Page 13 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1984
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computadores trazem e não o fato de fluxo de caixa, do planejamento da pro escolher adequadam ente dentro do
constituirem uma novidade tecnoló dução e da conservação da energia como enorme ferramenta 1 de meios postos à
gica. um recurso precioso cia empresa mo disposição do empresariado — várias
— Mas a tecnologia não é uma droga derna. combinações de instrumental & logi-
miraculosa que resolverá todos os pro cial, postos de trabalho informatizados,
blemas das ineficiências do mundo in A Empresa Moderm centros de informação para gerência,
dustrializado — reconheceu o orador — teleconferência para executivos e
e estudos quantitativos comprovam que A informática é indispensável à em contar com um real planejamento, com o
a informática só aumenta a produtivi presa moderna; essa foi a mensagem bá entendimento e com o apoio da cúpula
dade quando a empresa vai bem (está sica deixada por Edward Roche, do Gru no esforço para informatizar a empresa.
numa posição estratégica superior), po Diebold. E sem dúvida ele fala com A decisão de investir em automa
mas só complica as coisas quando a em conhecimento de causa, pois o grupo a ção não difere de outra decisão para in
presa vai mal. que pertence — cujo fundador John I )ie- vestir e deve ser analisada em termos de
— A informática não deve ser vista bold ó tido como o lançador da palavra lucros e de riscos a serem corridos. O que
como uma conspiração de vendedores, automation se dedica ao estudo dos se deve fazer é simples: avaliaras novas
acadêmicos e procedimentos legislati mercados internacionais da tecnologia oportunidades empresariais (uma ro
vos— acrescentou Strassman e daqui da informação com interesse especial tina permanente), manter os adminis
a uma década o computador será um fer- em três países: Japão, Coréa do Sul e tradores atualizados, identificar as fu
ramental tão comum quanto qualquer Brasil. turas lideranças e incluir a mudança
outro produto industrial e cada usuário Pródigos (‘in exemplos de empresas tecnológica como um dos itens corri
descobrirá a utilização que m ais lhe bem sucedidas, graças ã automação queiros do planejamento empresarial
convier. (cada qual a emprega a seu modo), Ro aconselha Edward Roche.
che destaca dois fatores para obter su Quanto à estrutura empresarial esta
Informática e Empresa cesso com a introdução da automação: se alterará com a introdução da infor
mática, afirma Paul Strassm an. Os
Atentos ao impacto que o computa gerentes e os burocratas que se cuidem:
dor exerce sobre as organizações, os con haverá menos executivos (cairão de 11
ferencistas americanos estiveram de para 4(7t do total de empregados), menos
acordo quanto ao fato de que a introdu intermediários e mais especialistas pro
ção do computador deve levar a mudan fissionais (crescerão de 16 para 24r4 ). A
ças profundas na estrutura em pre empresa será uma organização de gru
sarial, a fim de que "o plenó benefício da pos semi-autônomos menores, dentro de
informática se faça sentir”. uma configuração maior, completou o
— Hoje em dia, grande parte do es vice-presidente da Xerox.
forço das organizações é gasta na troca
de informações entre gerentes, na movi Informática e Organização Social
mentação de papéis e nos elos burocráti
cos do processo decisório, até que uma Diversos conferencistas tocaram no
solução acione as unidades operacio assunto da mudança social frente a in
nais. Tudo isso deverá mudar — prevê formática. Paulo Strassman enfatizou o
Strassman, da Xerox — e o futuro tende ângulo empresarial da questão, Abra
para células do tipo gerente unidade fi Edward Roche, um estudioso da informática ham Moles, da Université de Stras
nal interligados por uma arquitetura em geral. bourg, destacou os aspectos p sico -|
conveniente de informações.
Edward Roche, PhD em ciências polí
ticas pela Columbia U niversity, tem
ponto de vista semelhante e afirma que
as organizações devem estabelecer um
modelo muito abrangente das informa
ções que fluem na empresa, a fim de que
a informática produza o máximo de su
cesso. "A próxima área de ataque para a
automação deverá ser o escritório”, ob
servou convicto o jovem cientista, tendo
acrescentado que este, mesmo provido
de máquinas modernas como para re-
prografia e tratamento de textos, consti
tui ainda um vasto campo para as inefii-
ciências burocráticas, "cujos custos in
visíveis escapam por larga margem às
malhas do controle contábil conven
cional”.
Vendo o computador como um meio
para aumentar a produtividade e o lucro
empresarial, isto é, dólares e cruzeiros,
o orador fez questão de enfatizar que a
informática se apresenta ao lado de ou
tros instrumentos como a otimizaçáo do (E-D) Fernando Azevedo, presidente da Cobra, e Walter Barelli do DIEESE.
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