Page 52 - Telebrasil - Julho/Agosto 1984
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'x       r t B             i









                         Lutz A lberto Garcia                                                                      Oziris da Silva                                                                         G ilberto Garbi                                                                          Sebastião Alpha











                    R — R.V. Furtado (Minicom) —  O sr. regis­                                                                                     no setor? Ou devemos esperar chover para                                                                                  haja uma diferença gerencial básica entre


                    tra na sua questão que o usuário não está                                                                                      comprar guarda-chuva?                                                                                                    as empresas do  Sistema  Telebrás e a  ini­


                     interessado  p ro p ria m e n te   na  ação,  mas                                                                             R — Gilberto Garbi —   Eu  acho que  seria                                                                                ciativa  privada.  Vivo sempre  perguntando


                     sim   no serviço.  A  partir do instante que a                                                                                preferível um novo modelo, só que o poder                                                                                 aos  m eus am igos que  deixam   o  Sistema


                     ação  possa  lhe  render  bons  dividendos,                                                                                   político,  que  eventualm ente estivesse  in ­                                                                            Telebrás  para  trabalhar  na  iniciativa  pri­


                     talvez m ude de posição, talvez ele passe a                                                                                   teressado em  fazer a  ingerência  política,                                                                              vada ou que fazem o oposto, como é o lado



                     se sentir atraído pela ação. Isso só ocorrerá                                                                                 não concordaria com ele.  E agora duas in­                                                                                de  lá.  As  respostas que  me dão é que o


                     se tiverm os  uma  ação valorizada.  Eu  não                                                                                  dagações ao  Secretário  Geral:  Num   m o­                                                                               paraíso  não está  na  iniciativa  privada.  Eu


                     te nho  fó rm u la s  para  que  isso  aconteça.                                                                              delo privatizante não se lim itariam  investi­                                                                            me  ousaria  dizer  que,  em  m uitos casos,


                      Mas uma delas, sem dúvida, é term os uma                                                                                      m entos (desde  que existissem   recursos)                                                                               nós  som os  bem   m e lh o re s,  m odéstia  à


                      política  m ais liberal de distribuição de d i­                                                                               com o  faz  hoje o governo;  seria  isto  por                                                                            parte.


                      videndos.                                                                                                                     sadism o?  A b riria   o  Governo  mão  desse                                                                            R — Gen. Alencastro —  Eu considero um


                                                                                                                                                    filão  maravilhoso que  é  nomear cerca  de                                                                              mom ento im portante para fazer uma inter­


                      P —  P aulo R enato S her (Telem azon) —  A                                                                                    150 diretores em todos os Estados?  Essas                                                                               venção. Acredito piam ente na CTBC e náo


                      privatização exigiria  mudanças  na atual                                                                                     dúvidas eu deixo no ar.                                                                                                  tenho dúvida nenhuma que ela é eficiente.


                      Constituição?                                                                                                                 R — Rômulo Furtado                                             E ela não ficará no                                       Não  há  com o  co m p a rá -la   com   a  nossa


                      R — Rômulo V.  Furtado —   0   m odelo de                                                                                     ar por m uito tempo,  meu caro Garbi.  Com                                                                               Telebrás.  São duas coisas  tão diferentes,


                       privatização  proposto  não exigiria  nenhu­                                                                                 relação à primeira pergunta, o governo im-                                                                               m ais de  10 m ilhões de telefones para  147


                       ma m udança na Constituição.  Estaria ple­                                                                                   pôe  tetos,  não por sadismo.  Se ele deixar                                                                             m il,  num  Brasil  inteiro com mais de 8 mil


                       nam ente coberto por ela e de certa m anei­                                                                                  que se  transform e a  sua  empresa  estatal                                                                              localidades, a comparação náo é essa, to­


                       ra até estim ulado.  Dispondo a Telebrás do                                                                                  em privada, o fato econômico náo se m odi­                                                                               d a s  as  c irc u n s tâ n c ia s   são  m u ito   d i­


                       m onopólio,  a’ privatizaçáo  m anteria  essa                                                                                fica,  tudo se  passa  como anteriorm ente.                                                                               ferentes.                                                                                            v > ,


                       estrutura  praticam ente  intacta.                                                                                                                                                                                                                     R — Luiz Garcia —   Eu  queria  fazer uma



                                                                                                                                                                                                                                                                             co m p le m e n ta çã o :  na  CTBC  nós  somos

                       P—  Ethevaldo S iqueira                                                  £  essencial que                                                                                                                                                              116 localidades,  não somos m il,  nem po­


                       o governo mantenha um conjunto de dire­                                                                                                       "Vamos iniciar nova                                                                                     demos chegar lá porque não temos status.


                       trizes para as  TCs,  tais como não se sub­                                                                                                  fase essencialmente                                                                                       Nosso tráfego m útuo varia  de  20 a  56%.


                       meterão confisco de recursos setoriais, in­                                                                                                                                                                                                            Sei  que  nas empresas-pólo o  tráfego mú­


                        vestirem pesquisas, garantira sobrevivên­                                                                                                                         política”                                                                           tuo menor é  de  80% ,  se  não  me engano.


                       cia  da  indústria  e a  nacionalização  da                                                                                                                    (Antonio Carreira)                                                                      Então, a coisa não é bem assim, nós sofre­


                        tecnologia?                                                                                                                                                                                                                                           mos no tráfego  m útuo  e o  resultado tari­



