Page 76 - Telebrasil - Março/Abril 1983
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particular para cada equipamento (por exemplo, 50,100,150, 1. DESENVOLVIMENTO (D)
200, 250 terminais).
Embora esta padronização seja de bom senso, não tem sido desenvolvimento do produto
modelo & protótipo $
explorada como devia, pois a grande maioria dos projetos é in
documentação industrial ' ^3
dividualizada. Não faz sentido, no caso do exemplo citado, fa
administração técnica 04
zer projeto para 110 ou 175 terminais, só porque o estudo de manutenção do produto ^5
demanda indicou esse valor. Deve-se optar por 100, 150 ou
200, e ajustar-se aos demais parâmetros padronizados. Essas
considerações devem ser estendidas aos dados de tráfego,
quantidade de rotas e troncos, etc.
Para centrais de grande porte (10.000 a 20.000 terminais) 2. FABRICAÇÃO (F)
sabemos ser difícil tal raciocínio, que pode conduzir a um "ex
insumos materiais
cesso de hardware”. Porém, mesmo nesse caso, há países que o
mão-de-obra
aplicam por considerar que uma engenharia individualizada
energia
custa mais do que material suplementar da solução padrão. No
caso da telefonia rural, devido a quantidade numerosa de cen
trais de pequena capacidade, acreditamos ser, não só viável,
como indispensável uma padronização com o objetivo de redu ferramentas
zir o custo. moldes
maquinaria
(incidência por unidade)
3. R elação Entre Preço do E quipam ento e
Suas Características Técnicas administração
fábrica
A escala de recursos, qualidade e dimensão de cada tipo de
bem relaciona-se com uma escala de preços. As centrais comu
tadoras não fogem à regra. Quanto mais complexas, de maior
capacidade de tráfego, de construção mais sofisticada e com
componentes de qualidade profissional, mais elevado é seu 3. ENGENHARIA (E)
preço para uma mesma quantidade de terminais. Há exceções
em determinadas aplicações de centrais CPA digitais, em que anteprojeto
a tecnologia eletrônica permite realizar funções complexas a engenharia de instalação
um custo inferior às centrais convencionais, como é o caso das biblioteca de central (documentação)
centrais de trânsito nacionais e internacionais. Assim, o perfil instalação
pré-teste
de preços deve ser comparado, para maior coerência, em cada
test funcional & entrega
família tecnológica, e confrontado interfamília na busca da
aplicação mais econômica.
O equipamento comutador executa funções telefônicas lógi
cas (L) e escoa tráfego unitário por terminal (T) de/para certa 4. COMERCIALIZAÇÃO (C)
quantidade de terminais (N) sob determinada condição de
perda (P). Esses quatro parâmetros L, T, N e P determinam as administração do projeto d
provisão p / garantia c2
quantidades de "hardware” e "software” do equipamento.
provisão p / imprevistos c3
Para atender os requisitos definidos pelos quatros parâme
provisão p/ atrasos de pagamento c4
tros acima tem-se que desenvolver equipamentos. A tecnolo treinamento (por conta do material) c5
gia nos níveis de sistemas, produtos, engenharia, componen seguro/frete c6
tes e materiais são os ingredientes usados. Estas atividades margem de lucro c7
lastreiam-se em conhecimentos acumulados em pesquisas, ex
perimentos, métodos de trabalho, pessoas, instalações de la
boratório, etc. Assim, para colocar em produção industrial o cccc
equipamento para operar com L,T, N, P, tem-se que adicionar
o desenvolvimento (D). Esse desenvolvimento D tem um custo
que deve ser amortizado gradativamente com a comercializa ww
ção do equipamento. Varia bastante o valor de D. Tecnologia Fig. 1 - Peril 1 de preços.
da qual já se comercializaram muitas unidades de equipa
mento tem custo bem acessível. Tecnologias recentes, de alto
custo, são mais dispendiosas nô início do processo de amorti
zação.
Para fabricar o equipamento há insumos de materiais, ção C, adicionada às contribuições de D, ao custo de E e F re
mão-de-obra e energia (os custos variáveis). Há ainda os custos presenta 0 preço da venda (V) do equipamento (figura 1).
fixos ligados diretamente ao produto, tais como ferramentas,
moldes, máquinas específicas, bem como outros custos fixos
gerais que não podem ser calculados diretamente sobre o pro 4. O tim ização d os P arâ m etro s e M inim ização do
duto, tal como administração de fábrica, amortização de má Investim ento na C o m u ta çã o . D iscu ssão dos
quinas e prédio, despesas gerais (limpeza, restaurante, etc.). P arâm etros
Designamos de F o somatório destes custos para fabricar os #
materiais e subunidades a nível de expedição de fábrica. Se A indústria vem desenvolvendo equipamentos chamados
gue-se a parte correspondente a engenharia (E), que converte compactos, simplificados ou rurais em que procura otimizar
módulos expedidos de fábrica em um equipamento comutador. aqueles parâmetros para tornar os sistemas mais acessíveis e
Compreende a engenharia de projeto, montagem, instalação e contribuir para a automatização rural. Entretanto, antes de
teste funcional. Há ainda uma parcela final destinada a cobrir abordar cada parâmetro de "per si” , deve-se atentar para 0
as despesas de garantia, despesas de comercialização, atendi axioma: a minimização do investimento é incompatível coma
mento a clientes e lucro para garantir a continuidade opera sofisticação tecnológica (D), facilidades amplas imediatas '
cional da empresa fornecedora. Essa parcela de comercializa- potenciais (L), prodigalidade em capacidade-reserva (N e m l