Forças Ar os culpados sempre que apanhados são Três empresários, cada qual em sou
madas passaram pelo Ministério, o co punidos e a escuta nada tem a ver com os estilo, marcaram a presença da empresa
mandante Euclides Quandt de Oliveira, órgãos de segurança”. privada: Roberto Medina, da Artplan \\
da Marinha, e o coronel Haroldo Corrêa Voltando à problemática básica das blicidade, Luiz Alberto Garcia, do Grupo
de Mattos, do Exército. telecomunicações, Castello Branco to Empresarial ABC, e Luiz Eduardo Bor-
cou no assunto das apreensões do setor gerth, da área internacional da Rede Glo
Os perigos da tecnologia com relação às pressões p o líticas bo de Televisão.
quando "poderá haver tentativa de re Roberto Medina, num preâmbulo
Lembrando que "no regime democrá dução dos recursos disponíveis e libera intenso, disse que sua especialidade
tico a força motora é o Congresso Nacio lização do controle econômico das tari era "construir e não fazer política”,
nal, do que depende a votação da legisla fas, tendo-se então como inevitável o mas observou que o marketing não flo
ção, em cuja elaboração o Poder Execu empreguismo, o achatamento salarial resce no períodos de autoritarismo e
tivo pode influir poderosamente”, o jo- conseqüente, a redução de horas de tra que agora era chegada a vez da empre
nalista distinguiu entre o Ministério balho e a quebra de qualidade do quadro sa privada pela ineficácia de grande
das Comunicações — cujo objetivo é ba técnico que opera o sistema”. parte do poder público. Citando que o
símbolo de sua empresa é D. Quixote,
falou sobre o festival Rock in Rio-
uma tentativa bem sucedida da em
presa privada — cujo sucesso mostrou
a verdadeira vocação da metrópole e
do Estado, para os quais a fase da la
ranja, do café e mesmo da siderurgia,
não mais lhe cabem.
Tratou também do problema comu-
nitário e da contribuição a ser dada
pela empresa privada, com projetos-pi
lotos de urbanismo ou incentivandoe
patrocinando equipamentos para a se
gurança pública. Enfatizou que se há
um momento para ousar é agora, por
que não é apenas "a magia da demo
cracia que irá consertar tudo isto sozi
nha”. Em relação a atividade de mar
keting afirmou que esta deve ser dinâ
mica adaptando-se às mudanças que
hoje ocorrem em grande velocidade e
disse da importância da aplicação de
conceitos avançados de marketing
para solucionar problemas vitais do
país, como o da alimentação e o da
Presidente da Telerj, Nelson Souto Jorge, dirigindo-se ao plenário por ocasião dos debates transformação de "milhões de despro
do 2.° Seminário de Marketing e Comunicação Social. vidos que vagueiam pelo interiore
t
pela periferia das grandes cidades em
consumidores efetivos.”
sicamente atender o usuário consoli Citando Seminário promovido pela Luiz Alberto Garcia concentrou sua
dando a indústria de material eletrô TELEBRASIL em São Paulo referiu-se palestra nas iniciativas de marketing
nico necessário — e a SEI, cuja política, às proposições do Secretário-Geral do da em presa associada da Telebrás.
segundo o pensamento dominante do Minicom, Rômulo Furtado, que propôs Companhia Telefônica do Brasil Cen
Ministério das Comunicações, pretende como alternativa para ajustar o sistema tral — CTBC, como por exemplo ada
atropelar o Ministério "invertendo os à nova realidade política, econômica e conta telefónica-envelope, que é pre
critérios, a fim de privilegiar a tecnolo social, a venda das ações ordinárias que parada por computador e cujo anverso
gia e não a utilização im ediata dos compõem o conjunto Telebrás a seus 3 é empregado para publicidade comer
meios em benefício do usuário”. milhões e meio de usuários e aos seus cial e o interior leva folhetos promocio
A inda na sua p alestra, Castello 100 mil empregados, evitando-se assim nais dos serviços da própria operadora
Branco enfocou a problemática do rádio o risco da desnacionalização do sistema e de terceiros, numa nova versão da
e da televisão criticando a instabilidade e assegurando a manutenção tecnológi promoção por mala direta.
do tipo de concessão que é dada a título ca, do interesse da nova comunidade O conferencista mostrou a seguir
precário e que tornam os veículos "ex acionária das empresas. um videotape sobre a venda através do
tremamente vulneráveis ao poder pú Finalmente, disse o orador que tanto telefone com uma aparição do persona
blico e assim criam um risco social”. os militares, que assumiram em todo o gem Waldyr, criação do humorista Jô
Alertou sobre os riscos da tecnologia, país a cúpula do regime, quanto os téc Soares, ajudando a vender serviços
que quando posta em mal uso permite nicos que com ele partilharam da gestão telefônicos. Luiz Garcia lembrou tam
fatos como a propaganda maciça e criam do sistema, apesar da apreensão que a bém a preocupação da CTBC coma
aparelhos de escuta "até no gabinete do operação democrática em curso seja hos telefonia rural e com a telefonia mó
Presidente da República” e evocou fatos til a seu pleno desenvolvimento, reco vel. A propósito, ficou-se sabendo que
pitorescos da alta política para relem nhecem a inevitabilidade do processo a empresa aceita como pagamento por
brar "a prática conhecida da escuta tele político e registrou que "cabe aos compe esse tipo de serviços — cuja instalação
fônica no país”, o que mereceria a inter tentes criar os meios de compatibiliza- é da ordem de 40 milhões de cruzeiros
venção em plenário do presidente da ção entre a operação em curso e o pleno — partidas de soja, milho e até cabe-