                       R — Rômulo Furtado —   Sua  pergunta  é                                                                                                                                                                                                                fário dos  12%  a que nós tínhamos direito,


                       um a  ve rd a d e ira   plataform a  de  governo,                                                                                                                                                                                                      e que graças a Deus conseguimos, é obtido

                       que poderia ser aproveitada por algum mi-                                                                                                                                                                                                              mesmo com essa diferenciação do tráfego



                       n is te riá v e l.  É  e sse n cia l  que  o  governo                                                                        Só que agora, o governo, que na nossa opi­


                       m antenha  suas diretrizes,  mas é  preciso                                                                                  nião  está  lim ita n d o   a  em presa  e sta ta l                                                                       R — Antônio Carreira —  A proposta do Se­


                       re co n h e ce r  que  esse  processo  sofre  in ­                                                                           como um todo, deixaria de fazê-lo. Quanto                                                                                 cretário Geral do M inicom  é de uma demo­


                       flu ê n cia s da econom ia. Portanto, acho que                                                                               a  sua  segunda  pergunta,  é  tam bém   um                                                                               cratização de capital,  isso existe e funcio­


                       algum as coisas que antes o governo podia                                                                                    pouco de distorção com que nós nos acos­                                                                                  na,  e  q u a lq u e r  e m p re g a d o ,  qualquer


                       fazer, a p a rtir de agora não vai poder mais,                                                                               tu m a m o s ao  longo  de  m u ito s e  m u ito s                                                                        fundo,  jam ais vai  m udar o tim e que está


                       de m odo que uma transform ação de nossa                                                                                     anos, algumas décadas,  a encarar a fonte                                                                                 ganhando,  porque  ele  passou  a  ser acio­


                       atividade  de  estatal  em  iniciativa  privada                                                                              do  poder e  esta  tem   sido,  ao  longo  dos                                                                            nista.  Agora, o m aior perigo que o sistema


                       da  form a que propus seria oportuno.                                                                                        anos,  o Governo  Federal.  Também  existe                                                                                está correndo é que o Brasil vai mudar poli­


                                                                                                                                                    um Poder Legislativo que discute e vota so­                                                                               ticam ente.  Vamos  iniciar uma  nova fase,


                       P —  Fernando X avier (Telepar) —  A posi­                                                                                   beranamente uma lei e ao governo só cabe                                                                                  essencialm ente política.  E quem vai man­


                       ção do empresário Luiz Garcia de não con­                                                                                    obedecer.  De form a  que  não  haveria  ne­                                                                              te r  tu d o   isso  se  o  p a rtid o   do  governo


                      cordar com tarifas que limitem a rentabili­                                                                                   cessidade de se convencer ao governo,  ha­                                                                                im plo diu ?  Então,  acho  que  seria  impor­


                      dade em  12% ,  o retorno sobre o investi­                                                                                    veria  uma  legislação  livrem ente  votada                                                                               tante que os  homens do sistema estudas­


                      mento,  não significaria a  consequência                                                                                      p e lo   C ongresso  N a c io n a l.  E  aí  já  me                                                                       sem a proposta do Secretário e uma saída


                      mais direta sobre os usuários da privatiza­                                                                                   adianto à  terceira  pergunta:  Será  que os                                                                              para que as imposições políticas náo aca­



                      ção das  TCs?                                                                                                                 p o lític o s   votariam   essa  le i,  m esm o  sa­                                                                      bem  com  o  trabalho  maravilhoso que um


                      R — Rômulo Furtado —  0  em presário Luiz                                                                                     bendo que um dos objetivos é im pedir que                                                                                 grupo de  pessoas conseguiu fazer.


                      Garcia tem  sua  posição,  mas o poder con-                                                                                   eles  tenham   influências  na  negociação  e


                     cedente d e cid iu  estabelecer tarifas unifo r­                                                                               no preenchim ento de cargos? Acredito que                                                                                 P — E dm ur Carlos Moraes (S istel)— Como


                     m es  n a c io n a is ,  segu ind o  determ inados                                                                             sim ,  é possível.                                                                                                         viabilizara passagem do controle acionário


                     crité rio s.  Portanto,  a  empresa  do Sr.  Luiz                                                                                                                                                                                                        do governo para os usuários e empregados?


                     G arcia  com   ta rifa s   igualadas ao  Sistema                                                                               P —  Eduardo Freitas (C TB C /M G ) —  Como                                                                               R — Rômulo Furtado —  0   que eu trouxe


                     T elebrás  pode  estar  dando  rem uneração                                                                                     Vossa Senhoria explicaria a queda da ren­                                                                                aqui foi a proposta de uma diretriz política



                    em   nível s u p e rio ra   12% .                                                                                               tabilidade econômica  de  várias empresas                                                                                 superior,  que tem   de  ser  inegavelmente


                    P —   D e ls o n   S iffe r t  (T e le b ra s il) —   Náo                                                                       do Sistema  Telebrás? Seria  um problema                                                                                  a n a lisa d a   a  nível  té cn ico   em  profundi­


                    seria necessário um estudo alternativo so­                                                                                      gerencial?                                                                                                                dade, e aí então, Edmur, você terá sua per­


                    bre a possibilidade da  influência política                                                                                     R —  Geraldo Garbi —  Eu não acredito que                                                                                 gunta  respondida em sua plenitude.                                                                     V
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