Page 40 - Telebrasil - Março/Abril 1984

programas de atualização técnica e pe­ concebidos para outras realidades eco- Como disse o diretor comercial, "a

dagógica, no treinamento de pessoal en­ nômico-sociais” . convergência das tecnologias de teleco­

viado por empresas operadoras de servi­ Um dos produtos desenvolvidos no municações e informática é inexorável

ços telefônicos de mais de 50 países. Brasil para o setor público, a partir da ab­ Os insumos destas indústrias são os mes-

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sorção da tecnologia das centrais eletrô­ ____ _,m consequência, a competência
Capac tação tecnológica nicas, é o CMS-10 (centralized metering de laboratórios e dos quadros da indus­
System), de tecnologia digital, que subs­ tria de telecomunicações lhe permite de­

Segundo José "rederico Falcão, um titui os contadores de pulsos mecânicos senvolver produtos de informática para

dos momentos decisivos para a atual ca­ por um sistema de fita magnética. Entre incorporar a seus sistemas. Na verdade,

pacitação industrial e tecnológica da em­ suas vantagens está a maior confiabili­ as empresas de telecomunicações sem­

presa ocorreu a partir da década de 60, dade em relação ao sistema convencio­ pre tiveram como negócio a transmissão

corr a criação de laboratórios de desen­ nal. No momento, o CMS-10 está em fase da informação Com o advento da trans­

volvimento para produtos que atendes­ de homologação pela Telebrás. missão de informações via dados, tsto

sem às necessidades do mercado bra- Outro produto que também usa a ca­ passou a ser considerado, como o foi a
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sileiro. pacitação tecnológica das centrais AXE- microonda e o satélite, um meio diferen­

"Até então a Ericsson havia se carac­ 10 é o bilhetador automático para in­ ciado de transportar a informação".

terizado pela instalação e a manutenção terurbano. Ainda em fase final de desen­ "A Ericsson está tecnológica e indus-

de equipamentos importados, numa pri­ volvimento de sofrwareo sistema de­ tria!mente preparada para as oportuni-

meira fase, e depois pela fabricação local pois de pronto será testado na central de

de produtos concebidos no exterior, trânsito da Embratel. em São Paulo.

como foi o caso das centrais ARF, do tipo Apesar de tradicional fornecedora de

crossbar". equipamentos de telefonia pública a

Com a instalação dos laboratórios de Ericsson compete hoje em igualdade de

desenvolvimento, a empresa passou a condições no mercado de produtos desti­

criar produtos específicos para as condi­ nados à telefonia privada, graças à sua

ções das redes locais e interurbanas bra­ grande capacitação tecnológica e indus­

sileiras. Entre os produtos já desenvolvi­ trial. Entre esses produtos estão o KS-

dos estão equipamentos para a rede Multivox, com capacidade de até cinco

DDD e expansão das grandes áreas me­ troncos e 12 ramais, lançado há três anos

tropolitanas, além das centrais rurais fi­ e totalmente desenvolvido no Brasil; o

xas e transportáveis, com tecnologia Ericall-Contactor, um sistema modular

crossbar, fundamentais para o programa de radiochamada para localizar pessoas e

do Governo federal de interiorizaçáo da detectar emergências; e o sistema de de­

telefonia. tecção r alarme de incêndio Eric-Larm,

O ingresso na era eletrônica exigiu de alta pressão.

uma grande transformação da empresa Na área da tecnologia eletrônica, a

tanto na área fabril (instalação de novos Ericsson lançou, no ano passado, o PABX

equipamentos e maquinaria) quanto na eletrônico ASB 100, produzido através

área técnica (montagem de laboratórios da capacitação adquirida para a produ­

e auxílios computacionais), Para tornar ção das centrais AXE-10, A exemplo des­

realidade a implantação da tecnologia sas centrais, o PABX eletrônico está do­

AXE-10, na Ericsson, foram necessários tado de facilidades como conferência tri­ Foi a criação de laboratórios de desenvol­
vimento — na década de 60 — que per­

seis anos de trabalho e investimentos da angular. discagem abreviada e redirecio­ mitiu que a Ericsson do Brasil passasse a

ordem de USS 30 milhões. Hoje, a empre­ na mento de chamadas, possuindo uma produzir equipamentos voltados especi­

sa "domina totalmente todas as fases de capacidade para até 108 ramais e 24 f i c a m e n t e p a r a o m e r c a d o l a t t n o -

produção das centrais AXE-10. desde o troncos. americano. Foi o caso das centrais trans­

desenvolvimento de produtos e concep­ Atualmente, em fase inicial de protó­ portáveis, utilizada tanto para éreas ru­

ção de sistemas — hardware e software tipo de fábrica, o KS com tecnologia digi­ rais como para ampliação de emergência

— até a entrega ao cliente” . tal é o produto que a Ericsson pretende em centrais urbanas.

Para José Frederico Falcão, vale des­ colocar no mercado antes do final do

tacar que a capacitação tecnológica e ano. em comemoração aos 60 anos de dades do mercado. No momento preten­

aparelhamento industrial para uma tec­ Brasil. Utilizando o design do telefone demos nos manter dentro das linhas de

nologia altamente sofisticada proporcio­ padrão Telebrás, o apaielho tem capaci­ produtos finais voltados para as aplica­

naram, em curto espaço de tempo, a cria­ dade para 48 ramais e 16 troncos, sendo ções das telecomunicações públicas e

ção de produtos inéditos que utilizam ligado à rede interna por apenas um par privadas acompanhando, porém, as im­

tecnologia similar. de fios. como qualquer telefone conven­ posições tecnológicas e econômicas, com

"Esse efeito multiplicador obtido pela cional. Além desse, a empresa está de­ o emprego da microeletrônica digital,

absorção da tecnologia das centrais está senvolvendo também um outro aparelho microprocessadores, etc.”

dando à Ericsson condições de substituir com tecnologia digital, do tipo chefe-

equipamentos clássicos por seus corres­ secretário. Extremamente compacto, o Em dia com o futuro

pondentes eletrônicos, bem como pene­ telefone está no momento em fase final

trar em segmentos do mercado dos quais de protótipo de laboratório e a previsão A implantação da tecnologia AXE-10

estava alheia por falta de produto ade­ de lançamento no mercado é dezembro na Ericsson do Brasil teve como ponto de

quado. O domínio da tecnologia permite de 1984. partida o contrato de cooperação técni­

também atender às especificações muito Inteiramente dedicada à produção e co-industrial com a L.M. Ericsson para a

particulares do mercado brasileiro e lati­ comercialização de equipamentos de transferência de tecnologia. Mas foi so­

no-americano. com equipamentos mais telecomunicações, a Ericsson está entre­ mente com a assinatura do primeiro con­

de acordo com suas necessidades, com­ tanto atenta à potencialidade do mer­ trato para fornecimento de 50 mil termi­

petindo vantajosamente com produtos cado da informática. nais CPA para a cidade de São P a u l o , em