Page 48 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1983

Novadata

instala fábrica

em Brasília

Foram inauguradas em Brasília, em

24 de fevereiro, com a presença do Go­

vernador do Distrito Federal e ex-vice

Presidente da Telebrás, José Ornellas,

as instalações da Novadata Sistemas de

Computadores, que passam a constituir

com a Coencisa Comunicações, fabri­

cante de modems e recentemente nacio­

nalizada, o embrião de um pólo eletrô­

nico, uma idéia sendo cobiçada por di­

versos Estados da Federação.

A Novadata é uma das seis empresas

montadoras de minicomputadores e

pretende ingressar na faixa dos super-

nnris com uma máquina, que no enten­

der de Mário Dutra, diretor superinten­

dente da empresa, é uma evolução na­

tural do Novadata-86, o mini que passa

a ser produzido em série, em Brasília.

Os computadores já foram classifica­ unos. As empresas interessadas em in­

dos em pequenos, médios e grandes, gressar neste mercado deverão entregar

porém, com o progresso da tecnologia di­ suas propostas á SEI até 30 de junho, já

gital e dos dispositivos eletrônicos de com os projetos detalhados. Segundo de­

alta integração, o que antes era grande clarações de Joubcrt Brízidn, da SEI,

ou médio deixou de ter sentido e recor­ até setembro deverão estar escolhidas

reu-se nos últimos anos ao jargão de mi­ as duas empresas autorizadas a fabricar C o m i s s ã o d a

nis, micros e agora superminis. os superminis no Brasil, já se prevendo

Ao início da escala temos os micros, que as mesmas fecharão o primeiro ano

que conforme sua sofisticação podem ser com prejuízo. Um novo robô industrial da IBM,

conhecidos como educacionais (os mais Se um micro pode custar até US$ 10 o 7535, a ser lançado proximamente

simples), de uso pessoal e de uso profis­ mil, um mini fica na faixa de US$ 15 a

sional (para uso contínuo). Os micros 20 mil, os superminis deverão ficar em nos Estados Unidos, tem olhos (raios

podem ter palavras de 4 e 8 bits (aqui no torno de US$ 80 a 150 mil, mas segundo laser) e sensores que podem distin­

Brasil), mas encaminham-se para 16/32 C. da Silva, da Labo, um investimento guir numa cadeia de produção erros

bits nos Estados Unidos e Japão. de US$ 21 milhões permitirá a uma em­ de montagem e descartar automati­

Quanto maior o número de bits por presa estar ganhando US$ 17.4 milhões camente as peças defeituosas. Seu

palavra, maior é o elenco de instruções, ao final do 4." ano. preço está estimado em torno de 80 a

maiores a capacidade de memória e de Mas nem tudo é dinheiro neste negó­ 100 mil dólares e se destina às indús­

processamento da máquina. Os micros cio. Para Carlos Loyola Reis, superin­ trias espaciais, automobilísticas e de

de 8 bits estão limitados a 64 Kbytes tendente da Cobra, se o governo deter­ eletrônica.

(um byte é um octeto de 8 bits de memó­ minar um prazo de 5 anos para a produ­

ria), porém as máquinas de 16/32 bits ção dos superminis o produto poderá ser Enquanto isto, na Itália, a Bel-

podem ir a 256/512 Kbytes. No Brasil os desenvolvido com tecnologia nacional, forte em colaboração com a Fiat, de­

minicomputadores são construídos em mas se o prazo for de dois anos a coisa senvolve uma mão universal com

torno de uma arquitetura de 16 bits com muda de figura e terá que ser comprada três dedos, preênsil e capaz de identi­

memória na faixa de 256 Kbytes. A SEI tecnologia no exterior com as suas se- ficar e manipular peças como o me­

reservou o mercado de micros e minis qüelas, dentre as quais a necessidade de lhor dos experts. Ainda na Itália, a

para a indústria com o controle do capi­ adquirir software (lógica e programas) Alfa-Romeo desenvolve uma mão

tal e da tecnologia nacionais e agora tra­ no estrangeiro. também de três dedos e palma dota­

va-se uma nova luta para extender esta Finalmente, para compor o quadro dos de minialmofada8 sensíveis e mó­

reserva para a área dos superminis, isto brasileiro resta a reação das multina­

é, para minicomputadores de alto de­ cionais que poderiam ver seu mercado veis. O conjunto permite agarrar e

sempenho com uma Unidade Central de (de computadores médios) ameaçado mover pequenos objetos com enorme

Processamento (o coração do engenho) pelos superminis. No entanto, os estu­ precisão.

de 32 bits. dos da SEI são anteriores à maxides- Para Dytz, da SEI, o processo pro­

A SEI elaborou recentemente um es­ valorizaçáo do cruzeiro e nossa microe- dutivo será modificado com a intro­

tudo conjunto com a Labo (um dos seis letrônica ainda é quase toda importada. dução da automação, visto que as

fabricantes de minis) que concluiu por No dizer dos analistas, ainda é cedo para

um mercado de 1.500 máquinas em dois arriscar qualquer prognóstico. (JCF).